O otimismo de Wilson

Em entrevista por e-mail ao editor Rogério Pereira e a Guida B..., Wilson Bueno mostra-se um grande otimista em relação à literatura brasileira
Wilson Bueno: eterno apego ao burilamento da linguagem
01/08/2004

Por Rogério Pereira e a Guida B

Por que se aventurar pela lentidão do final do século 19 e início do 20 em tempos de tanta pressa como estes em que vivemos?
Justamente para talvez, quem sabe, inventariar o ido e o vivido e assim lançar uma ampla visada a este nosso mais que aflitivo início de terceiro milênio… A literatura aí como privilegiada extensão de nossa imaginação, tentando recriar, através da linguagem, vezos, vícios, e possivelmente também proceder à recriação do tempo, seus ventos e brisas, suas intempéries. A pressa de hoje pode que seja a lentidão em um novo futuro, não é mesmo? Só temos idéia da pachorra e morosidade do século 19 porque armados dos referenciais deste atabalhoado tempo em que vivemos, penso eu.

“Amar-te a ti…” está repleto de referências diretas à obra de Machado de Assis. Além disso, estabelece um diálogo aberto e claro com o autor, tanto no argumento quanto no estilo. Outro dado importante é a citação de autores como Eça de Queirós e Xavier de Maistre. Em que medida esses outros escritores importam direta e indiretamente em influência para o seu romance?
O velho Machado é mais um ponto de apoio no romance do que propriamente a sua substância. Claro, há esta interlocução contínua com a literatura dele. Mas ele próprio era o produto de toda uma época, generosamente nutrido por toda a literatura de seu tempo. Apesar de ler em inglês e francês e alimentar-se do que havia de mais instigante nas literaturas de sua contemporaneidade, não nos esqueçamos que o Bruxo do Cosme Velho foi um leitor atento de tudo o que havia em língua portuguesa que estivesse ao seu alcance. Ninguém leu mais nem melhor Eça de Queirós do que Machado. Há, inclusive, um célebre ensaio, se não me falha a memória, sobre Primo Basílio, em que Machado de Assis exercita as artes da crítica, aliás com rara maestria, literalmente “dissecando” a prosa eçeana, outro grande titã literário dos oitocentos. Já nos dava ali, o autor de Dom Casmurro, uma lição de ouro — indispensável o conhecimento do trabalho de nossos contemporâneos, por mais que rivalizem conosco em pegada e estilo… E depois tem que em Amar-te… eu quis homenagear estes autênticos fundadores de nossa língua literária. Há, além dos que você citou, inúmeras “chaves” referenciais que colocam em pauta a escritura maravilhosa e maravilhada de Alexandre Herculano, Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida, Olavo Bilac, Piloro, e até a de José de Alencar, o primeiro poeta em prosa de nossas Letras e também a antiescritura do empoladíssimo Coelho Neto…Você sabia que Coelho Neto escreveu mais de 120 romances, num estilo retórico e pomposo que, mesmo a sério, mata de rir qualquer contemporâneo nosso que se aventure por seus cometimentos literários? De uma lusofilia arrepiante. Deveriam reeditar Coelho Neto para que, mais não fosse, aprendamos como não escrever nunca daquele jeito. Chega às raias da comicidade o seu preciosismo.

A essência de Amar-te… é a digressão. Apesar disso, o não-dito é o mais importante. A sugestão dos pecados de Lavínia, Licurgo e Leocádio mexem com a imaginação do leitor. Para a literatura, o que é mais importante: a verborrágica provocação reflexiva ou a insinuação?
Verborrágica provocação reflexiva, para mim, não é literatura. A autêntica ars litteraria é um verdadeiro jogo de esconde-esconde, de provocações sub-reptícias, isto sim; de um dizer não dizendo e de um não dizer dizendo tudo… Sombras, entretons, nuanças, matizes… Discurseira e verborragia ficam melhor em comícios e em palanques eleitorais… A não ser, como tudo tem a sua contraface, que a verborrágica provocação reflexiva sirva ela também para escamotear, para encobrir, para trair… Trair o leitor e suas congeladas expectativas é, para mim, o maior gozo em literatura… O naturalismo e um certo neonaturalismo que grassa hoje em nossas Letras matam esta possibilidade, a mais ampla e a mais fecunda do encantatório ofício literário… Tenho, para mim, que escrever não é “contar”, mas sugerir, insinuar, persuadir com uma máxima voltagem de sutileza, armar arapucas e inauditas armadilhas para o leitor, nossa vítima preferencial.

