Onde todo amor falha

“A fugitiva” acrescenta reviravoltas constantes e folhetinescas à obra-prima de Proust
Ilustração: Fabiano Vianna
01/01/2014

A fugitiva é o sexto dos sete volumes de Em busca do tempo perdido, e foi editado em 1925, postumamente, como A prisioneira. Para alguns, é uma análise excessivamente minuciosa e contraditória do amor a uma mulher ausente que deixa um rastro de suspeitas e desconfianças jamais apaziguadas no narrador. É também um romance que se presta como luva a uma associação autobiográfica, visto que o acidente que mata Albertine, num passeio a cavalo, lembra muito aquele que em vida real vitimou o amador de aviação Alfred Agostinelli, o amante de Proust que teria inspirado a personagem.

Penúltimo capítulo do septeto, A fugitiva é repleto de revelações e antecipa o desfecho de Em busca do tempo perdido, mostrando lances fundamentais no desenvolvimento de outros personagens de Proust. O livro é dividido em quatro capítulos: “Mágoa e esquecimento”, “A srta. de Forcheville”, “Estada em Veneza” e “Novo aspecto de Robert de Saint-Loup”. O mais longo e importante deles é o primeiro. No final do livro anterior, o narrador é informado por Françoise de que Albertine fugiu de seu cativeiro. Agora, entramos na seqüência linear de A prisioneira com uma afirmação de impacto — “A srta. Albertine foi-se embora!”, e a esta exclamação segue-se uma análise tão completa e contundente de um caso de amor que se acaba (e não acaba de se acabar), que dificilmente terá similar na história da literatura.

Edmund Wilson, em O castelo de Axel, no capítulo dedicado a Proust, diz:

Albertine é vista em tão variáveis estados de espírito, faz-se tema de tantas reflexões, dissocia-se em tantas e tão diferentes imagens, e seu amante descreve com tal despropositado luxo de pormenores as tortuosidades de sua própria sensibilidade, que por vezes nos sentimos submergir no pardo oceano sem horizontes da análise e perdemos de vista a situação básica (…) A relação entre Albertine e seu amante não parece envolver qualquer idealismo ou deleite.

A visão de Wilson é interessante, porque fica evidente que ele desejaria para o episódio um pouco mais de romantismo. E não falta lirismo a Proust, mas o poder de sua análise realista é tão acentuado, e vai com tanta lucidez à fonte mesma dos enganos da alma, que não podemos julgar A fugitiva senão à luz dos valores estabelecidos pelo próprio autor, pois ficamos rendidos à sua infatigável dissecação. Creio que aí está um problema particular de Wilson: esperar que um livro tão vasto e tão melancólico como Em busca do tempo perdido ofereça consolos românticos universais é perder de vista seu desconsolo básico.

Albertine se vai, ou melhor, volta para o seio da família Bontemps, onde fora criada. O narrador, achando que não deve perder a cabeça com essa perda, e que ela pode estar esperando que ele seja menos absurdo e a peça em casamento para livrá-la da situação social difícil em que a colocou, faz uso de um expediente inesperado: coloca o amigo Robert de Saint-Loup no seu rastro, mandando que ele leve dinheiro à sra. Bontemps com uma história pouco convincente.

É célebre este trecho: por não conhecer Albertine e ter o narrador em altíssima conta como esteta, achando que só uma mulher semi-divina poderia lhe causar tamanha aflição, Saint-Loup pede que ele lhe exiba uma fotografia — e se espanta com a falta de beleza e a vulgaridade de Albertine. É uma ilustração perfeita da subjetividade do sentimento amoroso e de como é impossível que outros compreendam o que sentimos por dada pessoa, transcendendo os limites do clássico provérbio “quem ama o feio, bonito lhe parece”. Proust escreverá depois, em conclusão muito mais abrangente, que o que nos interessa numa pessoa, sobre quem ao longo de anos de convívio projetamos partes consideráveis de nós mesmos, nem é mesmo o físico, mas o grão de identidade que a define e a torna única, de uma imparidade transcendente.

