Penso que Natalia Ginzburg (Palermo, 1916 — Roma, 1991) ainda não conquistou o número ideal de leitores entre nós, talvez por falta de traduções. Por isso saudamos As pequenas virtudes, ensaios ou quase ensaios publicados este ano pela Cosac Naify, mais de meio século de sua primeira edição pela Einaudi, em 1962. Além dos ensaios que escreveu como prefácios a livros de Dostoiévski, Tolstói e Tchechkov[1] (o “cume”, conforme costumava dizer), existem ainda outros dois pequenos volumes, infelizmente sem tradução: Mai devi domandarmi (Nunca me perguntes isso), Garzanti, 1970 que faz pendant com o livro anterior e Non possiamo saberlo (Não podemos sabê-lo), póstumo, recolha de textos entre 1973 e 1990, Einaudi, 2001.
As pequenas virtudes são dedicadas ao filósofo Felice Balbo (1913-64), o amigo “cujo nome não vou revelar”, involuntariamente descoberto por esta pesquisa e que sem estar citado em nenhum dos textos foi, segundo a escritora, seu legítimo interlocutor. De qualquer modo, o volume nos convence de que também no ensaio Natalia inovou, à semelhança dos demais gêneros explorados por ela: romance, poesia, teatro, resenhas e textos de intervenção como o notável Serena Cruz o la vera justizia (Serena Cruz ou a verdadeira justiça), Einaudi, 1990, libelo a partir de um caso verdadeiro a respeito das burocráticas leis italianas de adoção de crianças carentes, o que resultou numa tragédia no caso de Serena.
Mas não devemos esperar indagações teóricas rigorosas e ostensivamente abstratas do ensaio de Ginzburg, pois os temas nascem sempre de motivos ocasionais, anedóticos ou narrativos nos quais se inspiram. Daí alçam voo.
Mas o que significarão as pequenas virtudes? Com a franqueza de sempre ela assim nos explica, no último capítulo do livro:
No que diz respeito à educação dos filhos, penso que se deve ensinar a eles não as pequenas virtudes, mas as grandes. Não a poupança, mas a generosidade e a indiferença ao dinheiro; não a prudência, mas a coragem e o desdém ao perigo; não a astúcia, mas a franqueza e o amor à verdade; não a diplomacia, mas o amor ao próximo e a abnegação; não o desejo de sucesso, mas o desejo de ser e de saber.
Essas palavras podem parecer blasfemas ou insensatas nos dias que correm, mas asseguro que vale a pena acompanhar a argumentação, sem o menor laivo de pedantismo ou irrealidade, deixando a discussão aberta, o que é uma característica marcante da autora. Ela parte de uma das concepções clássicas de que a virtude é adquirida, dependente de condições básicas de vida e de educação, ao contrário da perspectiva comum aos defensores da desigualdade, para quem tal qualidade é inata, independente das condições que tivermos. A partir dessa premissa básica, Natalia aborda com equilíbrio — e algum desencanto a que não falta humor — uma pedagogia da virtude, que considera substancial se grande, complementar, se pequena, sem esquecer que a recompensa não tem seguido historicamente tal matemática:
No mais das vezes os sacrifícios não têm nenhum prêmio, e frequentemente as más ações não são punidas, mas, ao contrário, lautamente recompensadas com sucesso e dinheiro. Por isso é melhor que nossos filhos saibam desde a infância que o bem não é recompensado, nem o mal recebe castigo; todavia é preciso amar o bem e odiar o mal — e a isso não é possível dar nenhuma explicação lógica.
Não perca também o leitor as considerações na página 134 a respeito da atitude ideal diante do tempo dos filhos:
Se não quiserem dar o melhor de si na escola, mas em outras coisas que os apaixonem — coleção de besouros ou o estudo da língua turca —, é uma escolha deles, e não temos nenhum direito de recriminá-los, de nos mostrarmos feridos no orgulho, frustrados em nosso desejo. Se por ora eles não dão mostras de querer gastar suas capacidades em nada, passando dias na escrivaninha mastigando uma caneta, (navegando na internet, diríamos hoje) nem neste caso temos o direito de reprová-los em demasia: quem sabe o que nos parece ócio seja na realidade fantasia e reflexão que, amanhã, talvez deem seus frutos.