Apesar do afastamento temporal, ao lermos tanto Machado quanto os seus contemporâneos, desde os mais visionários até os mais puristas da língua, tendo o mínimo de trato com o texto, não há qualquer dificuldade de vocabulário. Em Amar-te…, porém, há certa insistência no uso de determinados termos que já não eram comuns na literatura do tempo retratado. Em Mar Paraguayo, as experiências de linguagem também preponderam. Como funcionou a pesquisa lingüística em Amar-te…? Não há ali uma mão pesada, mesmo que proposital, objetivando marcar a distância entre o tempo do escrito e o tempo do lido?
Esta colocação é muito oportuna e “pega” o meu livro pela raiz… Se em Mar Paraguayo, trabalhei com um mix de português, espanhol (o celebrado portunhol ou brasiguayo) e o guarani, em Amar-te… o mix é de outra natureza, mas essencialmente o mesmo — uma mistura de linguagens de época, por excelência. Por mais que eu, um autor do século 21, intente reproduzir, digamos, a linguagem dos oitocentos, estarei invariavelmente traindo esta mesma linguagem, introduzindo, queira eu ou não queira, a dicção de meu tempo. Fiz, medidas as proporções evidentemente, como Saramago com Memorial do convento. O mestre português revelou, em entrevistas, que para construir este livro, para mim monumental em engenhosidade e talento, leu tudo o que havia de prosa barroca disponível. Ato contínuo, fechou todos os livros e foi escrever o seu “barroquismo”, um barroquismo, claro, reinventado, contaminado por tudo o que de moderno e de eterno possua a nossa bela e encantada Língua. A mão pesada, proposital, claro, para a linguagem de Amar-te… quis, como — de novo —, em Mar Paraguayo, criar um efeito imediatamente cômico, caricatural, para instaurar ali, digamos, um “distanciamento” e um entrechoque. No Mar…, de idiomas; em Amar-te…, de épocas. É absolutamente hilário que alguém fale ou escreva, por exemplo, “farfalhices hibernais”, “malandrim”, “treda”, “truz”…. Uma denúncia constante desta retórica bacharelesca, no mau sentido, que marca ainda hoje a linguagem de nossas elites… Falar difícil e enviezado é o maior vício de nossas elites… Observe uma autoridade, um magistrado, e você verá que muito pouca coisa mudou na sintaxe de nossa dita “alta cultura”… Sei disso na carne — filho de uma família humilde, na minha infância as vizinhas ditas chiques marcavam a diferença conosco pelos plurais e pelos verbos. Éramos pobres, migrantes do Norte paranaense, falávamos errado e feio. “Eles” não — falavam sofisticado, difícil, às vezes até de modo incompreensível para o nosso “idioma” de raiz.

