No livro Mudar de ideia, lançado pela Âyiné, a espanhola Aixa de la Cruz mergulha na própria história com uma honestidade ímpar, mostrando que a autoficção pode ser um modelo narrativo brutal.
Apesar da pouca idade, a autora — de origem basca, nascida em 1988 — resolve prestar contas com o passado. Nesse exercício, que parece reivindicar uma espécie de libertação, ela revisita tudo que lhe foi imposto ao longo dos anos.
O resultado é um texto que vai do tom impiedoso ao bem-humorado, em uma investigação dos sentimentos de culpa e raiva, da maternidade e dos laços criados com o tempo, sejam os biológicos ou escolhidos.