Eis que tenho meio segundo para descrever as peculiaridades do avanço de uma tartaruga. Pronto, e já se passaram cinco. Entenderam?
Às voltas com as quatro mil páginas de Em busca do tempo perdido (A la recherche du temps perdu), de Marcel Proust, o comentarista só pode se manifestar impotente ao ver o abismo de apenas uma, em branco, cheia de ameaças à sua frente. O espaço será sempre parco diante de um universo tão vasto, e os milhões de páginas escritas sobre as referidas quatro mil são apenas mais uma prova disso.
Vá lá. Os sete volumes de Em busca do tempo perdido, essa obra maior da literatura universal, foram publicados entre 1913 e 1927. Proust morreu em novembro de 1922; quer dizer, metade de seu romance monumental foi publicada postumamente. Desde o segundo volume do quarto livro, Sodoma e Gomorra (1923), passando pelo quinto (A prisioneira, 1923) e sexto livros (A fugitiva — Albertine desaparecida, 1925) até chegar ao sétimo e último livro, O tempo reencontrado, publicado em 1927, sua obra foi póstuma. Dos livros anteriores, o primeiro, No caminho de Swann, foi recusado pela Gallimard, na época sob a égide de André Gide, e publicado às custas do autor em 1913 na pequena editora Grasset; o segundo, À sombra das raparigas em flor, já seria publicado pela Gallimard em 1918; o terceiro livro em dois volumes, O caminho de Guermantes (em Portugal o livro leva o título de O lado de Guermantes), foi publicado entre 1920 e 1921; e, por fim, o primeiro volume de Sodoma e Gomorra chegou aos olhos do público também em 1921, um ano antes da morte do autor.
O primeiro livro de Em busca do tempo perdido não chegou a causar sensação, e Proust só alcançou a fama depois que o segundo, À sombra das raparigas em flor, ganhou o Prêmio Goncourt, em 1919. Nos tempos da Primeira Guerra Mundial, Proust ousava lançar uma obra marcadamente subjetiva, adquirindo desde logo a pecha de reacionário, que o acompanha até hoje segundo o conceito de boa parte da crítica.
A obra antes da Recherche
Antes de sua obra-prima, Marcel Proust se ocupou de um livro ensaístico intitulado Contra Sainte-Beuve, entre os anos de 1908 e 1910, publicado apenas em 1954. Mais do que uma obra autônoma, Contra Sainte-Beuve apresenta uma série de textos dos Cahiers, selecionados segundo pontos de vista específicos e também para clarear as diferentes etapas do desenvolvimento de Em busca do tempo perdido. Na obra, Proust ataca Sainte-Beuve e não se limita a acusá-lo de não ter reconhecido os verdadeiros gênios de seu tempo, emparelhados com autores de terceira categoria, mas inclusive questiona o método de abordagem do maior crítico francês da época. Segundo Proust, Sainte-Beuve encara os livros como uma espécie de salão ao qual dirige seus comentários em uma conversação elegante, mas sem substância — corrigindo aqui e retocando acolá, para elogiar além —, que jamais atingem o âmago da questão literária.
Mas Proust estreou mesmo na literatura com Os prazeres e os dias, uma coletânea de narrativas e esboços em prosa publicada a suas próprias expensas em 1896. A narrativa mais conhecida da coletânea é A confissão de uma jovem moça, e principia com a mãe da moça contemplada no título morrendo de ataque cardíaco ao surpreender a filha em abraços proibidos com um homem. O sentimento de culpa leva a filha a uma tentativa de suicídio. Antes de morrer, ela ainda confessa por escrito como havia sido feliz com a mãe durante a infância e como passou a se sentir dilacerada entre as tentações do instinto e a severidade vã em relação a si mesma mais tarde. O clima da Combray da infância de Marcel, típico da Recherche, já aparece descrito em detalhes, e os efeitos da tão decisiva “memória involuntária” são antecipados de maneira pujante, por exemplo, quando um momento fundamental da infância da filha é despertado em toda sua intensidade através de um beijo da mãe.