O que mais o atrai em Machado de Assis?
É sem erro, sabemos, não só o maior prosador brasileiro de todos os tempos, como um dos maiores da língua portuguesa e seguramente entre os titãs literários do século 19 e inícios do 20 em qualquer literatura. Está, nesse sentido, ao lado de Flaubert, Vitor Hugo, Balzac, Conrad… Mas ninguém como ele para lidar com as nuanças de nosso idioma. O estilo, a ironia matizada de unhas, umas vezes melancólica, outras tantas, bailarina; a pegada “shakespereana” do “eterno” da alma humana — seus vícios e grandezas; a construção de personagens, à maneira de Tchecov, outro monstro, em duas ou três indicações ou referências. Machado consegue devassar, e denunciar, o íntimo de uma personagem, muitas vezes em três linhas — um gesto, um modo de andar, um tom de voz. Esta prosa enfeitiçada, este horror aos enredos explícitos, funâmbulos e aventurescos, este gozo epifânico da Língua… Bem, Machado de Assis, sem exagero, continua sendo o que temos de melhor em língua portuguesa.

O pacto entre o leitor e o autor proposto no prólogo do livro — em que o autor afirma ter encontrado os manuscritos na demolição de uma mansão aristocrática, em Botafogo, no Rio de Janeiro, é uma artimanha narrativa já tradicional na literatura brasileira. Isso se deve à busca de verossimilhança? Por quê?
Ao apelar para a cumplicidade do leitor, tento ali, talvez de modo diverso do que ocorra geralmente em nossa literatura, colocar quem lê num ardil, no meu ardil. Aquele prólogo ali é uma armadilha, uma arapuca. Ter o leitor na qualidade de interlocutor privilegiado do escritor, pelo autor, propondo-lhe uma aproximação o mais íntima possível, inclusive no desenrolar da narrativa, quase como se ele pudesse interferir nos rumos do enredo, é igualmente bem a cara da literatura dos oitocentos, e não só na literatura brasileira. Mas veja que o manuscrito em si, assinado por Leocádio Prata (ou reescrito pelo canalha do Licurgo Pontes, seu desafeto, com vistas à “publicação do pecado”, naquela trama de amor e ódio, ou mesmo pela frágil Lavína Prata, a esposa do narrador…), veja que ao longo de todo o romance, embora haja esta interlocução contínua com um possível leitor, a intenção do narrador é a de que ninguém lerá aquele “caderno de anotações e desabafo”. Desde o princípio, Leocádio Prata diz e rediz ao leitor que, a rigor, por decisão dele, não poderá existir, que queimará, ao final e ao cabo, todo o manuscrito para que nada reste ou sobre de suas confissões muitas vezes desabusadas. Mas e se foi o Licurgo Pontes que passou tudo a limpo? Os originais são higiênicos demais e denunciam aí que foram copiados por alguém. Pode ter sido pelo próprio Leocádio Prata que decidiu passá-los a limpo, ou mesmo pela inocente Lavínia, com vistas a matar o tempo e o tédio de suas horas sozinhas. Eu mesmo, juro, não sei se o livro foi reescrito para prejudicar, no futuro, a moral aparentemente tão ilibada de nosso herói monarquista, escravagista e sobretudo homofóbico. Por mais que interaja o tempo todo com o leitor, em Amar-te… o narrador zomba o tempo inteiro deste fantasma, o leitor, pois, para ele, em princípio, ninguém lerá os seus papéis velhos.

O que o Brasil do início do século 19 pode ensinar ao atual?
Muita coisa, mas acho que principalmente o maior ensinamento que podemos extrair do século 19, embora eu acredite piamente que nunca venhamos a aprender a lição, é que a crueldade e a hipocrisia não valem a pena. Os oitocentos brasileiros foram incalculavelmente mais cruentos que os novecentos. O escravagismo, o tráfico de escravos… Fomos um dos últimos países do mundo a abolir a escravatura. A nefanda Guerra do Paraguai (1864-1870), uma das guerras mais selvagens de nossa história. Afeganistão, Iraque, Vietnã, são fichinhas se comparadas à Guerra do Paraguai. Torturamos, matamos, dizimamos o que a elite tupiniquim dos oitocentos chamava de “a indiarada”… Os votos de cabresto, a sórdida monarquia de Dom Pedro II, a retórica que dá nojo — vazia, sórdida e de suspeitosos propósitos… A nenhuma democracia, o arremedo de imprensa, o escravismo branco e urbano…

