1
Não se mude o teu formato
ó livro de quatro quinas,
pois é neste mundo exato
que estão as coisas divinas.
2
O livro, repositório
de tanto conhecimento,
desafia o provisório
na escrita de um monumento.
3
De tantos livros que empilho
onde está o número um?
Uns aos outros se dão brilho,
a claridade é comum.
4
Os quilômetros que tenho
de leituras nesta vida,
dão-me a paz de um velho engenho
sobre a riqueza auferida.
5
O livro — tão fácil tê-lo
como o pão, nossa alegria;
qualquer um pode fazê-lo
com as auroras do seu dia.
6
O livro não tem tamanho
nem se define o saber,
sem ele — que mundo estranho,
nada fácil de entender.
7
Pedras gravadas a mão
e rolos de pergaminho…
tantos caminhos se vão
para tê-lo em meu caminho.
8
Repousado sobre a mesa
ou de lombada na estante,
o livro guarda a beleza
do mais incrível diamante.
9
Foi nas páginas de um livro
que mergulhei feito um peixe,
destas águas não me livro,
de estar só nunca me queixe.
10
O livro, a lavra, a vontade
de ver além, muito além,
nele se aprende a verdade
tão vária, tão de ninguém.
11
Diz o poeta que Cristo
não tinha livros nem nada,
mas graças a tudo isto,
temos a História Sagrada.
12
Ser autor, ver tua cara
junto a gráfica escritura!
Não parece coisa rara,
é do livro essa loucura.