Tróia I
Em tempo antigo, Helena, bem malandra,
chifreia o bananão do Menelau,
que põe a culpa num Páris de Tal,
e a guerra o Agamenon então comanda.
Menê, c’o irmão mais velho, todo prosa,
a Tróia vai lutar contra o janota,
pra libertar a esposa, a tal cocota,
que ao outro se libera bem fogosa.
Chegando lá, constrói-se um tal dum fosso
sem autorização do deus Netuno,
que grita a Zeus, Apolo, Atena, Juno,
e todo o Olimpo acorda em brado grosso;
e Zeus, de mau humor e saco cheio,
ordena: “que se arrase fosso e meio!”
Tróia II
A guerra tava má pro lado grego,
o fosso destruído, e a Tróia brava
as hostes dos atridas arrasavam,
e Agamenon tomava bem no rego.
Pior, foi que o chefão, assaz pedante,
roubou Cassandra de um seu agregado,
Aquiles, que ficou injuriado,
e greve declarou naquele instante.
Heitor, chefe troiano, às gargalhadas,
gozava sua repentina glória
ao ver de Agamenon as trapalhadas,
e já cantava os hinos da vitória
depois que matou Pátroclo feroz
em fúria de combate tão atroz!