Você tem se mostrado um grande otimista em relação à literatura brasileira. Por quê?
Um país que tem Machado de Assis, Guimarães Rosa e Clarice Lispector não pode se queixar de sua literatura, não é mesmo? E acho que continuamos nessa linha, não só honrando o nosso rico passado literário, como lançando pontes para o futuro. Vejo aí uma moçada trabalhando, lendo muito, enfrentando moinhos de vento para dar uma cara ao país. Não importam as escolas ou as tendências, tem muita gente trabalhando, muita gente mesmo —seja na poesia, no ensaio, na crítica, no conto, no romance, em cargos importantes nas editoras, no espinhoso jornalismo cultural, de tão parco retorno financeiro. Nomes fundamentais da literatura brasileira estão se formando hoje, muitas vezes na nossa cara e muita gente parece não enxergar isso. Veja, poetas como Drummond, como Murilo Mendes, João Cabral, para ficar só nesses, já bastariam para que puséssemos a mais desassombrada fé em nossa literatura. Além, claro, dos novíssimos que aí estão — polêmicos muitas vezes, circunstancialmente perdidos alguns deles, sem encontrar ainda um rumo que infalivelmente encontrarão, mais cedo ou mais tarde. Sou mesmo — sou um otimista com relação à literatura brasileira, sem erro uma das mais férteis e criativas literatura de todo mundo. Temos juventude e uma coisa danada de boa — coragem para desafinar o coro dos contentes. Sempre foi assim, não está nem será diferente agora.

Mar Paraguayo foi recentemente adaptado para o cinema. De que maneira cinema e literatura podem se ajudar na disseminação cultural?
Considero que essa interação entre as mídias pode enriquecer sobremaneira umas às outras. E acabam acontecendo aí, muitas vezes, uma coisas quase inexplicáveis. Há filmes superiores aos livros dos quais foram adaptados e o inverso também ocorre até com bem maior freqüência. E, na maior parte das vezes, literatura e cinema estão em pé de igualdade. A adaptação de Mar Paraguayo para o cinema, um texto que eu imaginava inadaptável para qualquer outra mídia, acabou se revelando surpreendente. Nivaldo Lopes, o diretor do média-metragem, levou para a tela grande o meu livro com percuciente engenho. A atriz, também, a que faz “la marafona del balneário”, Letícia Guimarães, acabou se tornando a cara de minha personagem e já não sei mais discernir entre uma e outra. A coragem dela, ao viver uma personagem como “la marafona” também é digna de nota. O filme é forte, muitas vezes pesado mesmo, e exigiu, principalmente de Letícia, um desassombro que honra o cinema brasileiro. Claro, não é o meu livro. Mar Paraguayo, o filme, é o filme do Nivaldo Lopes, mas como espectador de cinema, de longa data, gostei muito. Sou suspeito, de certa forma sou suspeito para emitir um juízo de valor, mas o filme ficou lindíssimo.

Você foi editor do Nicolau (jornal literário de grande importância na década de 80) durante muitos anos. Qual a sua avaliação sobre o espaço que a imprensa concede à literatura?
Criei e dirigi o Nicolau, por oito anos, dentro de uma Secretaria de Cultura, o que já é em si um feito heróico, com uma pequeníssima e aguerrida equipe que contribuiu consideravelmente para o sucesso do tablóide. Evidente, jornal é um trabalho coletivo e portanto fico muito à vontade para falar de Nicolau. Conquistamos inúmeros prêmios e tivemos uma presença acachapante no sanatório das letras brasílicas. E pudemos prosseguir na tradição, mais curitibana que paranaense, de um jornalismo de idéias de marcada presença nacional. Os espaços para a literatura na imprensa brasileira são cada vez mais exíguos, medidos literalmente em centímetros, o que é lamentável. Mas ainda assim sempre se dá um jeito de inventar, criar, ultrapassar os limites basicamente comerciais que regem hoje, mais do que nunca, os destinos de nossa imprensa. Colaborei regularmente por muitos anos com o Caderno 2 e o Cultura do jornal O Estado de S. Paulo e acho que conseguimos marcar gols olímpicos ali, mesmo com as invariáveis restrições de espaço… O Mais e a Ilustrada da Folha de S. Paulo, temos que reconhecer, têm tidos notáveis momentos de pauta, inúmeras vezes exclusivamente literários. Eu não posso me queixar da grande imprensa brasileira que sempre prestigiou o meu trabalho.

