o corpo da casa crescido
costelas a mais
de pau seiva casca
mais folheando mãos espalmadas
coroadas de cajás
acerolas bananas jacas
enquanto
cascalhudas águas corredeiras
farfalham sua cura
sonoríssima
ao pé do barranco
a sul dos abismos
…
cajá-manga, limão galego, jambo
a casa, as galinhas, a orla do
barranco
donde as cãs, gertrudes e stein
engraçavam-se aos passantes
quand’época, tangerina, e
jabuticaba quand’em vez
cuidar da terra como
lavar a louça
— ritos de comer
em guarda junto ao garfo
o pai empunha notícias do mundo
tudo é mundo muito
embora nem sempre
pareça, pai
isso foi antes
antes da internet
quand’aqui era pouso
ponto de fuga
já era luta também
porém dentro
depois (agora quando)
expliciderramou-se
primavera (pai)
sobre os cajás, limões e
pés de jambo
…
por mais que pergunte
às nuvens ao silêncio
a meu esperma derramado
aos espinhos que doem
dentro
(de onde não logro sair)
ao que parece não tem nome
este vento daqui
mas suas mãos sem fome
desentortam espelhos
põem gosto de carne
(fresca)
na língua dos cães
justificam o tempo
sem que se entenda
e acordadas, acordadíssimas
vão dormir