Traduções de alguns poemas do recém-descoberto Yasusada, lançados agora nos EUA, e alguns comentários acerca da polêmica que envolve esse “autor, testemunha do desastre nuclear em Hiroshima, onde morreram suas filhas e esposa”.
Mad Daughter and Big-Bang
December 25, 1945
Walking in the vegetable patch
late at night, I was startled to find
the severed head of my
mad daughter lying on the ground.
Her eyes were upturned, gazing at me, ecstatic-like…
(From a distance it had appeared
to be a stone, haloed with light,
as if cast there by the Big-Bang.)
What on earth are you doing, I said,
you look ridiculous.
Some boys buried me here,
she said sullenly.
Her dark hair, comet-like, trailed behind….
Squatting, I pulled the
turnip up by the root.
Filha louca e Big-Bang
25 de dezembro de 1945
Andando pela horta do quintal
tarde da noite, deparei-me espantado
com a cabeça cortada de minha
filha louca, estendida no chão.
Seus olhos revirados, fixados em mim, estáticos…
(De longe parecia ser
uma pedra, envolta de luz,
como que jogada lá pelo Big-Bang.)
Mas o que está fazendo aí, eu disse,
isso é ridículo.
Uns caras me enterraram aqui,
disse impertinente.
Seu cabelo negro, como um cometa, puxado atrás…
Agachando, arranquei
o nabo pela raiz.
(Tradução Mauro Faccioni Filho)
…
Dream and Charcoal
And then she said: I have gone toward the light and become beautiful.
And then she said: I have taken a couple of wings and attached them to the various back-parts of my
[ body.
And then she said: all the guests are coming back to where they were and then talking.
To which she said: without the grasp-handle, how would you recognize my nakedness?
To which she replied: without nothing is when all things die.
Which is when she had a wild battle with the twigs.
Which is when the charcoal was passed from her body to mine.
Which was how she rose into the heavens, blinding the pedestrians.
Which was how our union was transposed into a dark scribble.
Which became the daughter calling, calling my name to wake me.
Sonho e carvão
E então ela disse: tomei o rumo da luz e tornei-me linda.
E então ela disse: peguei um par de asas e as colei em várias partes das minhas costas.
E então ela disse: todos os convidados estão retornando para seus lugares, e conversando.
Para o que ela disse: sem seus punhogarras, como reconhecerão minha nudez?
Para o que respondeu: sem nada é quando todas as coisas morrem.
Que é quando ela teve uma árdua batalha com os galhos.
Que é quando o carvão passou do corpo dela para o meu.
Que foi como subiu aos céus, cegando os caminhantes.
Que foi como nossa união transpôs-se em um rabisco negro.
Que se tornou minha filha chamando, chamando meu nome para me acordar.
(Tradução Mauro Faccioni Filho)
…
Telescope with Urn
The image of the galaxies spreads out like a cloud of sperm.
Expanding said the observatory guide, and at such and such velocity.
It is like the idea of the flowers, opening within the idea of the flowers.
I like to think of that, said the monk, arranging them with his papery fingers.
Tiny were you, and squatted over a sky-colored bowl to make water.
What a big girl! cried we, tossing you in the general direction of the stars.
Intently, then, in the dream, I folded up the great telescope on Mount Horai.
In the form of this crane, it is small enough for the urn.
Telescópio com urna
(Tradução Mauro Faccioni Filho)
A imagem das galáxias se dispersa como uma nuvem de esperma.
Expandindo, disse o guia do observatório, em tal e tal velocidade.
É como a idéia das flores, se abrindo dentro da idéia das flores.
Gosto de pensar nisso, disse o monge, arrumando-as com seus papelosos dedos.
Você era pequena, e agachou-se numa bacia azul celeste para urinar.
Linda menina! gritávamos, jogando você direto para as estrelas.
Então atentamente, no sonho, dobrei o enorme telescópio no Monte Horai.
Nesta forma de grua ele cabe justo numa urna.
