Odisseia lusitana
A Dublinense está trabalhando em uma edição brasileira de Atlas do corpo e da imaginação: teorias, fragmentos e imagens, um dos livros mais complexos e impactantes de Gonçalo M. Tavares — de quem a editora já publicou diversos livros, entre eles Short movies e Animalescos. Com milhares de imagens, a proposta da casa gaúcha é publicar uma edição totalmente nova e diferente do original português. Com toda a nova formatação do material gráfico, a previsão é de que o livro saia até o final deste ano.

Formas breves
O catarinense Carlos Henrique Schroeder, autor de As fantasias eletivas e A história da chuva, publica em março, pela Record, As aranhas, livro que marca o seu retorno às narrativas breves após uma década. Os contos, que têm em comum a presença dos artrópodes de oito patas, são uma investigação social sobre o preconceito, o amor, a morte, a inveja e nos imensa incapacidade de entender a essência do ser humano.

Zelda, a inquieta
A multiartista Zelda Fitzgerald (1900–1948), musa da Era do Jazz, ganha no próximo mês uma edição caprichada de seus textos inéditos. Cadernos, publicado pela Ponto Editoral, com tradução e organização de Mauricio Tamboni, reúne contos, artigos e crônicas que mostram a inquietude de Zelda quanto a questões como costumes e a percepção das mulheres na sociedade e até mesmo uma resenha ácida sobre Belos e malditos, uma das obras mais importantes de seu marido, F. Scott Fitzgerald.

Prêmio Rio
O Prêmio Rio de Literatura anunciou os vencedores da edição de 2019. Geovani Martins, com O sol na cabeça, venceu na categoria Prosa de Ficção. Heloisa Buarque de Hollanda venceu na categoria Ensaio com Explosão feminista. Na categoria Poesia, Marco Catalão recebeu o prêmio por Asas do albatroz. Rafael Amorim ganhou na categoria Novo Autor Fluminense com o inédito Como tratar paisagens feridas. Cada um dos escritores das categorias principais levará R$ 100 mil e Rafael Amorim receberá R$ 10 mil e terá seu livro publicado.

Nova casa aos estrangeiros
A Companhia das Letras começa a publicar parte do espólio da finada Cosac Naify, fechada em 2015. Estão programados para que sejam publicados, ainda em 2020, os livros O passado e A vida descalço, ambos do argentino Alan Pauls, que também lançará pela casa um livro inédito e O fator Borges. Ainda da Cosac, a editora pretende levar às livrarias Bartleby e companhia, do catalão Enrique Vila-Matas. O Perseguidor, de Julio Cortázar, também receberá uma edição, assim como Infância e Minhas universidades, de Górki.

E aos brasileiros
A Editora 34 também terá a sua parte do que sobrou do catálogo da Cosac Naify. São esperados para 2020 os relançamentos de Leão de chácara e Malagueta, Perus e Bacanaço, ambos de João Antônio. O Fazedor de velhos, de Rodrigo Lacerda, sairá pela Companhia das Letras.

João, centenário
No ano em que completaria 100 anos, o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920–1999) terá a sua obra publicada em um único volume. Intitulado Obra completa, o livro será publicado pela Alfaguara ainda nesste primeiro semestre.

Novo Wallace
David Foster Wallace (1962–2008) volta a ser publicado no Brasil. Antídoto contra a solidão (editora Ayne, com tradução de Caetano W. Galindo — responsável por verter ao português Graça infinita, obra máxima do autor norte-americano) é composto por duas longas entrevistas de Wallace cujos temas vão da literatura aos assuntos ordinários da vida.