Esta edição marca os 10 anos do Rascunho. Desde a reunião em um boteco de Curitiba — o folclórico bar do Pudim —, em março de 2000, passando pela edição número zero de 8 de abril do mesmo ano, muita coisa mudou. Para melhor, acredito. Das tímidas 8 páginas iniciais, encartadas como suplemento do Jornal do Estado, e 15 colaboradores de Curitiba, o Rascunho chega a esta 120ª edição com 40 páginas e quase 60 pessoas envolvidas em todas as partes do Brasil. Mês a mês, tornou-se o que seu “prepotente” slogan anuncia: o jornal de literatura do Brasil.
Mas este breve editorial não é para falar do passado e de possíveis conquistas. Sim, entre erros e acertos, o Rascunho conquistou um espaço importante no cenário cultural brasileiro. Mas não temos distanciamento suficiente para avaliá-lo. O importante neste momento é manter-se vivo. A cada nova edição, corre-se atrás para viabilizar a próxima. Com alguma sorte, temos conseguido sobreviver. E, assim, projetamos um futuro para o jornal.
Para comemorar a longevidade, apresentamos um novo projeto gráfico, assinado pelo designer Alexandre Luís De Mari. Sem perder a característica de textos longos — uma das marcas do jornal —, a leitura se tornará mais fácil e agradável. Para os próximos meses está prevista a entrada no ar de um novo site, totalmente reformulado, com a intenção de tornar-se uma referência na internet. Ainda neste semestre será lançado o primeiro volume de entrevistas realizadas até agora. A seleção é do escritor, jornalista e agora subeditor do Rascunho, Luís Henrique Pellanda. Publicada pela Arquipélago, a antologia terá um segundo volume em outubro. Ao todo, serão 40 entrevistas.
Além disso, em maio o projeto Paiol Literário entrará em sua quinta temporada. Até novembro, serão realizados sete encontros, todos reproduzidos no jornal e no site. Para fechar as comemorações desta década de vida, até o fim do ano será lançado o Prêmio Rascunho de Literatura.
Há 10 anos, este editorial soaria como piada numa mesa do Pudim. Agora, é uma realidade. Tudo graças às dezenas de pessoas que todos os meses emprestam seus talentos à manutenção de um projeto que, em teoria, teria grandes chances de naufragar. Navegamos em águas turbulentas, é verdade. Mas a carcaça se mostra resistente. A todos, muito obrigado.