I – Notas Biográficas e Publicações
Araki Yasusada nunca publicou durante a vida. Nasceu em 1907 na cidade de Kyoto, Japão, tendo se mudado com a família para Hiroshima em 1921. Freqüentou a Universidade de Hiroshima durante os anos de 1925 a 1928, porém esporadicamente, pois precisou trabalhar nos correios em tempo integral para ajudar o pai, que era doente. Sua intenção era formar-se no curso de Literatura Ocidental. Em 1930 casou-se com Nomura, sua única esposa, com quem teve duas filhas e um filho. Em 1936, por obrigação, passou a fazer parte das Forças Armadas Japonesas. Sua filha mais nova, Chieko, e sua esposa morreram instantaneamente na explosão da bomba atômica, em 6 de agosto de 1945, lançada pelos americanos e que resultou na desintegração do centro de Hiroshima e matou cerca de 300 mil pessoas, um terço da população. Sua outra filha, Akiko, sobreviveu ainda por quatro anos, até falecer devido a doenças provocadas pela radiação. O filho, Yasunari, estava com parentes em outra cidade e sobreviveu. Yasusada veio a falecer em 1972, após longa luta contra o câncer.
No Japão as testemunhas desses ataques atômicos são conhecidas por hibakusha. Tais fatos marcaram a produção literária de Yasusada, que já fazia parte de grupos literários de vanguarda antes da II Guerra, tais como Soun, e posteriormente do círculo experimental Kai, de renga (poema composto por um grupo de poetas).
Em carta de 1967 que escreveu para seu colaborador de renga, Akutagawa Fusei (publicada em American Poetry Review, julho/agosto de 1996), observa entusiasmado sua descoberta de Roland Barthes, assim como do poeta americano Jack Spicer, que passaram a ser suas influências. Nos seus trabalhos experimentais há ainda hai-cais inspirados em Paul Celan, o sobrevivente do Holocausto nazista, que era lido e debatido desde a época do seu grupo de vanguarda Soun.
Os escritos de Yasusada foram descobertos por seu filho apenas oito anos após sua morte, em 1980. Estavam reunidos em quatorze cadernos, onde se misturavam poemas, cartas, recordações e anotações variadas. Esses escritos foram entregues a Tosa Motokiyu, que junto a outros dois tradutores, Okura Kyojin e Ojiu Norinaga, todos eles também de Hiroshima, fizeram as versões em inglês. Essas versões foram encaminhadas para o poeta americano Kent Johnson, professor de inglês e espanhol no Highland Community College de Freeport, Illinois, que passou a ser o procurador literário de Yasusada nos Estados Unidos1.. A partir de então seus poemas começaram a aparecer em diversos periódicos, como os americanos Grand Street, Conjunctions, Aerial, First Intensity e o inglês Stand, e em suplemento especial do American Poetry Review, em 1996. Ainda não publicado em livro até aquele momento, a história e os poemas de Yasusada chamaram a atenção e passaram a entusiasmar críticos e poetas, especialmente devido ao seu estilo ligado à Language Poetry, à New Sentence, à influência que recebeu da geração Beat, à sua experiência única de testemunha do horror atômico e também ao mistério que envolveu sua vida de autor inédito.
O poeta e tradutor Forrest Gander2 considerou os poemas “alternadamente engraçados, irônicos, irreverentes, amargos e apaixonados”. O poeta-editor-crítico Ron Silliman, que havia desenvolvido o conceito de New Sentence, depois retomado pelo grupo de tradutores de Yasusada, disse que os poemas “são de tirar o fôlego e deixaram-me insone” (citado por Marjorie Perloff3). Hosea Hirata, professor de literatura japonesa, considerou “a poesia de Yasusada má, e estranhamente bela”4. John Bradley, que editou uma antologia de poemas sobre Hiroshima (Atomic Ghost: Poets Respond to the Nuclear Age), considerou o poema “’Mad Daughter and Big-Bang’ um dos mais comoventes e reveladores poemas já escritos sobre os efeitos da Bomba”4.
Em 1996 a revista de poesia American Poetry Review imprimiu encarte especial com seus trabalhos, intitulado Doubled Flowering: From the Notebooks of Araki Yasusada, onde apareceu também sua primeira foto. Posteriormente, com este mesmo título, a Fundação Segue (de Nova Iorque) publicou o trabalho completo pela sua editora Roof Books1, após a editora da Wesleyan University ter abandonado o projeto.