Enquanto espera a resposta que Saint-Loup deverá lhe trazer, o narrador vive um curioso episódio: leva para casa uma garota de menor idade, pagando para acariciá-la, e acaba tendo um problema com a lei (problema que é resolvido “entre compadres”, deixando clara a parcialidade da justiça sob interferência dos interesses e taras de classe; era preciso, para um delegado, que ele não tivesse sido tão desajeitado e oferecido tanto dinheiro à menina). Ele também se entretém com Andrée, amiga da amada, mas não deixa nunca de pensar em reaver Albertine, que, fugitiva, de novo lhe parece preciosa.

Para que esta volte, ele não deixa de fazer uso das seduções à disposição de um amante milionário, oferecendo-lhe um iate que deveria se chamar “O cisne”, citando um poema de Mallarmé, e também um Rolls-Royce — o que dá a medida da classe em que está inserido —, acenando com os presentes em cartas astuciosas. Mas quando Saint-Loup retorna da missão, traz a notícia de que Albertine, ao contrário do esperado pelo narrador, sabia do expediente que ele usara e não se achava infeliz. Além do mais, a sra. Bontemps se mostrara evasiva quanto à questão do suborno e do casamento.

Todas as tentativas de recuperar o pássaro em vôo fracassam. Por fim, vem a pior das notícias, a mais desesperadora possível: Albertine morrera num acidente, num passeio a cavalo.

A análise das rotações de incerteza e desejo de reaver o objeto amado que o narrador vinha fazendo torna-se, então, algo muito mais dramático — não importa quantos giros de interpretação, desejo e mágoa ele faça, a mulher que amava, contraditória e múltipla como era, calou-se para sempre, jamais responderá, e ele terá que extrair de outras pessoas e de suas deduções, a partir de uma série de elementos esparsos e ainda mais incertos, a verdade sobre a personalidade de Albertine. Verdade caleidoscópica, a depender dos diversos pontos de vista que lhe serão apresentados, mas que vão encaminhando-o na direção daquilo que suspeitara desde o início: que ela era culpada, que nunca cessara de manter clandestinamente relações lésbicas.

Para chegar a esta conclusão, o personagem havia encarregado um segundo emissário, o venal Aimée, de partir em busca de provas do que ela fizera com outras mulheres num estabelecimento de banhos — e tudo ficara bem claro. Mas Andrée o tranqüilizara, de certo modo, dizendo-lhe que nunca tivera relações com Albertine, atenuando a culpabilidade da amiga, o que lhe faz ver que o que teria de enfrentar nem era mais o dilema da inconfiabilidade, mas outra coisa: a perda irremediável da amada.

Tudo que a mágoa pede é esquecimento, mas é um esquecimento extraordinariamente difícil, já que o narrador, ocioso e sempre adiando o momento em que se atirará à tarefa de escrever, repassa, esmiúça com intensidade maníaca as sensações que vivera no convívio com Albertine, e essas sensações são cada vez mais pungentes e desesperadas, visto que agora ele não tem senão um fantasma a quem lançar o seu incessante e obcecado interrogatório — o qual, de tal modo infatigável e aflito, começará a parecer um monólogo delirante. À medida que isso acontece, transcorre o tempo, ele envelhece e sente que está sempre procurando em outras mulheres alguma coisa que evoque a morta, que fale da Albertine que escapou às suas garras de ciumento obsessivo, mas não às do Destino.

