Poesia politicamente incorreta

A leitura da obra do sagaz e melancólico Byron é uma forma de resistência à imbecilidade contemporânea
08/10/2015

No século 20, o jornalista, satirista e poeta austríaco Karl Kraus dizia que é diferente ter talento e ser talento. Poetas que têm talento precisam se justificar, escrevendo teorias sobre seu fazer poético ou sua época, o gosto da moda, etc. Byron não tinha talento, Byron era talento.

Existem obras que parecem não depender da experiência de vida de seus autores e outras que não poderiam existir sem elas. Este é o caso da poesia de Byron. O poeta inglês tornou-se um mito, parte por criação própria, parte por conta dos inimigos. Como todo o mito, quando lemos sua biografia, é difícil precisar onde começa a vida ou a lenda, dadas as inúmeras e por vezes inverossímeis peripécias a que ele está submetido.

Em sua época, ele enfrentou uma inteligenstia inglesa utilitarista. O utilitarismo, cujos principais representantes são Jeremy Bentham (1748-1832) e, posteriormente, John Stuart Mill (1806-1873), propunha a responsabilidade social em detrimento do valor individual.

Como bem disse Kant em 1764[1]:

É comum denominar-se útil apenas àquilo que pode satisfazer nosso rude sentimento, àquilo que excede em comes e bebes, no luxo do vestuário e mobília, nos desperdícios em festas contínuas, embora, de minha parte, não veja porque tudo o que diz respeito a meu sentimento mais intenso não seja contado entre as coisas úteis. Todavia, se se toma tudo por essa medida, aquele no qual predomina o interesse próprio é um homem com o qual não se deve jamais raciocinar acerca do sentimento refinado. Sob esse ponto de vista, uma galinha é certamente melhor que um papagaio; uma panela, mais útil que uma louça de porcelana; todas as cabeças engenhosas do mundo juntas não valem um camponês, e o esforço em descobrir a distância das estrelas fixas pode ser deixado de lado, até que o arado deve ser mais vantajosamente conduzido. Que asneira, porém, meter-se num conflito — no qual é impossível que todos cheguem a sensações uníssonas — porque o sentimento não é, de maneira alguma, uníssono!

Segundo a ética utilitarista, como o homem busca a felicidade, as ações só teriam valor à medida que a felicidade fosse estendida para a sociedade. Esse pensamento só poderia entrar em conflito com os valores estéticos. Contemporaneamente, o pensamento politicamente correto, herdeiro do utilitarismo, tem tolhido a liberdade de pensamento, as atividades competitivas e as apreciações estéticas. Em debates públicos, o discurso tem sido policiado, como se as palavras determinassem o pensamento e a realidade; em competições, criam-se políticas para condecorar todos pela participação, fazendo de todos perdedores; em apreciações estéticas, tem-se distribuído cotas de beleza, igualando todos pela fealdade. É que tanto a força como a beleza pressupõe a raridade, a singularidade e a solenidade, algo que só pode ser único. Esse pensamento promove o medíocre, excluindo intelecto e beleza. Ele só poderia entrar em confronto com poetas singulares como Byron, com seu desprezo pelo útil, sua reação aristocrata diante da ingenuidade e hipocrisia de tal ética.

Na época de seu primeiro livro, Hours of Idleness, de 1807 (Horas de ócio), os críticos utilitaristas chegaram a aconselhar o poeta “a imediatamente abandonar a poesia e voltar seus talentos, que são consideráveis, e suas oportunidades, que são muitas, para usos mais proveitosos”[2].

Além de poemas líricos bastante sentimentais, composto de várias traduções de poetas latinos, como Catulo e Anacreonte, entre outros, o primeiro livro de Byron foi rechaçado por essa inteligentsia utilitarista. E ao contrário de poetas medíocres que pululavam na Inglaterra, Byron reagiu com um longo poema satírico, English bards and Scortch reviewers, de 1809 (Bardos ingleses e críticos escoceses), por meio do qual desmascara os críticos e também combate o decoro romântico que tratava de “burrinhos”, “aldeias” e “criancinhas retardadas”.