O livro Pastichos e escritos diversos (Pastiches et mélanges) reúne paródias e ensaios de Proust e foi publicado em 1919. A maior importância da obra — de qualidade irregular — é o fato de também desvendar detalhes que seriam desenvolvidos mais extensiva e intensivamente em seu romance definitivo, a Recherche.
Mas a obra que se aproxima mais de perto de Em busca do tempo perdido é o romance Jean Santeuil, no qual Proust trabalhou provavelmente entre 1896 e 1904, e que também seria publicado apenas postumamente, em 1952. O romance funciona como uma espécie de esboço à Recherche, como um manancial de matéria ainda pouco utilizada e nem de longe esgotada. Vários dos elementos temáticos da obra-prima já se encontram reunidos em Jean Santeuil. Ainda falta no romance, contudo, a estrutura decisiva que amarra a matéria “recordada” a um Eu mergulhado na atividade de recordar, bem como a dialética labiríntica do outrora e do agora, posta em movimento pela já citada mémoire involuntaire.
A Recherche
Marcel Proust trabalhou quase vinte anos — e intensamente — em sua obra-prima.
Em busca do tempo perdido canalizou e catalisou de modo tão absoluto a energia produtiva do autor, que a obra está tão intimamente ligada a ele como nenhuma outra obra se encontra ligada a seu autor. A Recherche significa o supra-sumo quase único da produção de Proust, o turbilhão que devorou todo o resto de suas obras, transformando-as em meros esboços daquilo que viria mais tarde, em veredas que levam à grande clareira onde pôde enfim ser levantado o monumento de um romance imortal. Se James Joyce é lembrado pelo Ulisses, escreveu também os Contos dublinenses, o Finnegans Wake e o Retrato do artista quando jovem. Se Robert Musil é lembrado por O homem sem qualidades, escreveu também O jovem Törless, os três contos grandiosos de Três mulheres, uma série de peças teatrais e as duas novelas de As reuniões. Se Guimarães Rosa é marcado pelo Grande sertão: veredas, também é o autor de Sagarana, de Tutaméia, etc., etc.
Em busca do tempo perdido fez de Marcel Proust um mito.
Tanto que hoje em dia todo mundo sabe — ou poderia saber — até mesmo o que o autor comia no café da manhã (duas xícaras de café bem forte, da marca “Corcellet”, com leite quente, e dois croissants da Rue de la Pépinière), servido pela fiel Cèlèste em uma bandeja de prata, porém jamais antes das quatro ou cinco horas da tarde, e inclusive conhece — ou poderia conhecer — o número fabuloso de toalhas que o autor usava para secar sua pele sensível (seriam cerca de vinte por dia). Depois de não atender aos desejos do pai, o médico Adrien Proust, que o queria na carreira diplomática, Marcel Proust tentou a advocacia e mais tarde foi corretor da bolsa. Nada deu certo, nem a profissão de bibliotecário, que jamais chegou a desempenhar de verdade, apesar de ser detentor do cargo. Do fracasso profissional do homem, nasceu o artista…
Pouco antes de começar efetivamente os trabalhos na Recherche, Proust ainda traduziu duas obras do crítico de arte, escritor e poeta inglês John Ruskin, A bíblia de Amiens, publicada na França em 1904, e Sésamo e flor-de-lis, publicada em 1906. O trabalho nas obras e o entusiasmo de Proust em relação ao autor inglês são apontados como decisivos no desenvolvimento de Em busca do tempo perdido.
Mas que é de Em busca do tempo perdido?
A obra é circular e o narrador planeja, ao final da mesma, escrever a obra que acaba de concluir, apresentando o plano daquilo que realizou. Quer dizer, no fundo o autor apenas está começando a escrever o romance que o leitor acaba de ler. E o romance é, ao mesmo tempo, a história de uma vida individual, e um grande romance societário de arcabouço semelhante ao de A comédia humana, de Balzac, ainda que bem mais concentrado, e fundamentado sobre um único personagem, Marcel.
