o lenço sobre o rosto
o seio torcido entre as mãos
a manivela do tempo
a mão alcançando
não a súplica
mas a ordem
a sorte é uma vela acesa
ah se eu pudesse correr mais rápido e construir o mundo contra o mundo
ah se eu pudesse gritar mais baixo — o sussurro
ser tocada pela mão que vigia o dia
e dispor da carta para ungir
a ferida noturna
o pão a partir-se todo
a voz em missão de gênese
…
espera na água fresca
o poema esquecido
entre os nãos e as pontas
da rede
os músculos tesos
seu peso sobre as coxas
trago do rio
a rede pesa e estala
um vento
um abraço extático
o pelo a romper o pescoço
o selo sobre a bainha
a cela a anoitecer
…
manta pousada
na placidez do sonho atmosférico
as plêiades
rendas da escritura
oculta entre os mundos
o invisível assume aqui
a lágrima visível
na terra
espiam os lobos
…
sigo os ossos
renda a contornar o vazio
a forma sobre o tempo
a olhar o que permanece em órbita e brilha — a estrela
o que fenece e torna a nascer — a flor