Essa presença massacradora de um fantasma estará lá no segundo capítulo, em “A srta. de Forcheville”, quando ele, já obedecendo ao trabalho de procura do esquecimento e da indiferença — em que se misturam a doçura um tanto mórbida das lembranças e elementos ainda dolorosamente vivos de um passado que só penosamente se vai dissipando —, passeia pelo Bois. No passeio, revê Albertine em todas as mulheres, nas passantes que admira, lidando com as variações previsíveis, ilusórias e dolorosas de uma idéia fixa que procura atenuar. Mas avista três moças num grupinho, e uma delas parece olhá-lo com interesse. Seria a senhorita d’Eporcheville, de uma família burguesa que Saint-Loup conhecera numa casa de rendez-vous e com quem tivera relações. A princípio, ela era só um nome dito pelo amigo, até que passa a ser uma obsessão, por causa daquele olhar consciente e misterioso que lança para ele.

Em que as máscaras caem
O tema desse nome, desse olhar cúmplice, dessa promessa erótica, fará com que o capítulo todo pareça, enfim, a ressurreição do narrador para a vida, ou melhor, para o perpétuo problema de se apaixonar por uma mulher. Mas a questão, que ele procura esclarecer perguntando da moça a Saint-Loup, resulta em decepção quando este lhe responde que o nome era outro, de l’Orgeville, e que a moça a que se referia estaria na Suíça. Em todo caso, já é um movimento de volta à vida, e importa destacar que um artigo escrito pelo narrador, publicado no Figaro, começa a lhe valer em sociedade (junto à família Guermantes, por exemplo) a fama de escritor promissor.

Voltando a freqüentar os Guermantes, o equívoco do nome da moça que supôs chamar-se d’Eporcheville se amplia, pois a reencontra no salão da família e, sabendo que se chama Forcheville, é esclarecido pela duquesa de que se trata de Gilberte, sua velha conhecida, amor de sua infância, filha de Swann. Ela se tornara uma Forcheville depois que a mãe, Odette, casou-se com um milionário com esse sobrenome, tornando-a uma herdeira rica e disputada. Gilberte achara engraçado ele não tê-la reconhecido e a tomado por uma mulher que poderia abordar. O significado daquele olhar, portanto, era inteiramente outro, e o equívoco era completo. A respeito dessa confusão entre nomes, identidades e desejos, Proust escreve:

Nosso erro está em acreditar que as coisas se apresentam tais quais são na realidade, os nomes tais como são escritos, as pessoas tais como a fotografia e a psicologia delas fornecem uma noção imóvel. Em verdade, não é absolutamente isto que de ordinário percebemos. Vemos, ouvimos, concebemos o mundo inteiramente às avessas. Repetimos o nome tal qual o ouvimos, até que a experiência haja retificado nosso erro, o que nem sempre acontece (…) Só temos do universo visões informes, fragmentárias, que completamos com associações de idéias arbitrárias, criadoras de sugestões perigosas.

O interesse pela srta. Forcheville é evidente e vamos acompanhar seus passos sociais: filha de um personagem que mereceu tanta atenção de Proust (o judeu Swann), ela, na verdade, ao adquirir um sobrenome novo, esquiva-se de ser associada ao pai, que fora famoso em vida. Cautelosa, talvez até mesmo mesquinha, ela teme a onda de anti-semitismo presente na sociedade desde o caso Dreyfus, e circula pelo salão Guermantes sob a complacência da duquesa, que também se ocupa em esquecer o grande amigo que tivera em seu pai. Gilberte empenha-se em ser uma Forcheville e ser aceita em sociedade, contando com o esquecimento que envolve o nome do pai — esse pai que acreditava que teria seu nome perpetuado pela filha. Tal tipo de traição, ingratidão, esquecimento e ironia cruel obsessivamente ligada a nomes, alianças imprevisíveis trazidas por casamentos e outros movimentos de transformação social, é assunto que em Proust assume reviravoltas constantes e folhetinescas. Gilberte começa a fazer mergulhar no esquecimento um homem notável como Swann da mesma maneira como o narrador sente que o esquecimento de Albertine vai assumindo em si contornos mais definidos.