Ele caracteriza-se pela complexidade de planos temporais paralelos, pelas nuances de luz e sombra projetadas sobre o narrado. São círculos concêntricos de narrativas e personagens incontáveis, abandonados agora para voltar a ser retomados centenas de páginas adiante, revelando sempre novos e surpreendentes aspectos de sua personalidade. O universo das figuras é tão vasto que a edição da Recherche feita pela Plêiade entre 1987-1989 traz um índice de personagens com mais de 120 páginas.
Realidade e ficção
Muitas das personagens de Proust são baseadas em figuras reais, que viveram na época em que o autor freqüentava assiduamente os salões de Paris.
A linha que separa a ficção da realidade, aliás, é tênue, e se mostra bem mais difusa em Marcel Proust do que já era em outros autores. O narrador de Proust recebe seu próprio nome, Marcel, mas nem por isso pode ser confundido com ele, até porque o eu anônimo que narra e incansavelmente narra apenas diz, a certa altura, que seu nome poderia muito bem ser Marcel. Ademais, no último livro, O tempo reencontrado, há um alerta taxativo — e também por isso duvidoso — de que na Recherche não se dá notícia de sequer um único fato que não tenha sido inventado, de que não existe uma só figura no romance baseada em uma pessoa real. O máximo que se pode dizer é que o alerta vem cerca de quatro mil páginas atrasado, sobretudo depois de Proust ter elevado a fofoca à categoria de componente literário dos mais nobres — no que aliás imita o poeta alemão Heinrich Heine, bem anterior a ele —, e depois de tantos terem se sentido retratados no romance de maneira tão fiel a ponto de romperem relações com o autor após a publicação da obra (por exemplo Laure Hayman, uma cortesã, se reconheceu na figura de Odette de Crécy e escreveu uma carta ofensiva a Proust, na qual o chamava, entre outras coisas, de “monstro”). O próprio autor chega a admitir indiretamente o caráter real de seus personagens no mesmo O tempo reencontrado, ao dizer que “um livro é um grande cemitério (…) e na maior parte dos túmulos os nomes apagados já não podem mais ser decifrados”. E fantasmas, fantasmagorias não são contempladas com a concretude de uma necrópole.
O próprio narrador tem muito do autor, bem mais do que o nome eventual. A adoração pela mãe (Marcel Proust é filho de Jeanne Proust, nascida Weil, uma tradicional família judia oriunda das proximidades de Stuttgart, na Alemanha) é tanto do escritor, quanto do personagem. Este último é filho único, porém, ao contrário do homem real, que teve um irmão com o qual jamais cultivou uma relação desprovida de problemas; além da verossimilhança poética, portanto, talvez uma correção tardia à realidade. Tanto o autor quanto o narrador são mimados e enfermiços, sofrem de asma e demonstram verdadeira veneração pela elegância feminina. Ambos enganam com casos amorosos e intenções apaixonadas de se casar, sempre com mulheres diferentes. De modo que Em busca do tempo perdido poderia ser caracterizado como uma autobiografia ficcional de estrutura bem refinada e nem um pouco direta.
Proust evita, por uma questão de princípio, a reprodução fiel à natureza conforme é apregoada pelo romance psicológico tradicional. O autor prova a cada linha, conforme suas próprias palavras, que “uma hora não é apenas uma hora”, mas sim um vaso “cheio de aromas, de tons, de planos e de climas”. E eles evocam, eles invocam quase que involuntariamente o passado difícil, que depois de muita luta rebenta em turbilhões de repente.