Claro, há meio século a revolução digital e a mercantilização de todas as áreas da vida e da cultura ainda não haviam realmente transformado qualquer noção de valor, inclusive o valor de tempo, mas acho enriquecedor tomar conhecimento das palavras da autora.
Duas partes
As pequenas virtudes estão divididas em duas partes, cobrindo dezoito anos, datados de 1944 a 1962. Mas é na segunda parte que estão concentrados os cinco textos de corte mais decididamente ensaístico e por isso decidi iniciar este comentário com três deles: As pequenas virtudes, já referidas, e em segundo lugar O filho do homem, escrito em Turim em 1946, ponto de passagem temporal da primeira para a segunda parte, funcionando como fecho aos textos datados de 1944 e 1945 da primeira parte.
O filho do homem apoia-se nas palavras bíblicas (“as raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”) para uma avaliação das sequelas da guerra recém terminada, e das transformações ocorridas em sua própria geração se comparada com a anterior. Jamais, assegura ela, podemos nos esquecer da experiência do mal, uma vez sofrida:
Para alguns a guerra só começou com a guerra, com as casas desmoronadas e os alemães, mas para outros ela começou antes, desde os primeiros anos do fascismo, e por isso a sensação de insegurança e de permanente perigo é ainda maior.
O terceiro texto é O meu ofício, escrito três anos depois, em 1949, mas surpreendentemente gestado a partir de Dire la verità, fragmento reflexivo que a Natalia adolescente escreveu no início dos anos 30[2], no qual afirma que “não é artista quem sacrifica a própria verdade pelo amor de uma bela frase ou uma bela palavra”. O meu ofício amadurece esta semente, permitindo a Natalia explorar, entre muitos outros aspectos, a relação entre escrita e sentimentos, que pode ser observada nas entrevistas contidas em É difficile parlare de sé[3]. Neste momento ela repensa, por exemplo, seu primeiro romance, O caminho que leva à cidade,[4] publicado com o pseudônimo de Alessandra Tornimparte para driblar a censura. Percebe que o texto, escrito no exílio italiano de Abruzzo, é marcado pela nostalgia, embora mais tarde venha a considerá-lo um período feliz se comparado ao desenrolar dos acontecimentos.
(Vinte e quatro anos depois, vários personagens de Caro Michele farão a mesma desalentada reflexão).
Em seguida, Natalia examina Foi assim[5], título sugerido por Pavese. Considera o livro violento e tristíssimo, “encharcado de fumo, de chuva, de névoa”[6]. Se estivesse mais feliz, afirma, teria escrito um romance mais belo e não aquele, com pouca invenção e poucos diálogos.
Neste mesmo ensaio ela também recolhe todas as referências esparsas sobre o descobrimento de sua vocação de escritora a partir da infância, as dificuldades da decifração do “verdadeiro”, as transformações ocasionadas pelo fascismo (“Nada nunca havia desmoronado em minha vida, somente coisas fúteis, nada que me fosse caro ao coração me fora arrancado.”).
O meu ofício é escrever histórias, coisas inventadas ou coisas que recordo de minha vida, mas sempre histórias, coisas que não têm a ver com cultura, mas somente com a memória e a fantasia. Este é o meu ofício e o farei até a morte.
Estou sendo insistente, mas nunca será demais sublinhar a importância do ofício para Natalia, sua paixão avessa a considerações banais, o que inspira o fecho do livro e do ensaio homônimo:
E, se nós mesmos tivermos uma vocação, se não a traímos, se continuarmos a amá-la no decurso dos anos, a servi-la com paixão, podemos manter longe do coração, no amor que sentimos por nossos filhos, o sentimento de posse. Porém, se não tivermos uma vocação, ou se a tivermos abandonado e traído por cinismo, ou medo de viver […] então nos agarramos aos nossos filhos como um náufrago ao tronco de árvore, pretendemos vigorosamente que nos devolvam tudo o que lhes demos, que sejam absoluta e implacavelmente tais nós os queremos, que obtenham da vida tudo o que nos faltou.