II – Polêmica
No suplemento literário do Village Voice de julho de 1996, o crítico Eliot Weinberger6 discutia o problema da poesia de “testemunho”, especialmente a antologia de poetas que testemunharam combates, guerras, exílios, prisões durante o século XX, Against Forgetting, organizada por Carolyn Forché. Ali declarou que Yasusada, o poeta da bomba atômica, a testemunha do horror em Hiroshima, o celebrado e exótico autor recém-descoberto, não passava de um pseudônimo e que tal personagem jamais existiu.
Araki Yasusada seria falso e seus poemas um trote. Yasusada seria o pseudônimo de um anônimo, “traduzido” por três outros pseudônimos, e não há ainda um autor que tenha assumido o trabalho.
Naquele mesmo artigo onde o trote foi denunciado, Eliot Weinberger declarava que o autor provavelmente era um poeta americano, que teria feito um brilhante trabalho e inclusive introduziu nos poemas diversos “trejeitos” de tradução, transformando-se no primeiro poeta americano “testemunha” de um desastre nuclear. Daí em diante as manifestações (pró e contra) proliferaram, atraindo a imprensa de espetáculo de vários locais do mundo. O editor do American Poetry Review, Arthur Vogelsang, teria dito que o trote foi um “ato criminal”, depois de já ter publicado vários poemas, textos e inclusive uma figura de Yasusada que, conforme Eliot Weinberger, parecia a “cópia borrada da xérox de uma xérox de uma xérox da foto de algum yakuza inferior”.. Vogelsang, editor desse mesmo jornal de poesia que publica as fotos dos poetas em maiores dimensões que os próprios poemas, dando mais ênfase aos personagens e às histórias do que ao “poético” (lembrei-me ligeiramente da revista Cult, de São Paulo).
Mas isso foi o começo dessa história de detetive, que deslocou o problema dos poemas em si para uma polêmica sobre a responsabilidade do autor, o compromisso dos editores, o espetáculo, a disputa entre correntes literárias pós-modernas, Michel Foucault, Roland Barthes e até a suposta “Morte do Autor” (!).
Um exame detalhado dos erros do “caso Yasusada” foi feito por Marjorie Perloff em artigo publicado no The Boston Review3. Ela começa argumentando que no Japão o nome da família é o primeiro, e assim tratar formalmente uma pessoa de lá usando o segundo nome seria como tratá-la por Marjorie, o que já evidencia um certo desconhecimento dos costumes. Em segundo lugar, como poderia o grupo Soun ter discutido Paul Celan antes da II Guerra, se ele é justamente vítima dela e da perseguição nazista, e teve seu primeiro livro publicado no início dos anos 50? E como Yasusada poderia ter freqüentado a Universidade de Hiroshima nos anos 20, se ela foi fundada em 1949? Além disso, ter estudado Literatura Ocidental, curso inexistente até hoje? E como um poeta japonês de quase sessenta anos teria se interessado justamente por Jack Spicer nos anos 60, quando este era desconhecido nos Estados Unidos? E pelo livro L’empire des signes de Roland Barthes, de 1970, e que nos EUA só foi publicado em 1982 sob o título de The Empire of Signs? Finalmente, quando Yasusada cita, em carta de 1967 a seu colaborador Akutagawa Fusei, poetas como Gary Snyder, Bob Kaufman, Robert Creeley, Howard McCord, recomendados especialmente por este último, que seria o dono da City Lights Bookstore – ora, o dono da City Lights era Lawrence Ferlinghetti, e Howard McCord era, na verdade, o mentor colegial de ninguém menos que Kent Johnson, o atual procurador literário de Araki Yasusada! A partir daí Marjorie Perloff assume que Kent Johnson é o verdadeiro autor, e passa a discutir a política poética americana.
