Se consultarmos qualquer história da literatura brasileira, pouco ou nada, leremos sobre Pio Lourenço Correa. Já sobre Mário de Andrade há centenas de volumes, com estudos sobre ficção, linguística, folclore, música, comportamento, arte popular. Sem esquecer o romance Macunaíma, estudado, reestudado, dissecado, copiado, imitado, transposto para o teatro e cinema. Quantos, no entanto, sabem que o desconhecido Pio Lourenço foi uma figura fundamental na vida de Mário?
Pio Lourenço era um mito para algumas gerações em Araraquara, cidade do interior de São Paulo. Pio foi um fazendeiro pequeno, franzino, quase seco, cara de personagem de Graciliano Ramos, sisudo. Também comerciante, banqueiro e linguista, falava e lia em quatro línguas: francês, italiano, espanhol e inglês. Antonio Candido, que o conheceu e com ele conviveu algum tempo, revela que o inglês de Pio tinha forte sotaque da Escócia, uma vez que aprendeu com um escocês, que morava na cidade. Pergunto, o que um escocês foi fazer em Araraquara há quase cem anos?
Para nós araraquarenses mais jovens, Pio era visto como um esquisitão, sempre encerrado em sua chácara, a Sapucaia, retirada da cidade. A chácara surgia de repente para quem vinha por uma estradinha, atravessava um mata-burro e dava com ela. O diferencial é que o pomar, uma impressionante coleção de todo tipo de árvores frutíferas, ficava na frente da casa e não nos fundos, como era costume. Havia de tudo ali, o que excitava a gula da molecada. O chão batido era limpíssimo, parecia salão de baile, na poética definição de Ana Luisa Escorel, filha de Antonio Candido e escritora e editora. Havia ainda um orquidário, bem cuidado por dona Zulmira, esposa e sobrinha de Pio Lourenço, já que era filha de seu irmão Candido.
Corria a história de que havia no porão um túnel secreto que ia em direção à cidade. Por ele, Pio poderia fugir em caso de “sublevação” política. Curiosos, perguntávamos o que significava isso. A chácara foi comprada para fugir da cidade, devastada pela epidemia de febre amarela que grassou entre 1895 e 1897.
Acabou sendo o refúgio de uma vida. Para Gilda de Mello e Souza (em solteira, como se dizia, Gilda de Moraes Rocha), sobrinha de Pio Lourenço, o tio era um misantropo, “neurastênico por profissão, inteligentíssimo, culto, civilizado e em tudo original no mundo cerrado que construiu e no qual se enclausurou”. A personalidade de Pio me lembra o escritor americano J. D. Salinger, eclipsado em sua casa em Cornish, na Nova Inglaterra, Estados Unidos.
Crianças e mesmo adolescentes olhávamos com receio a chácara do homem tido como bravo. Mesmo assim, prontos para correr, batíamos palmas no portão (não me lembro se havia uma campainha, a casa era bem longe) pedindo jabuticabas, já que havia dezenas de espécies de primeira qualidade. A empregada atendia e nos dava. Ganhávamos também pêssegos. Meu sonho era atravessar aquele muro (seria muro ou cerca? Oh, memória!) da Rua dos Libanezes (até hoje a placa da rua conserva o Z), não distante de minha casa. Ainda tenho casa na cidade. Aliás, minha rua, a Guaianases, hoje Djalma Dutra — quem foi para merecer nome de rua? — terminava junto à chácara. A cidade avançou e circundou a Sapucaia, que perdeu algum terreno, parte para uma escola, a Victor Lacorte, educador local histórico. A duzentos metros dela situa-se o Sesc, que mudou a vida cultural da cidade nos últimos quinze anos.
Pio foi um fazendeiro pequeno, franzino, quase seco, cara de personagem de Graciliano Ramos, sisudo. Também comerciante, banqueiro e linguista, falava e lia em quatro línguas: francês, italiano, espanhol e inglês.