Apesar de ser comum em alguns leitores a confusão entre o “eu” que narra e a própria escritora, Natalia sempre se esforçou por sublinhar a noção do não pragmatismo desse “eu”, realmente personagem, conforme nos explica no prefácio a Cinque romanzi brevi y altri racconti [7](Cinco romances breves e outras narrativas):
(no livro) a garota que diz “eu” era uma garota que eu encontrava sempre naquele caminho. A casa era sua casa, e a mãe, sua mãe. Mas em parte era também uma antiga colega da escola, que eu não via há anos. E em parte era também, de um modo obscuro e confuso, eu mesma.
Da mesma forma ela nos explica a essência de sua ficção na extraordinária Advertência a Léxico familiar: apesar de fatos e nomes serem verídicos no texto, só em parte o livro podia ser considerado verdadeiro do ponto de vista histórico,
porque a memória é lábil, e porque os livros extraídos da realidade frequentemente não passam de tênues vislumbres e estilhaços de tudo o que vimos e ouvimos.[8]
História e literatura
A explicação desmonta certo viés irresponsável, segundo penso, de se confundir literatura com História, considerando-as a mesma disciplina, baseadas que são no uso do discurso. O que não significa também que a paixão pela ficção não possa ser acompanhada da paixão pela escrita da História, conforme pondera Carlo Ginzburg, filho de Natalia, sem deixar de estabelecer entretanto a diferença: a escrita da História com maiúscula, a cada momento exige a prova, ela tem que ser confirmada ou validada, submetendo o historiador seus materiais a uma aferição permanente.[9] O que, claro, não acontece com a ficção nos mesmos termos.
Devemos sublinhar mais uma vez a convicção de Natalia em relação à importância vital de seu ofício de escritora:
Tive a oportunidade de conhecer bem a dor depois daquele tempo em que estive no sul, uma dor verdadeira, irremediável e intratável, que estraçalhou toda a minha vida, e quando tentei remendá-la de algum modo vi que eu e minha vida tínhamos nos tornado algo irreconhecível. De imutável permanecia apenas meu ofício […]
Neste quadro será imprescindível chamar a atenção para as consequências da resistência ao fascismo por parte da maioria dos intelectuais italianos da época, incluindo-se aí os familiares de Natalia, que teve pai, irmãos e amigos presos e seu marido torturado e assassinado em 1944 na seção nazista da prisão romana, por ser líder antifascista e judeu, além de figura de proa do movimento cultural. Basta observar que aos 27 anos Leone Ginzburg[10] vinculou-se a Giulio Einaudi e Cesare Pavese, que aliás também conheceram o cárcere, na fundação da Giulio Einaudi Editore, a mais importante editora antifascista italiana, núcleo da resistência política de esquerda.
Para os escritores dessa geração (Cesare Pavese, Elio Vittorini, Italo Calvino, Elsa Morante, Natalia Ginzburg, entre outros) tratava-se de buscar caminhos novos que negassem a cultura oficial do nazismo, a retórica patrioteira oficial, elevada e enfática, apoiando-se em vez disso numa declarada antirretórica[11]. Era necessário “torcer o pescoço à eloquência”, insistia Montale. Do mesmo modo era necessário fugir da espécie de naturalismo do final do século 19. Conforme sublinha Domenico Scarpa no prefácio da edição italiana de As pequenas virtudes: “A aderência à realidade — a verdade da realidade — não coincide com o realismo”, palavras que também se alinham junto à compreensão de Natalia citada acima, já que ela parece entender que os próprios recursos de composição do texto, minúcias, repetições intencionais, lembranças moventes, ritmo e alusões que criam a ressonância das palavras, tudo isso impõe a descontinuidade, estabelecendo a relação da obra com seu autor, ao mesmo tempo que os diferencia.