Quais autores nunca te abandonam?
Esta pergunta tem uma notação deliciosamente ambígua. Possui o sentido de autores que nunca me deixaram na mão, ao mesmo tempo em que significa os autores que a gente nunca abandona nem deixa de lado, né? E, assim sendo, posso responder, com a mesma deliciosa ambigüidade, que nunca abandonei e nunca fui abandonado por Guimarães Rosa, Machado de Assis, Clarice Lispector, Ítalo Calvino, Euclides da Cunha, Miguel de Saavedra Cervantes, Fernando Pessoa, Drummond de Andrade, Raduan Nassar…

Como é o seu processo criativo?
Costumo dizer que mais que um escritor, sou, por excelência, um “reescritor” de coisas. Escrevo religiosamente uma página por dia. Aprendi isso, não faz muito tempo, com meu amigo César Aira, o grande autor argentino e posso garantir que funciona. Não mais que 30 linhas por dia. Nem sempre o pretendido vem com facilidade, mesmo em se tratando de 30 linhas. Uma vez prontas, no papel, aí sim é que começa o trabalho insano e extremamente gozoso — o de brincar com o já escrito, lê-lo com diversos olhos e angulagens, pensá-lo de diversas maneiras, e reescrevê-lo… Imprimo e leio as 30 linhas, absolutamente corrigidas, como se estivessem rigorosamente prontas. Mas daí surge uma substituição aqui, outra acolá, isto quando parágrafos inteiros não dançam de vez. E aquilo em que muitas vezes gastei uma hora e 40 minutos para pôr no papel, me consome uma noite inteira de reimpressões e reescrituras. Costumo guardar a página original e só então verifico que, de tanto mudar, alterar, substituir, o texto é outro, quando não é outro até o personagem…

Curitiba é um ambiente propício à criação literária?
Nossos colegas “conterrâneos” não nos deixam mentir, né? Te daria em minutos, no mínimo, cinco grandes escritores que vivem em Curitiba, nomes nacionais e referenciais para a literatura brasileira como um todo. Nesse sentido acho que vimos substituindo Minas Gerais. A visibilidade hoje da literatura feita no Paraná, sobretudo em Curitiba, é um fato notável e notório. E ainda por cima temos o privilégio de alguns “estrangeiros” que para cá se transferiram e nos ajudam a marcar, ainda mais, uma presença efetivamente nacional. E depois tem que a cidade é amistosa, tem o frio, que eu particularmente adoro, e todas as alternativas de acesso à cultura que qualquer grande metrópole oferece. Não trocaria Curitiba, hoje, como escritor, nem por Nova York.

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Rogério Pereira

Nasceu em Galvão (SC), em 1973. Em 2000, fundou o jornal de literatura Rascunho. É criador e coordenador do projeto Paiol Literário. De janeiro de 2011 a abril de 2019, foi diretor da Biblioteca Pública do Paraná. Tem contos publicados no Brasil, na Alemanha, na França e na Finlândia. É autor dos romances Antes do silêncio (2023) e Na escuridão, amanhã (2013, 2ª edição em 2023) — finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, menção honrosa no prêmio Casa de las Américas (Cuba) e traduzido na Colômbia (Babel Libros) — e da coletânea de narrativas breves Toda cicatriz desaparece (2022), organizada por Luiz Ruffato.

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