Amizade estabelecida
Mário de Andrade e Pio Lourenço eram aparentados. Certa época, em São Paulo, ainda estudante, Pio morou na casa de Mário. Anos mais tarde, em 1913, Mário sofreu uma grave crise de depressão ocasionada pela morte súbita de seu irmão Renato, jovem de muito talento, destinado a ser excelente pianista. Quem salvou Mário foi Pio, que o levou para a Fazenda São Francisco, também de sua propriedade, vizinha a Araraquara. Após um “retiro”, com muito sossego e comida boa, Mário estava curado e a amizade entre os dois, estabelecida.
Candido define Pio como um “excêntrico, de voz grave, dicção perfeita, que parecia sempre comandar. Severo, ríspido, era contudo dotado de grande senso de humor, divertia-se com facilidade e era bom conversador”. Sua biblioteca, não tão grande, mas bem fornida, como se dizia, tinha uma “notável coleção de dicionários e enciclopédias, muita literatura em várias línguas, livros e revistas científicas, publicações sobre linguística”. Coube a ele dirimir uma dúvida. Quando todos afirmavam que a palavra Araraquara significava ninho de araras, ele provou que era Morada do Sol, e publicou uma monografia que teve várias edições.
Em família, fossem ou não sobrinhos, todos o chamavam de tio Pio, e foi assim que Mário de Andrade o tratou a vida inteira. Em 1917, quando começou a correspondência entre os dois, Mário tinha 24 anos e Pio, 42. As cartas foram e voltaram entre Araraquara e São Paulo até 1945, quando Mário morreu aos 52 anos. (Em uma de suas cartas, escreveu: “Faço 40 anos, gostaria de viver mais 20”.). O tio sobreviveu ainda 12 anos, falecendo em 1957, aos 82 anos.
Felizmente, ambos, Pio e Mário, eram organizados e as cartas, umas mais longas, outras curtas, curtíssimas, foram bem conservadas. Há vários cartões postais. Curioso é que no destinatário, os cartões (pagava-se 100 reais para a postagem) indicam apenas:
Para Pio Lourenço Correia
Araraquara
Estado de São Paulo
O carteiro entregava, claro. Pio era dos homens mais conhecidos da cidade, teve atuação política e publicava muitos artigos nos jornais locais.
O resgate desta preciosa troca foi realizado durante anos por Gilda de Mello e Souza. Trabalho que ela não pôde completar, faleceu aos 86 anos, em 2005. Porém Antonio Candido e sua filha Ana Luis Escorel, auxiliados por Tatiana Longo Figueiredo e Denise Guaranha, produziram um livro raro, editado em 2009, pela Ouro Sobre Azul e pelo Sesc. É o volume Pio & Mário – Diálogo de uma vida inteira, edição primorosa, com as cartas, comentários e muitas fotos. Falando em sisudez, em todos os retratos (como se dizia) no livro há somente duas fotos com Pio sorrindo. Na página 167, o riso é contido, ávaro. Na página 324, contemplando Zulmira, o riso é amplo.
Atrevo-me a dizer que este livro foi o testamento de Gilda. A primeira carta foi perdida, mas ela dizia respeito ao envio do primeiro livro de Mário, Há uma gota de sangue em cada poema, de 1917, em que ele pede o julgamento do tio, ao que, Pio, alegando laços familiares, recusa-se a fazer, dizendo, “sinto-me perfeitamente suspeito, é como se houvesse de emitir juízo sobre obra minha”. As cartas fluíram entre Araraquara e São Paulo, Rio de Janeiro, Lindoia, Recife, Amazonas, Chile, onde quer que Mário passasse. São comentários sobre a vida cotidiana, pedidos de favores, debates sobre livros, contos, romances, o papel da crítica, curiosidades científicas, problemas de saúde, dúvidas linguísticas, definições de palavras.