Ilustração: Theo Szczepanski

Embora bem menos volumoso e devastador, é interessante compará-lo com a postura de Goethe com relação à crítica europeia da época:

REZENSENT

Da hatt ich einen Kerl zu Gast,
Er war mir eben nicht zur Last;
Ich hatt just mein gewöhnlich Essen,
Hat sich der Kerl pumpsatt gefressen,
Zum Nachtisch, was ich gespeichert hatt.
Und kaum ist mir der Kerl so satt,
Tut ihn der Teufel zum Nachbar führen,
Über mein Essen zu räsonieren:
»Die Supp hätt können gewürzter sein,
Der Braten brauner, firner der Wein.«
Der Tausendsakerment!
Schlagt ihn tot, den Hund! Es ist ein Rezensent.
J. W. Goethe, 1776.

CRÍTICO

Chegou uma cara visita
Que a mim não era um parasita.
Com minha modesta comida
Empanturrou-se. E com a bebida,
Da sobremesa então deu cabo.
Vizinho a mando do Diabo,
Ao terminar a minha ceia,
Raciocinou de boca cheia:
“Na sopa faltava cominho,
O assado cru, azedo o vinho.”
Que coma a maldita migalha!
É um crítico. Morte ao canalha!
(Tradução de Wagner Schadeck, 2013)

Além desse diagnóstico com relação à crítica, Goethe estava certo ao dizer que o poeta inglês era o talento daquele século, dedicando-lhe um lugar em sua obra de vida, a segunda parte do monumental Fausto, por meio de uma alegoria com o mito de Ícaro.

Seja como for, este primeiro embate serve para fortalecer ainda mais a personalidade de Byron, que a essa altura também acumulava não só inimizades literárias como também inimigos políticos, dado o inflamado discurso liberal que proferiu na Câmara dos Lordes (1812). Neste sentido, assim como o poeta romano Ovídio, Byron encarna o gênio que, por um lado, é perseguido em seu país, e, por outro, é extremamente popular. Ou seja, não pode fazer parte da elite cultural ressentida, nem, por outro lado, embora popular, não pode viver entre o povo. A aristocracia lhe pesa, como as gigantescas asas do albatroz, que Baudelaire, com seu satanismo jansenista, usará posteriormente como alegoria para o poeta moderno (o drama de viver entre o ideal e o tédio é byroniano). Sendo a Aristocracia o poder da virtude; é daquele que tem maior destaque, poder e beleza que não se espera gula, vaidade, orgulho, etc. Espera-se virtude de um grande líder de cujas mãos dependem muitas vidas; espera-se virtude de uma mulher belíssima, porque isto seria um sinal ainda maior de esforço espiritual. É do excepcional que se exige valor, porque o poder é enorme. Entretanto, nada nos mostra mais humanos do que os vícios. É por isso que Byron escarnecia do racionalismo utilitarista, nivelador da mediocridade e distribuidor da hipocrisia ética. O poeta viveu o drama do tédio, cumulado de excentricidades e excessos. Foi esse drama, e não apenas a moral guerreira da mitologia nórdica, que fez Nietzsche dizer que o aristocrata apresenta-se como modelo moral: o clero ressentido o censura, para rebaixá-lo; o escravo invejoso o celebra, porque quer agir como ele.

Entretanto, em pelo menos uma coisa os moralistas não se enganaram com relação ao poeta: ter como finalidade moral uma vida de alegria não leva ao contentamento humano, mas ao tédio. A busca pelo prazer não gera mais felicidade; mas o fastio pela humanidade ou as dores do mundo (Weltschmertz)[3], tema moderno por excelência, e que já estava presente na sensação desenganada de Childe Harold, caminhando pelas ruínas da civilização.

Os primeiros dois cantos de A peregrinação de Childe Harold foram lançados em 1812, e os dois últimos apenas em 1818. Foi esta a obra que o fará conhecido no mundo inteiro. Acumulando dívidas, entre 1809 e 1811, Byron empreendera uma longa viagem por Portugal, Espanha, Malta, Gibraltar e Grécia, que lhe serviram de matéria poética. Byron, entretanto, não faz uma crônica; poetiza a experiência, usando, por exemplo, os nomes míticos, Lísia, para Portugal, Gália, para a França, Albion, para a Grã-Bretanha. As nefastas guerras napoleônicas aparecem entre referências míticas; Byron dissolve o factual do mítico, como Camões faz o gigante Adamastor do Cabo da Boa Esperança.

