as coisas amadurecem seus nomes
as coisas amadurecem seus nomes
trocam de pele: tocam nossos olhos
atentos ao movimento mínimo do
mundo desde a raiz selvagem crescendo
por dentro da potência até as roupas
no varal que respondem ao vento
com seus vazios como velas de um barco
no mar: perceber esse mínimo mundo
é encontrar em cada ser contemplado
com o silêncio a pulsão que nutre o
olho e o humano parte da micro-
matéria
…
objeto
entranhar
no objeto
reter dele
não a imagem
a cor — o peso
irregular
mas o tempo
a dúbia face
do mesmo
testemunho
no claro-
escuro
da solidão
…
poça de água
na poça de água
o cílio perdido
é um micro-
barco
cort-
ando
ao meio
o diálogo
entre o prédio
e o velho poste
-mastigando-
o que resta
de luz