Mário passou a ser convidado assíduo na Sapucaia. Era ali, conta Gilda, “na paz sapientíssima da chácara no universo ordenado e protegido, que Mário trabalha com maior prazer. Ora sentado debaixo do grande ceboleiro, junto à mesa de pedra rosada de Chibarro1 ora olhando a paisagem tranquila, os três ipês floridos, o gadinho pastando além da cerca… Só descansa realmente ali… A chácara é o seu vício, a sua Pasárgada, onde estão satisfeitas as suas “vontade rurais”: comer macuco, sentir o sabor do verdadeiro mel de jeteí, saborear ‘filé de carneiro gordo de forno, preparado com sal e lenha de angico’, ceder a suave convicção de que um arroz com baguaçu vale mais que um prestígio”.
Para quem não é do interior, macuco é uma pequena ave que, tempos atrás, antes do politicamente correto, era deliciosa. Mário diz jeteí, mas sempre conheci a abelha como jataí, pequenina, com um mel muito doce. Quanto ao baguaçu é o mesmo que babaçu, palmeira, da qual se extrai um bom óleo comestível.
As cartas ocupam 380 das 413 páginas do livro. Elas se sucedem com regularidade. O correio parecia funcionar, ora Pio pede a Mário que lhe mande mercúrio, para curar alguma coisa; ora Mário começa a discussão sobre uma vespa que come aranha. Pio conta que em Portugal não se deve pedir água do pote, porque pote é penico, então peça água da fonte. Mário diz que quer do tio todos os casos, anedotas, canções populares, ditos e adágios que conhece, e Pio retruca pedindo um dicionário, um livro, uma revista esgotada. Questões sobre palavras, construções de frases, gírias, um espicaça o outro. Comentam críticas de livros, notas de jornais. Acompanhamos a saúde de Mário, seus desânimos e reerguimentos, suas viagens. Os dois trocam presentes. Um ir e vir incessante. Danilo Santos de Miranda2, na apresentação do livro Pio & Mário, diz que hoje certamente Mário passaria o dia no computador, deliciado, mandando e-mails.
Antonio Candido define Pio como um “excêntrico, de voz grave, dicção perfeita, que parecia sempre comandar. Severo, ríspido, era contudo dotado de grande senso de humor, divertia-se com facilidade e era bom conversador”.
Araraquara, 13 de agosto de 1923.
Mário,
Cambau, se o quisermos tomar em significado específico, é um laço na ponta de um pau, para conter cães e conduzi-los sem risco da integridade física das pernas do condutor… Se tiver tempo e pachorra para replicar a isto aproveito o ensejo de dizer-me se acha nos seus dics (sic) o termo estantufo, de que tenho notícia como sinônimo de embolo, em mecânica. Pio
São Paulo, 24 de janeiro de 1927.
Tio,
Irão também meus dois livros novos. Do Primeiro Andar não digo nada. Saiu uma embrulhada tipográfica dos demônios. Ou erros tipográficos que me escaparam na correção ou por causa das datas, amostras da evolução. Se tiver paciência queria o seu comentário severo sobre ortografia e língua do Amar, Verbo Intransitivo. Com certas modificações ortográficas dele sei que o senhor não concordará, porém o que me interessa são as razões… Mário
Araraquara, 30 de agosto de 1920.
Mário,
A língua nacional, do nosso versátil e incongruente J. Ribeiro3 é um livro útil… Eu tenho toda ou quase toda a produção deste sergipano de uma figa. Até agora não sei, nem ninguém sabe, onde ele ficará no seu instável credo ortográfico: provavelmente não parará nunca — novo judeu errante —em porto algum que dê fundo à sua âncora filológica. Não obstante, o sergipano tem leitura e vale muito… deu agora para escrever physiognomia, ou coisa assim, com G!… Todavia, onde já ficara retardado o tal G que ele agora reabilita… No fim do livro declara muito a sério que “não aceita (um C) as simplificações anti-etymológicas hoje em moda”. Ora, de novidades anti-etmologicas já foi ele paladino e vulgarizador. É um pândego. Pio
A uma carta perdida de Mário, Pio escreve em 11 de março de 1922, comentando certamente fatos da Semana de Arte Moderna que ele viu contrariado:
Mário,
Na divisão do trabalho humano, a que obriga a eterna e universal Lei da capacidade de cada um, a mim me tocou plantar batatas, e matar formigas… Como plantador de batatas não percebo essa coisa de se meterem batatas, digo palavras avulsas — by standers — no meio do discurso; como matador de formigas, não me cabe na mioleira um verso sem metro, sem rima, sem leis. Considero isso tudo como arte dos soviets. Também você já o sabia. Mas continuo a plantar batatas, sem me interessar pela sorte dos soviets. O pior é que nem todos continuam a plantar batatas: alguns vão ao Municipal atirar batatas. Que se lhes há de fazer? Aturá-los e deixá-los… Pio
São Paulo, 19 de março de 1927.