A peregrinação do herói, Harold, além de elemento biográfico, apresenta também o conflito de Byron. No início da narrativa, Harold é um jovem folgazão e libertino; enfastiado da vida, resolve aventurar-se. Nos dois últimos cantos, o narrador se dá conta que Harold dissipa-se, restando-lhe talvez uma sombra. Byron parece flanar pelos fragmentos de suas memórias como Harold caminha pelas ruínas e cemitérios da civilização. É uma confissão agostiniana, mas sem Deus. As digressões e referências nestes dois últimos cantos revelam um cansaço pela repetição da humanidade, chafurdando e patinando em suas formas ideais de esperança, que à época já possuíam propaganda: igualdade, liberdade e fraternidade… Diante da hediondez do mundo, a melancolia encontra no poeta um único escape, o humor.

O chiste, a melancolia e tédio são os temas da maior filosofia moderna, que vão de pensadores como Schopenhauer, Nietzsche, Freud, Kierkegaard, até Cioran, Unamuno, Agustina-Bessa, entre outros. E numa época como a nossa, em que o antigo utilitarismo não só triunfou, como se transformou numa política de felicidade universal, Byron é atualmente incômodo.

Como os excessos de peças como Cain, ou as excentricidades da poesia orientalista byroniana (matéria futura para simbolistas e decadentistas), não são tão bem palatáveis, não é à toa que os críticos contemporâneos prefiram o entretenimento dos chistes em Beppo e Dom Juan ao Childe Harold; ou ainda, com sua política totalitária que, em nome do bem-estar social, pretende, cada vez mais, tornar o privado público e o público privado, é compreensível que lhe prefiram a vida privada à obra, as cartas confessionais à inteligência.

Como os novos utilitaristas acreditam poder salvar a humanidade resgatando ratos de laboratório, creem que a liberdade sexual é felicidade, creem poder acabar com a violência humana com uma alimentação balanceada e horas de meditação, e os poetastros continuam a falar sobre a função da poesia, o valor da coletividade, refletindo o decoro dos bajuladores, ler Byron, essa personalidade sagaz e melancólica, é uma resistência à imbecilidade contemporânea.

Byronismo brasileiro
A recepção de Lord Byron fora da Inglaterra sempre foi maior, mesmo no caso assombroso de Childe Harold. Não que o Lord guardasse algum sinal de ressentimento por isso; pelo contrário, em certo sentido, fora semeando sarcasmo e ironia nesse terreno inóspito que ele desenvolveu o que se costumou chamar de humor inglês.

A repercussão europeia de A peregrinação de Childe Harold também chegou ao Brasil. O byronismo deve como centro a Escola de Direito de São Paulo, envolvendo nomes como Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Aureliano Lessa, Bernardo Guimarães, Francisco Otaviano, Francisco José Pinheiro Guimarães, entre outros.

Num impressionante estudo, Onédia Célia de Carvalho Barbosa[4] apresentou as especificidades do grupo, as traduções muitas vezes feitas a partir do francês, língua dominada por todo o homem culto naquele tempo. Entretanto, segundo a autora, o grupo brasileiro formou uma imagem de Byron algo incongruente, devido principalmente ao poema Lines inscribed upon a cup formed from a skull (Versos inscritos numa taça feita de crânio). Traduzido diversas vezes no Brasil, graças a ele, o nome de Byron passou a ser associada a “cemitérios, túmulos e cadáveres.”, sendo o byronismo, segundo a autora, oriundo de “pastichos”.

Por outro lado, é curioso que esta recepção de “orgias fantásticas” tenha sido consoante a praticamente a dos “jovens românticos do mundo inteiro”[5]. Não estaríamos subestimando a recepção dos nossos românticos? Em que medida uma tradução de 1869, como a de Castro Alves (1847-1871), feita em decassílabos possivelmente a partir do francês, introduzindo elementos macabros alheios ao original, pode ter contribuído efetivamente para o byronismo?

Ilustração: Theo Szczepanski

Vejamos o poema em tradução inédita.

LINES INSCRIBED UPON A CUP FORMED FROM A SKULL

Start not — nor deem my spirit fled;
In me behold the only skull,
From which, unlike a living head,
Whatever flows is never dull.

I lived, I loved, I quaff’d, like thee:
I died: let earth my bones resign;
Fill up – thou canst not injure me;
The worm hath fouler lips than thine.

