Alvo de antissemitismo no pós-guerra, o romeno Paul Celan (1920-1970) escreveu seu quinto livro de poemas, A rosa de ninguém. O conjunto, que celebra a vida e subverte tradições, chega ao Brasil pela Editora 34, com tradução do curitibano Mauricio Mendonça Cardozo.
Escrita entre 1959 e 1963, a obra é uma resposta aos ataques difamatórios que o autor sofreu depois da Segunda Guerra Mundial, sendo que já tinha sido prisioneiro dos nazistas anos antes, e inspirado por seu contato com os versos do russo Óssip Mandelstam.
De origem judaica, Celan teve seus pais mortos em um campo de concentração e foi, ele próprio, um prisioneiro por 18 meses. Após ser salvo em 1944, alojou-se em Bucareste, capital da Romênia, e começa sua carreira nas letras.
A areia das urnas (1948), Papoula e memória (1952), De limiar em limiar (1955), Grade da palavra (1959), A rosa de ninguém (1963), Ar-reverso (1967) e Sóis de fio (1968) são os livros que publicou em vida. Suicidou-se em 1970.