A maior alegria da vida

José Luís Peixoto: "Preciso muito de ter sempre algo para ler. Prefiro livros mas, se não houver, serve qualquer coisa."
José Luís Peixoto, autor de “Morreste-me “
19/09/2015

José Luís Peixoto nasceu em Galveias (Portugal), em 1974. Estudou línguas e literaturas modernas (inglês e alemão) na Universidade Nova de Lisboa. É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea e sua obra ficcional e poética vem sendo traduzida em vários idiomas. Em 2001, venceu o Prêmio José Saramago com o romance Nenhum olhar. Em 2013, recebeu o prêmio Salerno Libro d’Europa por Livro. Acabam de ser lançados no Brasil Morreste-me (Dublinense) [leia resenha na página ao lado] e Dentro do segredo – Uma viagem pela Coreia do Norte (Companhia das Letras).

Quando se deu conta de que queria ser escritor?
Na adolescência. A certeza dessa vocação é das maiores alegrias da minha vida.

• Quais são suas manias e obsessões literárias?
Não conto, tenho vergonha.

Que leitura é imprescindível no seu dia-a-dia?
Preciso muito de ter sempre algo para ler. Prefiro livros mas, se não houver, serve qualquer coisa.

• Se pudesse recomendar um livro à presidente Dilma, qual seria?
Suponho que estou dispensado de responder a esta pergunta, sou português.

• Quais são as circunstâncias ideais para escrever?
Uma sala sem janelas, com uma mesa e uma cadeira.

• Quais são as circunstâncias ideais de leitura?
Boa temperatura e tranquilidade.

O que considera um dia de trabalho produtivo?
Depende da hora a que acordar.

• O que lhe dá mais prazer no processo de escrita?
A luta.

Qual o maior inimigo de um escritor?
Ele próprio.

O que mais lhe incomoda no meio literário?
Nada me incomoda no meio literário.

Um autor em quem se deveria prestar mais atenção.
Homero.

Um livro imprescindível e um descartável.
Não sou juiz.

Que defeito é capaz de destruir ou comprometer um livro?
A falta de noção.

Que assunto nunca entraria em sua literatura?
Não excluo nenhum assunto daquilo que possa vir a escrever.

Qual foi o canto mais inusitado de onde tirou inspiração?
Os sonhos, talvez.

Quando a inspiração não vem…
O melhor é dormir uma sesta.

• Qual escritor — vivo ou morto — gostaria de convidar para um café?
Fernando Pessoa, apesar de me parecer que não teríamos muito que conversar.

O que é um bom leitor?
Aquele que lê com inocência e inteligência.

O que te dá medo?
Os meus filhos.

O que te faz feliz?
Também os meus filhos.

Qual dúvida ou certeza guia seu trabalho?
A certeza é o amor, as dúvidas são tudo o resto.

• Qual a sua maior preocupação ao escrever?
Ser fiel à minha visão.

A literatura tem alguma obrigação?
Tem, mas não sei qual é.

Qual o limite da ficção?
O limite da ficção é o limite do humano.

• Se um ET aparecesse na sua frente e pedisse “leve-me ao seu líder”, a quem você o levaria?
A ninguém, ele já estaria diante do meu líder.

• O que você espera da eternidade?
Espero que continue lá onde está. A eternidade é um horizonte.

Leia Resenha De Morreste-Me

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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