Better to hold the sparkling grape,
Than nurse the earth-worm’s slimy brood;
And circle in the goblet’s shape
The drink of gods, than reptile’s food.

 Where once my wit, perchance, hath shone,
In aid of others’ let me shine;
And when, alas! our brains are gone,
What nobler substitute than wine?

Quaff while thou canst: another race,
When thou and thine, like me, are sped,
May rescue thee from earth’s embrace,
And rhyme and revel with the dead.

Why not? Since through life’s little day
Our heads such sad effects produce;
Redeem’d from worms and wasting clay,
This chance is theirs, to be of use.
(Lord Byron, Newstead Abbey, 1808)

VERSOS INSCRITOS NUMA TAÇA FEITA DE CRÂNIO

Não hesites! Não fora esquivo
Meu espírito. O crânio nédio
Que vês, ao contrário de um vivo,
Nenhuma vez fluíra o tédio.

Vivi, amei, bebi e um dia
Morri. Ossos, a terra sabe-os.
Serve-te! Isto não em injuria.
O verme tem mais torpes lábios…

Prefiro a uva rubicunda
A nutrir larvas. E estar farto
Do mel dos deuses que circunda,
Não de comida de lagarto.

Onde me tem brilhado a verve
Que brilhe aos outros um caminho.
Caso o cérebro não conserve,
O que há mais nobre do que o vinho?

Se podes, bebe. E gente estranha,
Como contigo me comporto,
Salvar-te-á da terrena entranha,
A cantar e farrear com o morto.

Por que não? No dia da vida,
Produz-nos a cabeça o fútil.
De lodo e vermes redimida,
Eis a sua chance pra ser útil.
(Tradução de Wagner Schadeck)

Como podemos notar, se termos como “fossos”, “profanar”, “podridão”, usados na tradução de Castro Alves[6], destoam com o tom majoritariamente irônico do original, o poeta baiano, representante singular do byronismo, poderia — por que não? — ter em mente a lendária história que motivou a escrita do poema, sem a qual nem a fina ironia do original não seria captada, como parece não ter sido pela estudiosa supracitada.

Segundo a lenda, o jovem poeta teria encontrado em sua propriedade em Newstead Abbey um crânio humano. Byron teria promovido uma orgia, baseada nos ritos de conquista dos antigos nórdicos. Nesses rituais, após o assassinato, os guerreiros bebiam hidromel (melicraton, isto é, vinho com mel) em crânios improvisados como taças, brindando pela saúde de todos: sköll, de onde, aliás, origina-se a palavra skull (crânio).

Nesse poema, Byron subverte um dos lugares-comuns da poesia clássica: o convite ao vinho ou convite ao prazer[7]. Embora se trate de uma inscrição, ironicamente é como se a taça falasse com o interlocutor, usando um discurso que lembra o dos críticos utilitaristas que tanto o condenavam, o que, em nosso tempo, ainda é bastante atual, tendo em vista que este pensamento se tornou o chamado politicamente correto.

No século 19, o byronismo era sinônimo de cinismo, ceticismo, motivo por que os nossos românticos chamavam Byron de “Napoleão das Letras”. O impacto da atitude napoleônica poderia ser comparada à insurreição de Byron. E a despeito das várias outras referências profanas, como no drama Cain (1821) ou Heaven and Earth, Céu e Terra (1823), em que o próprio Satã figura, ao divorciar o belo da moral, Byron só poderia receber a mesma alcunha de Napoleão, o anticristo. Ambos já apontavam para o niilismo e para a descrença, tão características da modernidade.

Embora nome derivado do poeta inglês, o byronismo brasileiro também comporta o romance gótico preferido de Byron, Vatheck, 1782, de William Beckford (1760–1844) e ainda os contos fantásticos de E. T. A. Hoffmann (1776–1822), as Noites lúgubres (1774), de José Cadalso (1741–1782), livro de grande escândalo devido ao tema da necrofilia, além de traduções portuguesas de As noites, de Edward Young (1683–1765), por Vicente Carlos de Oliveira, em 1804, e do poema Elegia escrita em um cemitério campestre, de Thomas Gray (1716–1771), feita pela Marquesa d’Alorna (1750–1839), além dos sempre lembrados Alfred de Musset (1810–1857) e os poemas sepulcrais de Heinrich Heine (1797–1856), nas traduções do francês Gérard de Nerval, ou versões portuguesas de Gonçalves Crespo (1846–1883) e Soares dos Passos (1826-1860) e, indubitavelmente, a presente tradução de A peregrinação de Childe Harold, feita por Francisco José Pinheiro Guimarães, em 1841, reeditada agora pela editora Anticítera[8].

