Eduardo Spohr nasceu em 1976, no Rio de Janeiro (RJ). Filho de um piloto de aviões e de uma comissária de bordo, viajou pelo mundo. A paixão pela literatura e o fascínio pelo estudo da história o levaram a cursar comunicação social. Começou a trabalhar em agências de publicidade, mas acabou, gradualmente, migrando para o jornalismo. Formou-se pela PUC-Rio em 2001 e se especializou em mídias digitais. Trabalhou como repórter no Cadê Notícias, StarMedia e iG, como analista de conteúdo do iBest e depois como editor do portal Click 21. É consultor de roteiro e ministra o curso Estrutura literária: a jornada do herói no cinema e na literatura, nas Faculdades Hélio Alonso (Facha), do Rio de Janeiro. É considerado um dos principais escritores brasileiros da chamada literatura de fantasia. Autor de sucessos como A batalha do apocalipse, Spohr acaba de lançar o livro 3 de Filhos do Éden — Paraíso perdido, pela Verus Editora.
Quando se deu conta de que queria ser escritor?
Talvez aos seis anos, quando escrevi a minha primeira história. Não sei se naquele momento eu decidi ser escritor, mas decidi que passaria dali para frente a escrever as minhas histórias.
Quais são suas manias e obsessões literárias?
Costumo ser bastante metódico, portanto gosto de escrever um roteiro antes de começar a escrever, capítulo por caminho. Não consigo seguir sem isso…
Que leitura é imprescindível no seu dia-a-dia?
Qualquer uma que me faça relaxar.
Se pudesse recomendar um livro à presidente Dilma, qual seria?
1984, de George Orwell. Na verdade, é um livro que recomendo a todo mundo.
Quais são as circunstâncias ideais para escrever?
É preciso, creio, encontrar um processo de concentração. Cada um tem o seu. Não importa muito como é esse “ritual”. Se ele serve para você, está ótimo. Eu costumo simplesmente separar uma hora do dia e estabelecer uma rotina. Funciona para mim.
É preciso buscar inspiração não só nas coisas boas e nas nossas qualidades como também em nossos defeitos. Os melhores vilões (e alguns heróis, por que não?) surgem daí.
Quais são as circunstâncias ideais de leitura?
Pessoalmente, gosto de ler deitado, no silêncio. Mas quando o livro é bom mesmo, leio até em pé no ônibus.
O que considera um dia de trabalho produtivo?
Me disciplino para trabalhar oito horas por dia. O ideal (para mim) é que não seja nem mais e nem menos que isso. Menos rende pouco; mais rende pouco também, pois você já está cansado.
O que lhe dá mais prazer no processo de escrita?
Pesquisa e lapidação do texto.
Qual o maior inimigo de um escritor?
O medo de ser criticado, o medo do que as outras pessoas vão pensar, medo de “falhar”, essas coisas. O mais correto é entender que, primeiro: não dá para agradar a todos, de qualquer maneira e, segundo: nenhuma história funciona se não for aquela que está genuinamente no seu coração.
O que mais lhe incomoda no meio literário?
Não sei se há algo que realmente me incomode, até porque o meio literário não é muito grande. De qualquer maneira, sempre prefiro focar nas coisas boas do que nas ruins.
Um autor em quem se deveria prestar mais atenção.
Qualquer um que você realmente goste. Aí, logicamente, varia de pessoa para pessoa.
Um livro imprescindível e um descartável.
Um livro imprescindível: aquele que faz você se emocionar, não importa o autor ou o tema. Não existem livros descartáveis, na minha opinião.
Que defeito é capaz de destruir ou comprometer um livro?
A ânsia do escritor em fazer uma história que supostamente agrade o outro, ou agrade muitos, em detrimento à história que ele quer realmente contar.
Que assunto nunca entraria em sua literatura?
Nunca pensei nisso. Tenho vontade de escrever sobre muitas coisas. E não acho que devam existir tabus nesse sentido.
Qual foi o canto mais inusitado de onde tirou inspiração?
É preciso buscar inspiração não só nas coisas boas e nas nossas qualidades como também em nossos defeitos. Os melhores vilões (e alguns heróis, por que não?) surgem daí.
Quando a inspiração não vem…
Basta começar a escrever. Aí ela aparece.
Qual escritor — vivo ou morto — gostaria de convidar para um café?
José Louzeiro.
O que é um bom leitor?
Aquele que procura se divertir lendo um livro.
O que te dá medo?
Esquecer.
O que te faz feliz?
Escrever.
Qual dúvida ou certeza guia seu trabalho?
Muitas dúvidas e nenhuma certeza. Como tudo na vida.
Qual a sua maior preocupação ao escrever?
Tentar melhorar a prosa, torná-la clara a acessível.
A literatura tem alguma obrigação?
Não necessariamente.
Qual o limite da ficção?
O infinito.
Se um ET aparecesse na sua frente e pedisse “leve-me ao seu líder”, a quem você o levaria?
Eu diria para que ele o procurasse sozinho.
O que você espera da eternidade?
Quando chegar lá, eu penso nisso.