Tio Pio,
Vou recebendo as notas utilíssimas. Pro caso da última faz tempo que me decidi. ‘Morrera-lhe a mulher há cinco anos e “D’aí a dias” (O M. Barreto escreve “Daí” sem apóstrofe e em-fim com traço de união. Durma-se com um barulho destes! Vejo isto no livro dele saído agorinha, Através do Dicionário e da Gramática, com tantos acentos que dói na vista. Quer que mande? E a respeito deste “dói” me mande se puder abonações pra “Os bois é a lembrança” que vem no Amar, Verbo Intransitivo, pág. 115. Está aí, se eu já tivesse fichas de português isso me seria fácil. Agora teria que procurar e estou com preguiça. É pra entupir um amigo que nega essa construção que sei abonada pelos clássicos… Mário
São Paulo, 23 de abril de 1927.
Tio Pio,
Já conhecia o termo tupi “pelado” e que deu afinal em significar pênis não só para os caboclos como até nas cidades. No Rio e aqui pelo menos o termo é corrente. Pois aqui lhe mando para ajudar a semasiologia uma advinha brasileira, aliás de clara origem europeia. Na França tem outra muito parecida. A nossa é assim.
— Que é que é?
Mana, vamos fazer
Aquilo que Deus consente
Ajuntar pelo com pelo
Deixar o pelado dentro
Resposta: fechar os olhos.
O jeito é fazer o perguntado imaginar que a gente pergunta uma imoralidade, em vez, são os pelos das pestanas que se ajuntando deixam a pupila pelada dentro das pálpebras. É admirável de engenhosidade, não é não?
Esta adivinha está no capítulo XI de Macunaíma.
Rio Amazonas, 22 de junho de 1927.
Tio Pio
…Porém esta viagem sob ponto-de-vista de língua me trouxe um problema novo em que nem tinha imaginado inda não: o caso da dicção. Me surpreendi muito aqui no Norte encontrando uma dicção que pra todos os efeitos é a nossa paulista. Agora o Nordeste é incontestável que atingiu já uma dicção perfeitamente distante da sulina, o que traz um perigo enorme. Temos perfeitamente distintas duas dicções da mesma fala no Brasil: a nordestina (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará) e a outra mais geral e mais próxima do portuga com leves variantes daqui pra “acolá” como se diz (ainda) aqui no norte. Exponho o caso sem tirar conclusões por enquanto porque tanta sensação forte abriu por demais em mim a vida dos sentidos e as faculdades intelectivas meio que andam enferrujadas… Mário
Araraquara, 27 de novembro de 1927.
Mário,
A orquestra de cigarras inaugurou o concerto vespertino com grande entusiasmo. É tempo, pois, de retiro e meditação na rede. Pio
Rio de Janeiro, 3 de maio de 1940.
Meu caro amigo tio Pio,
…Na verdade faz dois anos que estou com a vida completamente desfigurada neste Rio de Janeiro. A culpa não será tanto do Rio, perdoemos a terra. A culpa será meio minha meio dos homens. Além da falta que me fazem os meus e é sugadora, me debilita dia por dia, além dos costumes e maneiras orais desta gente de grande capital, com que não me acomodo, me assusta, me faz medo: inda por cima não sou mais do que a décima parte do que sou. Que é ter aqui quinhentos livros pra quem ajuntou dez mil?…E meus fichários, meus documentos folclóricos colhidos por mim e que temo trazer por causa de roubos que me desesperariam… Com isso vivo sem pernas e sem mãos e sem grande parte da cabeça, que está nos livros e nos fichários… E vivo assim na beira do estouro, mastigando freios de espuma amarga… Mário
Deixei para o final este trecho de carta de 31 de março de 1934, de Mário para o tio.