Porém Kent Johnson não admite, de forma alguma, ser o autor dos textos e poemas de Yasusada5. Ao contrário, passa a criar uma rede de correspondências, debates e entrevistas para negar essa suposição, e ao mesmo tempo defender a qualidade da poesia e o anonimato do verdadeiro autor. Em 1997 trocou uma série de cartas com Akitoshi Nagahata, professor de inglês na Universidade de Nagoya, que criticava a posição de Yasusada em falar da experiência do desastre atômico sem ser um verdadeiro hibakusha, especialmente por usar termos eróticos em seus poemas, o que ofenderia aos japoneses tradicionais. Notava ainda a tentativa do autor anônimo de se aproximar estilisticamente da poesia pós-moderna, algo insensato para um autor japonês do início do século. Kent Johnson argumentou que talvez fosse uma tentativa indireta do autor em se aproximar do sofrimento das vítimas da explosão, e que justamente isso chamaria a atenção para o problema. Mais: defende claramente a possibilidade de um autor resguardar seu anonimato, pois o que interessa não é justamente o conteúdo dos poemas? Que importa se são obras de um heterônimo? Perderiam seu valor por isso?
Mas no debate o interlocutor prendeu-se unicamente ao problema da autenticidade do testemunho, e sem ser uma testemunha verdadeira, perde-se o valor do “conteúdo”. Kent Johnston chamou então um depoimento do crítico russo Mikhail Epstein em sua defesa. Em contraposição ao plágio, que consiste em assumir o trabalho de outro como sendo seu, Epstein coloca o hiper-autor, ao qual é dado o trabalho de alguém que já não o assume como seu (ou não o quer como seu). Isto como antídoto à praga universal do plagiarismo, “esta banal e auto-confessional repetição das idéias e imagens de um outro sob o pretexto pós-modernista da intertextualidade”. Aliás, o próprio Mikhail Epstein poderia ser o pseudônimo de um outro autor, talvez até mesmo de Umberto Eco5!
Para Perloff, Weinberger e outros críticos a questão de base é: como nenhum editor percebeu que se tratava de uma fraude? Parece que aceitaram os trabalhos basicamente por dois motivos: são ignorantes de poesia e ficaram fascinados por essa história fantástica de uma testemunha inédita de Hiroshima. E mais: o autor que lançou esse “hiper-autor” tinha idéia dessa demanda e lançou Yasusada justamente para preencher essa expectativa (com sucesso!). Para Perloff, Johnson fez um trabalho brilhante ao inventar esse mundo que é moderno e ao mesmo tempo arcaico e ritualizado, documentário e simultaneamente situado num tempo indeterminado. Por todos esses motivos Yasusada preenche a expectativa e a demanda da crítica e das disciplinas acadêmicas atuais. No caso, vem satisfazer e preencher – para saciar – mas não vem perturbar. Pois como disse Weinberger, o leitor quer um autor ligado à obra, e poderia ser um autor atraente, ou um com uma vida triste (de preferência as duas coisas). E quanto aos departamentos de línguas, segundo ele, estão hoje divididos em duas contraditórias facções pós-modernistas: multiculturalistas e desconstrucionistas; os primeiros querem aquelas histórias nunca lidas, e os outros duvidam que tais histórias possam ser escritas (“pelo menos um dos lados ainda quer ler literatura”).
Para Charles Simic, somente num país onde o “provincianismo confessional reina absoluto” poderia passar um poeta japonês que lia Paul Celan em 1930, e poemas e antologias continuam sendo publicados simplesmente para preencher as cotas da moda – o que levará, muito provavelmente, a novos “trotes”4.
III – Poética
Ao analisar a questão dos poemas feitos por testemunhas de grandes catástrofes e sofrimentos, em que a razão de sua importância seria justamente cicatrizar as feridas causadas, Eliot Weinberger6 aponta para um conceito poético fundamental: “esta é a melhor evidência de que isto [testemunho] nada tem a ver com poesia. A poesia não fecha feridas ou responde questões; ela as abre.”
Que sociedade é essa onde alguém, para se expressar, precisa inventar um personagem que vá ao encontro de uma expectativa? E que sociedade é essa, cujas expectativas são de tal tipo exóticas e “sofredoras”?
Acontece que a crítica e o ambiente literário esperam algo dos autores, e os poemas de Yasusada não poderiam ser o trabalho da imaginação de um americano (seriam simplesmente desprezados) – mas se estão na “boca” de um japonês que é testemunha legítima, então passam a ser aceitos e mesmo celebrados. Tal então foi o artifício do verdadeiro autor para “entrar no mercado”. Não seria diferente aqui no Brasil, bastando fazer uma “correção” temática (quem sabe os “diários poéticos” de uma vítima do Carandiru, recém-descobertos?).
