Já em 1964, o poeta, crítico, ensaísta e tradutor carioca Ivan Junqueira, quando de sua estréia literária com o volume de poemas Os mortos, afirmava, em entrevista à revista Leitura, que desejava tornar o que ali nascia “cada vez mais puro, lúcido e intransigente”. Após tal promessa de rigor ético e estético, o que de melhor Junqueira produziu nos 40 anos seguintes se encontra agora compilado numa antologia de três longos volumes, lançada — com capricho — pela editora A Girafa, com o apoio da Universidade de Guarulhos.
De um deles, Poesia reunida, como o título indica, constam apenas os poemas que o autor, presidente da Academia Brasileira de Letras, compôs e publicou a partir de sua obra inaugural. Assim, a produção da década de 50 permanece, em parte, inédita (muito embora Junqueira garanta não estar escondendo ouro algum, por tratar-se de um “poeta sem baú”). No volume, estão os poemas extraídos dos livros Os mortos, Opus descontínuo, A rainha arcaica, Cinco movimentos, O grifo e A sagração dos ossos, além de vários outros, novos ou inéditos. Ao final da leitura, Ruy Espinheira Filho, Wilson Martins, Miguel Sanches Neto, Floriano Martins e muitos outros escrevem sobre a obra poética do autor.
Já nos dois volumes de Ensaios escolhidos, reuniu-se uma imensa quantidade de textos críticos de Junqueira acerca de diversos autores. Em sua maioria, foram retirados dos livros Testamento de Pasárgada, Dias idos e vividos, À sombra de Orfeu, O encantador de serpentes, Prosa dispersa, O signo e a sibila, O fio de Dédalo e Baudelaire, Eliot, Dylan Thomas: uma visão da modernidade.