Recebi sua carta anteontem e já lhe venho dar o parabém pela aquisição da máquina. Eu, faz mais de dez anos que tenho a minha aqui e sei que é um progresso vasto. No princípio o mais difícil não é essa dedilhação agitada com que a gente procura as letras nos lugares delas, realmente o dificílimo e o importante é a falta de contato entre o indivíduo e o que ele escreve. A gente até que meio se despaísa na maneira de pensar e o escrito surge como dum ente alheio, um quase inimigo, dum contra-eu, assombração ferocíssima que às vezes chega a desanimar a gente. Carece ir aos poucos adquirindo aquela sensibilidade datilográfica, que é diferentíssima da manugráfica, se me permitir o neologismo pessimamente construído. Mas não sei como é mão em grego. No manuscrito é a mão que vibra sensível, e ela está mais próxima do coração e da misteriosa sede de nossas faculdades intelectuais… Mas tenha paciência que um dia virá a escrever com rapidez, e com toda sensibilidade amável de seu ser. Mário
A explosão Macunaíma
É de Gilda a observação de que a chácara “apesar de ser um Nirvana dissolvente, não impede que Macunaíma exploda nela em seis dias febris de inspiração, no quarto contiguo ao de Pio e Zulmira”. Completa Antonio Candido: “O romance foi imaginado em parte na Fazenda Santa Isabel, de Candido de Moraes Rocha, irmão de Zulmira, pai de Gilda, onde Mário contava trechos aos meninos que o rodeavam ansiosos. Entre esta meninada estava Gilda que se lembra de Mário saindo do quarto ao cair da tarde, esperado pela criançada de banho tomado, acocorada no chão, ansiosa. Macunaíma provocava sustos e interrogações e Mário ia modificando os relatos”.
“A primeira versão foi redigida na Chácara de Pio, ou numa mesa de pedra, embaixo de uma árvore do pátio; ou de noite, quando dona Zulmira ralhava porque estava trabalhando demais, escondido no banheiro privativo do quarto de hóspedes, numa mesinha pequena posta sob um espelho oval.”
A fazenda fica entre Cesário Bastos e Américo Braziliense, e pertenceu a Renato Correia Rocha, falecido recentemente e irmão de Gilda. Renato foi também o penúltimo proprietário da Chácara Sapucaia, que veio aos sobrinhos por herança, uma vez que Pio não teve filhos. Ele vendeu-a ao casal Valdomiro e Heleieth Saffioti, ela a socióloga de renome, vibrante feminista. Ele escreveu os livros de química que formaram gerações, inclusive a minha, foi fundador do PT em Araraquara, antes de o partido desmoronar, e elegeu-se vereador. Morreu antes de Heleieth que, ao mudar-se para São Paulo, teve um dos gestos mais generosos que já vi. Enfrentou o assédio de imobiliárias que acenaram com milhões, querendo ali plantar espigões e doou o cobiçado terreno à Unesp, que o transformou em Centro Cultural. O olhem que ela e Saffioti viviam de aposentadoria universitária.
Ah, sim. O túnel secreto foi redescoberto pela Unesp. Ele avança por baixo da cidade. A partir de um trecho foi interditado, porque há perigo que, ali mexendo, se provoque um desmoronamento de proporções, abrindo ruas e derrubando casas, não se sabe onde ele chega.
notas
1. Chibarro é um bairro de Araraquara e também o nome de um riacho que passa por ali. Nele se encontravam pedras rosadas. As pedras rosadas são encontradas na maioria das calçadas antigas da cidade e em algumas ainda se veem marca de patas de dinossauros que habitaram a região há milhares de anos.
2. Diretor regional do Sesc em São Paulo.
3. Este J. Ribeiro é João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes, filólogo conceituado na época.