Em relação ao caráter ao mesmo tempo autobiográfico e ficcional da obra, Walter Benjamin chegou a dizer: “Sabe-se que Proust não descreveu em sua obra uma vida como ela foi, mas sim uma vida assim como aquele que a viveu a recorda”. O que vale para Proust é, pois, a realidade anímica das coisas evocadas e invocadas, o tempo interior com sua duração real, revelado através da memória involuntária, da iluminação momentânea e da recordação ativa, esta última sempre traiçoeira. Proust desnuda o motor irracional da vida dos instintos e das pulsões e aborda o amor em todas suas formas. Ele apresenta fugidias passagens de um sentimento a outro, descritas com uma precisão poética jamais vista até então e consegue registrar a instabilidade sensorial de um instante na perenidade eterna de palavras como jamais alguém fizera até então.
O indivíduo aparece registrado em sua condição atomizada e faz de Proust um “destruidor da idéia de personalidade”, conforme disse o mesmo Benjamin. O que se vê em Em busca do tempo perdido é, constantemente, um indivíduo que mostra noções sempre diferenciadas de si mesmo e apresenta noções sempre diferenciadas em relação a outros indivíduos.
A pobreza narrativa é ilusória, os acontecimentos se sucedem uns aos outros. A realidade social da época também comparece, apesar do subjetivismo. No topo da pirâmide social de Proust está situada a aristocracia, cuja decadência e lento processo de dissolução deixam o autor nitidamente fascinado, ainda que o mesmo autor a descreva consciente de que, na condição de classe, a aristocracia é nada mais do que um “reino do nada”. À aristocracia, Proust opõe uma burguesia vulgar, mas ativa, marcada pelo judaísmo, e às vezes tocada pelo bafejo de algum arrivismo artístico. A obra evolui tanto em sua abordagem do pensamento imperante na época que no sétimo livro da Recherche é “fechada” uma série de casamentos entre membros da nobreza e da burguesia, coisa que no primeiro livro ainda seria impensável, societária e literariamente. Os campos da estagnação nobre são, assim, adubados com o esterco da burguesia orgânica e mostram um mundo em intenso movimento e reestruturação.
O lugar em que se passa a história é Paris mais alguns arredores como a Combray da infância, que intitula a primeira parte do primeiro livro, No caminho de Swann. Mas é o tempo que ocupa posição central no romance; ele é princípio e fim, o húmus sobre o qual cresce a árvore vigorosa do romance. Sem deixar de tocar a realidade com a ponta dos pés, Proust fala de amores irrealizados, de amizades e traições, da decadência da nobreza e do avanço da burguesia, ilumina acontecimentos históricos como o do caso Dreyfus, entabula questões filosóficas e debate o sentido e o objetivo da arte. A realidade da época comparece inclusive na eletricidade que acaba com as últimas lâmpadas de petróleo, nos coches lentos que dão lugar ao dinamismo rápido dos automóveis.
Apesar de todas essas referências digamos reais, o leitor se perde com facilidade no labirinto de apostos, digressões, frases longuíssimas — com uma delas, a maior, Alain de Botton diz que se poderia envolver dezessete vezes o bojo de uma garrafa de vinho — e depois da quinta inserção até os mais tenazes às vezes perdem o fio da meada… Tudo começa já no princípio do primeiro livro, com as cerca de quinze páginas que Marcel dedica às dificuldades que tem para pegar no sono. Às voltas com elas, não são — não foram — poucos os que desanimaram ao imaginar que a tartaruga teria ainda quatro mil páginas a percorrer pela frente. “Durante muito tempo, costumava deitar-me cedo.” Está lá, e é só começar… A longa convalescença de uma doença que obriga ao repouso ajudaria um bocado.
Um roteiro pretensioso
Dadas as dificuldades e a pachorra do princípio, talvez fosse mais interessante começar logo pelo quinto livro, A prisioneira. Empreitada difícil, contudo, na medida em que a Editora Globo republicou apenas os dois primeiros romances de seu “Proust definitivo” até agora. Mas uma visita aos sebos talvez ajude a entrar no clima do romance proustiano. É que no quinto livro é contado um drama amoroso cheio de emoção, no qual o narrador se ocupa impiedosamente de seu ciúme com a vida desconhecida de Albertine, sua amante, que ele desconfia ser lésbica, inclusive. Não há coração apaixonado que não trilhe com mais leveza um livro dinâmico, movimentado, que aborda o poder das coisas capazes de atar um indivíduo a outro, a potência do ciúme, o vigor do tédio e a tentativa vã de controlar o objeto do desejo.