É que na crítica e nos editores existe uma expectativa de forma e de tema. Isso já devia estar superado e deveria haver a possibilidade de se admitir o que está fora dela; mas não há (agora lembrei ligeiramente da Inimigo Rumor, do Rio, e do Suplemento Literário, de Minas). É uma questão de manter o reduto, criando uma matriz de intenções versus pessoas. Quando na matriz a linha das intenções encontra a coluna da pessoa certa, adequada àquela intenção e ao status quo pré-definido (como uma “notícia” na revista Caras), surge o poeta correto.
Por outro lado, admitir tudo daria a entender uma postura de “multiplicidade”. É falso o que se chama de “multiplicidade” poética no Brasil das novas gerações, pois na realidade há uma tentativa dos diversos autores em se acercar (segundo o talento de cada um) do que seria o “preenchimento” das expectativas desse Outro especial que detém o poder da mídia. Mas esse novo autor não tem certeza, tem suspeita, e vai tateando e construindo um obra raquítica na direção de alguma “cota da moda”; não compreende, no interior do seu trabalho, a angústia estética como algo interior e individual , não compreende um pensar que se desdobra pelo belo.
Assumir uma persona é um erro? Mas o poema está além dessa questão. E nem é necessário recorrer ao uso do heterônimo – pode ser feito em nome próprio! – pois o fim é esse embate que é travado no momento mesmo do poema, e não fora dele.
Por fim, onde encaixar versos como estes, descrevendo uma guerra que não é a nossa, numa época que não é esta?
Areílico é morto pelo filho de Menetes
com a longa haste de bronze cravada na coxa
Menelau percebe o peito nu de Toante
aí o fere cobrindo seus olhos de treva
Ânflico mata Filido destroçando seus ossos
Nestórida derruba Antímnio, que irrita o irmão
e este, Máris, é morto também pela mesma lança
Peneleu, num golpe, de Lico tira a cabeça
Cleóbulo baixou os olhos frente a Ajax
Piracme cai na poeira fixo à lança de Pátroclo
Meríones atinge Acamante com a espada no ombro
Abre-se o fosso no caminho do Hades
um a um os heróis se retiram às sombras
onde não tardarão a encontrar a nova luta
no primoroso verso de um poeta brônzeo
Talvez fosse o caso de dizer que são os fragmentos de um poema épico, escritos numa pedra encontrada às margens de Juan les Pins, Antibes (já foi Antipolis), fundada há mais de 22 séculos no litoral Mediterrâneo. Quem sabe merecessem a atenção do editor literário, assim como aquele outro, que até mesmo a foto do sobrevivente de Hiroshima publicou.
Agradeço a Chris Daniels (que traduziu recentemente Murilo Mendes para o inglês), por ter indicado diversas fontes sobre o debate em torno de Araki Yasusada bem como sobre a polêmica do “autor”, além de inúmeras sugestões na tradução. Também a Walter Carlos Costa, Ademir Demarchi e Marco Aurélio Cremasco, pela leitura atenta, sugestões e diversas anotações no texto e nas traduções.
1. Araki Yasusada, “Doubled Flowering: From the Notebooks of Araki Yasusada”, Roof Books, New York, 1997, 172 pp. (www.segue.org).
2. Forrest Gander, “Resenha de Doubled Flowering”, Jacket Magazine 4, 1998 (www.jacket.zip.com.au/jacket04/ganderyasu.html).
3. Marjorie Perloff, “In search of the authentic other”, The Boston Review, 2000 (www-polisci.mit.edu/bostonreview/BR22.2/Perloff.html)
4. Charles Simic e outros, “Yasusada/Perloff forum”, The Boston Review, 2000 (www-polisci.mit.edu/bostonreview/BR22.3)
5. Kent Johnson, “Letter to American Poetry Review”, Jacket Magazine 5, 1998 (www.jacket.zip.com.au/jacket05/yasusada-letter.html).
6. Eliot Weinberger, “Can I get a witness?”, Jacket Magazine 5, 1998 (www.jacket.zip.com.au/jacket05/yasu-weinberger.html).
Mauro Faccioni Filho
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