Mas a morta culpada não é um fantasma fácil de ser devidamente enterrado: de repente, numa conversa com Andrée, esta lhe revela coisas muito diferentes das que viera falando até então: Albertine tinha sim mantido relações sexuais com ela e, na verdade, tivera um pretendente a noivo. Por isso a sra. Bontemps fora evasiva no episódio da missão fracassada de Saint-Loup, o que esclarecia também a noite em que o narrador fora ao recital nos Verdurin (A prisioneira) para impedir que ela mesma estivesse presente e se encontrasse com a filha lésbica do compositor Vinteuil: na verdade, Albertine iria ao recital para discutir a questão do noivado, apoiado pela sra. Verdurin.

Mas outras facetas muito mais assustadoras de sua vida sexual clandestina são reveladas por Andrée: ela mantinha casos com moças recrutadas por ninguém menos que Morel, o amante mercenário do Barão de Charlus, e entregava-se a essas relações com intensidade insana e viciosa, tendo sido causa até de um suicídio, razão pela qual se sentia culpada. Podia até haver, em decorrência desta culpa, um elemento suicida no acidente que a matara. É uma nova morte de Albertine, em que caem todas as máscaras do seu passado diante do narrador. E, a partir daí, o que se verá nele não estaria longe de poder ser diagnosticado, na atualidade, como uma jornada cada vez mais profunda nos domínios de uma depressão aguda, que o torna um melancólico cada vez mais abúlico.

Daí, passando para o capítulo “Estada em Veneza”, veremos a realização de uma viagem sua em companhia da mãe, que significará uma estada de algumas semanas na cidade italiana. Veneza, num movimento espiritual que não deixa de parecer uma regressão (daquelas que uma alma enlutada precisa fazer para restabelecer contato drástico com a própria identidade que se esvai no tempo), evoca no narrador a pequena Combray de sua infância por uma série de associações e detalhes que se acumulam, recorda-lhe a morte da avó e faz com que reveja a sra. de Villeparisis. A mulher, deformada pela velhice, e amante do diplomata Norpois, está hospedada no mesmo hotel que o narrador. Por acaso, também se encontra lá uma amiga de sua mãe que, no passado, tinha ouvido falar muito dessa mulher, já que ela arruinara seu pai, apaixonado por ela, indiscutível beldade na juventude: quer vê-la, quer saber que mulher fabulosa fora aquela que causara tanto mal a seu pai, e, quando o narrador lhe aponta a sra. de Villeparisis ao lado de seu amante na velhice, tudo que ela vê é uma espantosa ruína humana. O episódio é sempre citado como uma das proezas da arte narrativa e psicológica de Proust, fazendo com que a verdade implacável da passagem do tempo sobre formas humanas e ilusões assome dentro de um desenvolvimento folhetinesco plenamente realizado.

Mas novamente um dos equívocos de nome (que nos fazem suspeitar, sutilmente, de uma espécie de ameaça de senilidade rondando o narrador) se consuma na chegada de um telegrama em que Albertine reaparece, dizendo-se viva e querendo falar de casamento!

Desconfiamos dessa ressurreição desde o início, como leitores, já que sabemos da inclinação do narrador para cometer mal-entendidos onomásticos, e, embora o saibamos várias vezes a um passo do delírio, a mão firme de Proust nunca permite que nos percamos do realismo de sua exposição. Mais tarde, ele hesitará em sair de Veneza, fascinado por uma praça que descobre no seu vaguear pela cidade, castigado e obcecado por uma canção tão vulgar e tão reveladora de sua solidão como a famosa ‘O sole mio, retido também pela esperança de conhecer a camareira de uma senhora chamada Putbus que sempre o obcecara (era também muito mais uma reputação, um nome, que uma mulher real), mas finalmente se decide a voltar a Paris. No trem, encontra num telegrama a notícia de que Gilberte vai se casar com Robert de Saint-Loup. Acaba por concluir que o telegrama que atribuíra a Albertine, anunciador da ressurreição (já nem bem-vinda) de sua amada, tinha sido escrito pela própria Gilberte e que ele confundira as letras. Na verdade, isso só nos parece verossímil pela aflição e a obsessão por Albertine que foi demonstrada ao longo de outros capítulos. A idéia de ressurreição, inexeqüível sob qualquer ponto de vista, não era nada implausível considerada construção psicológica do personagem, dentro do seu quadro de morbidez prolongada e infatigável que vínhamos conhecendo em todas as minúcias.