Depois de tanta emoção, a volta ao primeiro livro seria mais amena, os temas da infância, da recordação, da capacidade de se impressionar com as coisas do mundo, de antecipar os fatos e contemplar o mundo em flash-backs — empreendida em No caminho de Swann — pareceriam mais auspiciosos, mais fundados. No segundo livro, À sombra das raparigas em flor, o caráter prometedor e comprometedor do amor faria mais sentido, assim como as alegrias concedidas pela viagem, pela arte e pelo poder da imaginação. A partir daí se chegaria com mais facilidade a O caminho de Guermantes, terceiro livro, que dá o arcabouço por assim dizer societário à obra, ao tratar mais detalhadamente da vida da nobreza, do embate entre essência e aparência, da política, das diferentes formas do esnobismo, e de como se chega ao e depois se mantém o poder social.
E então viria o quarto livro. Sodoma e Gomorra complementa a questão do amor ao tratar do homossexualismo e de seus efeitos sobre indivíduo e sociedade; aborda a moral dupla, as mentiras e os mistérios da sociedade, deixando claro, entre outras coisas, que “lamentavelmente tanto na sociedade quanto no mundo da política as vítimas são tão covardes que não se consegue considerar os algozes maus por muito tempo”. Em seguida já se estaria diante de A fugitiva, o sexto e penúltimo livro, um degrau antes do ápice, que trata da separação, da morte e do luto; do conhecimento tardio da verdade e do processo de cura.
Caso não esteja apaixonado, não esteja ligado às coisas da paixão, aliás, o leitor poderá escolher qualquer um dos seis romances para começar a leitura de Em busca do tempo perdido, dando ouvidos, por exemplo, a temas que lhe são mais afins e começando, por exemplo, pelo terceiro, que deve vir em seguida na edição da Globo, se seus interesses forem de cunho mais social.
O leitor decidido a começar sua viagem pelas páginas de Proust só não poderá começar pelo sétimo e último, O tempo reencontrado, o livro que ata e desata o enredo do romance. Nele tudo se resolve, tudo se arredonda e se amarra numa torrente de soluções. O tempo reencontrado, inclusive em seu intenso debate artístico sobre si mesmo e sobre a arte do autor, obviamente só fará sentido para aquele que conhece o universo de Proust, só dará a resposta para quem leu a pergunta feita nos seis volumes anteriores. O sétimo livro dá a prova final, mais uma vez, de que para reencontrar algo é preciso perdê-lo antes.
Arremate
Em busca do tempo perdido é, ao fim e ao cabo, arte e teoria da arte ao mesmo tempo, uma prova de que o todo é bem mais do que a soma de suas partes, de que o estilo pode bem ser uma maneira de ver o mundo. Com a obra, Proust faz bem mais do que oferecer sua vida e suas histórias a nossos olhos; ele oferece seus “olhos” para que nós, os leitores, vejamos o mundo lá fora e a alma aqui dentro. O livro é, assim, um instrumento para desvendar o mundo, uma ferramenta de conhecimento. E o próprio autor anota, em O tempo reencontrado, respaldando a observação do comentarista: “Na realidade todo o leitor, quando lê, é leitor apenas de si mesmo”.
Entenderam?
Tentei, pois, descrever as peculiaridades do avanço de uma tartaruga em meio segundo e estou contente, ao final, de não ter falado nem sequer da madeleine. São tantos os turistas ansiosos que depois de “morarem” doze anos em Paris se mostram capazes apenas de mencionar e debater as belezas da torre Eiffel…