Childe Harold brasileiro
Esta é a primeira tradução integral de Childe Harold’s Pilgrimage no Brasil, publicada no Rio de Janeiro em 1863 pela editora Laemmert. Naquela edição reuniu, além dessa tradução e a tragédia Sardanapalo, também de Byron, outras traduções como a de O roubo da madeixa, de Pope, e Hernani, de Victor Hugo, sob o título de Traduções poéticas.

Fora as questões formais tradutórias, o que por si costuma gerar controvérsias, ainda mais se tratando de línguas bastante distintas como o inglês e o português, é preciso atentar-se para a data de 1841, o início do romantismo brasileiro. Fazia apenas cinco anos que Gonçalves Magalhães havia publicado a sua obra Suspiros poéticos e saudades; Gonçalves Dias ainda estava escrevendo em Lisboa seu Primeiros cantos, de 1846; Álvares de Azevedo completava seus dez anos de idade e Fagundes Varela havia acabado de nascer. Não se pode negar a influência arrebatadora de Byron principalmente nos dois últimos poetas citados. Álvares e seus companheiros do grupo paulista buscaram em Byron um ideal de poesia e vida, já para Varela, o byronismo tornou-se-lhe o veículo para expressar suas angústias e sua vida atormentada[9]: a morte dos filhos, o alcoolismo, as constantes detenções, quando, encarcerado, usava nomes de personagens de Byron.

Portanto, além de suas qualidades poéticas intrínsecas, a presente tradução tem um caráter histórico da formação de nossa poesia, contribuindo, como tal, para o melhor entendimento de nossa literatura, não como aquela crítica utilitarista que combatia o poeta inglês, reduzindo-lhe a poesia a uma moral hipócrita, mas como uma das obras-primas da poesia mundial, que à medida que emula a tradição clássica, também rivaliza com grandes poetas, como Horácio, Dante, Petrarca, Tasso, Camões, entre outros. Num país como o Brasil em que, infelizmente, além do analfabetismo funcional e massificação do pensamento universitário, havendo poucos leitores de poesia, devemos saudar o resgate de uma poesia tão singular e maravilhosa como a de Lord Byron!

 

[1] Cf. KANT, Imanuel. Observações sobre o Belo e sobre o Sublime / Ensaio sobre as doenças mentais. Trad. Vinicius de Figueiredo. Campinas. Ed. Papirus, 1993.
[2] Cf. RUTHERFORD. Andrew (org.) Byron: the critical heritage Londres, Routledge & Kegan Paul, 1970, p. 23.
[3] Cf. Schopenhauer, Arthur. O Mundo como Vontade e como Representação. Trad. Jair Barbosa. São Paulo. Ed. UNESP, 2007.
[4] Cf. BARBOSA, Onédia Célia de Carvalho. Byron no Brasil. Editora Ática,
[5] Op. cit., p. 24
[6] Cf. ALVES, Castro. Espumas flutuantes. in Poesias Completas. São Paulo : Ediouro, s.d.
[7] Cf. ACHCAR, Francisco. Lírica e lugar-comum: Alguns Temas de Horácio e sua Presença em Português. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994.
[8] Cf. BYRON. Lord. A peregrinação de Childe Harold. Trad. Francisco J. P. Guimarães. Curitiba. Ed. Anticítera, 2015.
[9] Cf. AZEVEDO. Vicente. A vida atormentada de Fagundes Varela. Editora Martins, 1966.

Wagner Schadeck

Nasceu agosto de 1983, em Curitiba (PR). Atualmente, mora em Santa Maria (RS). Traduziu as Odes de John Keats (2016), A desumanização da arte (2021) de Ortega y Gasset, entre outros. Foi selecionado por André Seffrin para a atualização da antologia Poemas de amor de Walmir Ayala (2021). Publicou ainda Quadros provincianos (2018), livro semifinalista do prêmio Oceanos, categoria poesia, e Terra enferma (2020).

Rascunho