Obedecendo a Natalia, que baralha os tempos, passo agora para a primeira parte de As pequenas virtudes. Ela é composta de seis textos, que não contrariam a alternância de equilíbrio/desequilíbrio de composição tantas vezes explorada por Natalia; o movimento é intensificado pela mistura das datas em ambas as partes, acompanhando a flutuação da memória. São quatro textos dos anos 40 (dois em cada parte), três dos anos 50 (um na primeira parte e dois na segunda) e três dos anos 60 (três na primeira parte e um na segunda), o que instaura uma espécie de ritmo vivo, desigualmente proporcionado, como nos jogos em que os parceiros trocam de lugar, obedientes ao próprio impulso.
Esta primeira parte nos reconduz à questão inicial: o que terá Natalia inovado no ensaio? Serão os textos desta seção do livro realmente ensaios? Poderiam talvez ser considerados crônicas-ensaios, esboços, fragmentos memorialísticos? Haverá uma distância decisiva entre o registro ensaístico, ou o que seja, e o ficcional da autora? Mais de um crítico hesita diante de uma catalogação definitiva, se é que tal coisa importa. Até já se cogitou ser o romance de Natalia obediente às imposições do anti-romance ou conversas-recordações de um álbum de família. Meras especulações.
Sequencia irregular
De qualquer modo, esta parte inicial, à semelhança do livro bipartido, é também dividida em dois blocos, segundo a cronologia: de um lado, dois textos escritos em Roma, datados de 1944, Inverno em Abruzzo, descrevendo os anos no exílio, fechando-se com a morte de Leone, e o de 1945, Os sapatos rotos, um dos mais logrados textos da coletânea; de outro lado encontramos três escritos relativos à temporada que a autora passou na Inglaterra com Gabriele Baldini, com quem se casara em 1950. Aqui também temos uma cronologia em sequência irregular (1961, 1960, 1962), reforçada pelo tom dos textos, pois os dois primeiros tratam ironicamente de impressões da Inglaterra e o de 1962, já escrito em Roma, Ele e Eu, examina, com extrema graça, os encontros e desencontros de temperamento de um casal.
Pois bem, esses dois blocos são articulados, como por uma dobradiça, pelo Retrato de um amigo (1957). O amigo é Cesare Pavese, e o texto foi escrito cinco anos após o suicídio do poeta em 1950.
Palavras não. Um gesto. Não escreverei mais.
Estas são as últimas linhas do diário que o poeta nos deixou, O ofício de viver[12]. Pavese desempenhou um papel fundamental, não só na cultura e na resistência política, mas também na vida de Natalia Ginzburg, conforme observamos nos trechos abaixo:
…nós, em nossa casa, não temos mais motivo para estar; porque aqui em nossa casa, na cidade onde passamos a juventude, permanecem agora poucas coisas vivas, e somos acolhidos por uma massa de memórias e de sombras.
Nossa cidade se parece — só agora nos damos conta disso — com o amigo que perdemos e que a amava; ela é, assim como ele era, intratável em sua operosidade febril e obstinada; e é ao mesmo tempo desinteressada e disposta ao ócio e ao sonho.
Espero que esta breve descrição do jogo desses textos dê um pouco a medida da construção de As pequenas virtudes, de seu entrelaçamento e mútuas relações — toda uma vida aí está exposta — apesar dos silêncios da narradora, “das palavras esquivas, aquáticas”, da precariedade das circunstâncias, tão finamente abordadas em Os sapatos rotos. Este texto é quase uma parábola da vida provisória, do desamparo dos deserdados (a escravos de todas as épocas era vedado o uso de sapatos), de estoicismo diante do sofrimento e do contato com a “tentação de jogar a vida aos cães”. Ao mesmo tempo essa quase parábola tem a liberdade da fantasia, uma leveza de fábula —nem precisamos nos referir ao símbolo do sapato em mitos ancestrais; existe aqui um deslocamento próprio do gênero, com exclusão, claro, da lição de moral. Pois não sabemos se é melhor aprender a andar com sapatos sólidos e não renunciar, ou usarmos sapatos rotos para distinguir “o que não é necessário”.
