Estou fechado para balanço.
Soturno, entre três turnos,
nada posso contra a luz.
Com nítidos sinais de fadiga
na alma.
Uma dose de nepente (e pronto):
a dor vai embora.
A existência fica, sazonada
em seus caminhos da noite.
Microcósmicas formigas
avançam na laranja.
O mal me apetece.
A vida é veneno.
O espelho é falso, e estilhaça
o desenho do meu vulto:
(eu, homo de humus, barro
e cuspe do cálice perpétuo).
Estou fechado para balanço.
A ferrugem devora o meu espírito.
Sou manual na minha tristeza
de amar a vida.
Um trem de ferro passa por cima
do meu coração. Ai, gelatina de
sangue!
As Eríneas me consolam.
Peço socorro à polícia (com seus
cacetes de abrir vergões no céu
dos meninos).
Meu pescoço voa. E leva a minha
cabeça
para os calabouços da Idade Média.
Uma escultura grega me abraça.
É tarde. Um punhal entenebrece
o que sobrou de mim.