Para o capítulo final, “Novo aspecto de Robert de Saint-Loup”, além do surgimento de novos casamentos (como o da sobrinha de Jupien com o filho da sra. de Cambremer) e da própria união de Gilberte com Saint-Loup, duas personagens da maior relevância dentro da vida e da história do narrador, Proust reserva a revelação (um pouco forçada, para alguns) da homossexualidade de Saint-Loup.

Casado com Gilberte, ele mantém a “persona” de marido socialmente realizado e mesmo tido como sedutor de outras mulheres, sem que ela saiba que ele se interessa é por outros homens — surpreendendo o narrador, que então se lembra de que, quando o conhecera, tinha achado nele uns vagos traços de efeminação semelhantes ao de seu tio, o Barão de Charlus. E, para cúmulo de impacto, é por Morel, pouco mais que um prostituto e causador da desgraça social de Charlus, seu tio, que Saint-Loup está apaixonado. Mas este procura sempre manter sob sigilo as suas tendências, desvendadas por Jupien.

Saint-Loup representara sempre, para o narrador, o amigo perfeito, sensível o bastante para tratá-lo de um modo que, sob o impacto dessa revelação, começamos a achar dúbio. Uma das características do romance é a de, sob reviravoltas constantes, desfazer uma série de impressões que pareciam consolidadas (e servidas por frases tão lapidares que não tínhamos como não achá-las conclusivas) no leitor. No caso da homossexualidade, as máscaras sociais caem inúmeras vezes, fazendo com que ela seja o segredo de vários personagens, perdendo o impacto, diluindo-se, no que parece ser uma das poucas fraquezas narrativas de um romance tão extraordinário.

Mas a quantidade de achados psicológicos, a viva descrição do tumulto interior do narrador, as qualidades de A fugitiva são tão patentes e pungentes que pouco se pode fazer além de ceder ao encanto da prosa proustiana e ao desalento de sua filosofia, em que a clausura do “eu” se mostra inteiramente intransponível. Proust decreta que jamais conseguimos sair de dentro de nós e todo amor falha em fazer a ponte para o Outro, desejada e malograda a cada novo empenho.

A fugitiva
Marcel Proust
Trad.: Carlos Drummond de Andrade
Globo
392 págs.
Marcel Proust
Nasceu em Auteuil, subúrbio de Paris, em 1871. Já aos vinte anos freqüenta os salões aristocráticos parisienses, cujos personagens e costumes forneceram material para sua obra literária. Com a morte da mãe, em 1905, herdou uma fortuna razoável que lhe permitiu se isolar completamente da vida social e se dedicar inteiramente à criação de Em busca do tempo perdido. Depois de um famoso episódio em que sua obra foi rejeitada pela editora Gallimard por um parecer negativo de André Gide, ela foi publicada entre 1913 e 1927, em sete volumes: No caminho de Swann, À sombra das raparigas em flor, O caminho de Guermantes, Sodoma e Gomorra, A prisioneira, A fugitiva e O tempo redescoberto. Proust morreu em 1922, em Paris.
Chico Lopes

Nasceu em 1952, em Novo Horizonte (SP). É autor do romance O estranho no corredor (Editora 34, 2011) e dos contos de Nó de sombras (IMS, 2000), Dobras da noite (IMS, 2004) e Hóspedes do vento (Nakin, 2010). Recentemente, publicou sua primeira coletânea de poemas: Caderno provinciano (Patuá).

Rascunho