Rascunho 100
Cruzes! Esse número 100 do Rascunho está de tirar o fôlego! Primeiro vem a Cláudia Lage fazer aquele poema sobre os erros de alguma coisa que se ensina nas escolas com o nome de Literatura Brasileira. Leiam Tiro nas letras! Depois aquela outra maravilhosa Clarice Niskier vem falar de suas experiências literárias! Que delicadeza, leia sim! Chama-se Afinação literária. Depois aqueles oito escritores nos sugerindo: Mãos à obra! E não é só isso. É isso e também isso. Esse Rascunho de 40 páginas que você não encontra nas bancas… Assine! Que timaço!
Ida Vicenzia • Rio de Janeiro – RJ
Acabo de ler a edição especial número 100 do Rascunho. Não há como deixar de parabenizar você e os colaboradores que fazem o jornal acontecer todos os meses; há tantos meses. Prolfaças pela efeméride! Avante, sempre avante! Que nunca faltem o estímulo, a vontade, o ideal e as condições indispensáveis para continuar publicando este jornal de literatura tão importante para os brasileiros que gostam de ler e de escrever. E por falar nisso, um abraço especial aos autores experientes que deram conselhos a quem sonha dedicar-se à literatura – Decálogo ao jovem escritor. Que aula interessantíssima! E os melhores momentos da conversa com o escritor Antônio Torres, o que dizer? Faz pensar e provoca o desejo de mudar o jeito da gente pensar. E a volta do crítico literário José Castello às cartas. E o sempre ótimo Marcio Renato dos Santos?! E o comentário isento do Fabio Silvestre Cardoso sobre a biografia de Paulo Coelho?! Grato, sempre na expectativa de uma nova boa leitura.
José Antônio Rezzardi • Pato Branco – PR
É admirável a trajetória do Rascunho, que chegou ao número 100. Tão admirável que o Paraná inteiro deveria torcer para o Rascunho chegar aos 100 anos. E com tanta sabedoria e experiência, o nome ficou aquém da importância: já foi devidamente corrigido, passado a limpo e hoje é um exemplo da boa leitura e da boa literatura. Parabéns.
Ruth Bolognese • Curitiba – PR
Parabenizo-os pela iniciativa do Rascunho. Parabéns a todos que dão essa força à cultura e à arte da literatura.
Jorge Lenzi • via e-mail.
Mais escritoras
Sou leitora do Rascunho porque costumo ingerir altas doses de literatura, coisas assim do meu mundo. O jornal de irrepreensível composição, a meu ver, só deixa a desejar num único item, poderia dispor de mais artigos, mais palavras de mulheres, do universo das escritoras.
Maria L. São Thiago • Rio de Janeiro – RJ
Ainda Machado
Agora, além de Millôr Fernandes, também Manuel Bandeira, conforme o Rascunho de setembro, concorda que Machado de Assis não é um gênio inconteste. Conforme Bandeira, Machado tem “gosto doentio de espiar o sofrimento alheio”, “psicologia dura, derrotista, insultante, de quase toda sua obra”, e é “sempre egoísta”. Conclui Bandeira: “Em suma, eu achava, e ainda acho, que Machado de Assis era um monstro”. Mas discordo de Bandeira em que era “um monstro que não fazia mal a ninguém, não obstante um monstro”. Entendo que um protagonista calhorda como Bentinho, apresentado a vestibulandos sem qualquer ressalva crítica quanto à ética, faz mal sim: funciona como aval da escola e do sistema cultural a comportamento elitista, escravagista, machista, revestido de cinismo, para falar apenas dos males menores. A ética, no sistema cultural, é como no sistema político: só da boca pra fora, só discurso. Na prática, recomenda-se um monstro ético, que cria e gostosamente avalisa personagens monstruosos. Volto a sugerir que Dom Casmurro e Memórias póstumas de Brás Cubas sejam substituídos nos vestibulares por O alienista, que tem sanidade ética. Se escritores e críticos não têm coragem para reconhecer a monstruosidade ética de Machado, depois de terem entortado a boca durante século com esse cachimbo torto, que os professores assumam que isso é seu dever, ou continuaremos a pedir um Brasil novo e cacifar o Brasil velho.
Domingos Pellegrini • Londrina – PR