O poeta, letrista, compositor e músico Abel Silva comemora 50 anos de vida literária com a publicação de O caderno vermelho das manhãs, editado pela 7Letras. Vigésimo segundo livro da carreira do autor, a obra reúne 72 poemas escritos durante a pandemia. O prefácio é assinado pela jornalista Regina Zappa.
Letrista e parceiro de compositores consagrados da MPB, como Moraes Moreira, Sueli Costa, Roberto Menescal e João Bosco, Abel busca inspiração em caminhadas pelo Jardim Botânico, bairro carioca onde mora há mais de 45 anos. Com a pandemia, ele ficou restrito ao terraço da sua casa até o Jardim Botânico ser liberado.
“Escrever um livro em meio a uma pandemia é um trabalho na mira do punhal da imprevisibilidade, no balanço da corda estendida sobre o buraco negro do medo, não, não é a energia feliz e confiante do bailarino, é o corpo na resistência à ventania cedo pelas artinhas do inimigo covarde, invisível, letal”, diz o poeta.
Nos anos 1970, Abel Silva foi editor de cultura do jornal Opinião. Depois, em 1976, fundou e editou a revista Anima, junto com José Carlos Capinam. Com mais de 300 músicas compostas, Abel conta com dois “Prêmio Sharp”, pela autoria de Voz de mulher (com Sueli Costa), registrada por Edson Cordeiro, e Sempre você (com Dominguinhos).
Como escritor, fez sua estreia em 1971, com O afogado, seguido por Açougue das almas (1974), Asas (1975) e Mundo delirante (1990). Entre os mais recentes estão Poema ateu (2011), O gosto dos dias (2015) e Fôlego (2018), todos lançados pela 7Letras.