Muitas virtudes
Este, o deslocamento, é um procedimento de todo o livro, a partir do título, pois as grandes virtudes é que são essenciais, mas o título assinala as pequenas. Do mesmo modo, as muitas afirmações de Natalia de que não tem cultura, pois é muito distraída e também não sabe línguas, não deixa de surpreender, pois ela traduziu Proust e Flaubert, e leu no original toda a obra de Ivy Compton-Burnett, escrevendo sobre ela e confessando-se devedora da romancista inglesa; frequentemente também afirma que não entende nada de política, mas era deputada pelo partido dos Independentes de Esquerda, quando faleceu aos 75 anos.
Me pergunto se esse auto-rebaixamento, tão irritante para algumas pessoas, não será tocado por algum sopro felliniano no processo da construção de personagens desajeitados ou patéticos, que se enganam sempre, se esquecem, que se enfurecem cegos de raiva e sonham de olhos abertos. Mas as coisas nunca são transparentes. Por exemplo, ela que afirmou haver sempre odiado a obscuridade literária, nos diz em Un mondo stregato[13] que amou o Satyricon de Fellini justamente por sua obscuridade, porque “na verdade temos sede de trevas verdadeiras”, elas é que nos trazem “a profundidade verdadeira da noite e a verdadeira consciência da nossa condição humana ante os segredos da realidade, misteriosos quando pensamos neles e povoados com uma vida intensa e enfeitiçada”.
Mesmo assim o equívoco às vezes persiste. Deste ponto de vista o trecho de Cesare Garboli usado como posfácio do volume, a despeito da importância do crítico, não deixa de constranger.
É que precisamos usar sapatos rotos e frágeis, leitor, não os resistentes e sadios, para saber o que não é necessário, para que renunciemos à banalidade ou ao cinismo, para que possamos caminhar pelos “bosques da ficção”, ouvindo a música da chuva que entra em nossos sapatos “e então há aquele pequeno rumor a cada passo, aquela espécie de chapinhar”.
[1] Cf. “Sugestões de Leitura” às traduções de Lessico familiare e Caro Michele, Cosac Naify, 2009.
[2] Cf. Domenico Scarpa, “Le Strade di Natalia Ginzburg”, introdução a 2ª edição de Le piccole virtú. Einaudi, 1998.
[3] Marino Sinibaldi, Natalia Ginzburg et allii. É difficile parlare de sé. Einaudi, 1999.(Aos cuidados de Cesare Garboli e Lisa Ginzburg).
[4] N. Ginzburg, La strada che va in città, Einaudi, 1942. O caminho que leva à cidade. Primeira Edição Editores, 1998. Edição bilíngue. Trad.Denise Tornimparte.
[5] È stato cosí, Einaudi, 1947 e 2001. Foi assim. Berlendis&Vertecchia Editores, 2001.Trad. e apresentação de Edson Roberto Bogas Garcia, ilustrações de Paulo Pasta.
[7] O livro não está traduzido em português e foi publicado pela Einaudi em 1964 e 1993, após o sucesso de Léxico familiar, de 1963, com o qual a escritora ganhou o importante prêmio Strega.
[8] N. Ginzburg, Léxico familiar, trad. Homero Freitas de Andrade, Paz e Terra 1988, CosacNaify 2009, esta última com posfácio de Ettore Finazzi-Agrò.
[9] Cf. Carlo Ginzburg, “Nota à edição italiana” em Relações de força, Cia das Letras, 2002, trad. Jônatas Batista Neto.
[10] Leone Ginzburg era titular de literatura russa da universidade em Turim, e de lá foi expulso quando se recusou a prestar juramento de fidelidade ao fascismo. Era judeu não sionista, pois dizia que o sionismo conduzia ao imperialismo.
[11] Cf. Posfácio Vilma Arêas a Caro Michele, Cosac Naify, 2009. Trad. Homero Freitas de Andrade.
[12] Cf. Cesare Pavese. Trabalhar cansa, Cosac Naify/7Letras, trad. e prefácio de Maurício Santana Dias.
[13] N. Ginzburg, “Un mondo stregato”, um mundo enfeitiçado, mágico, em Mai devi domandarmi, op. cit., p. 68.