Residência em Xangai
Estão abertas até o dia 31 de março as inscrições para a residência literária em Xangai. O programa, que chega à sua 10ª edição e já recebeu autores de mais de 30 países, selecionará 10 autores, que receberão passagens aéreas, hospedagem em casa de família e auxílio alimentação. Durante os dois meses de duração da residência, em setembro e outubro, os selecionados participarão de encontros com escritores locais, conferências e debates em universidades. Para se inscrever, entre em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Xangai pelo [email protected].
Luto poético
A Alfaguara publica em breve Elegia do irmão, de João Anzanello Carrascoza, que narra uma emocionante história sobre o luto pela perda de uma irmã, vítima de uma doença rara e grave. Mara tem sua vida recontada pelo irmão que, ao mesmo tempo em que tenta fugir da dor, acolhe a memória da irmã. Com a linguagem poética, que caracteriza a obra de Carrascoza, Elegia do irmão faz um paralelo temático com a Trilogia do adeus.
A miséria literária
A Companhia das Letras anunciou o lançamento de A literatura nazi na América, de Roberto Bolaño, autor chileno morto em 2003. Publicado originalmente em 1996, pouco antes do clássico A estrela distante, o livro é, segundo o próprio escritor, “sobre a miséria e a soberania da prática literária”. A literatura nazi na América é uma obra que herda de Borges o caráter (falsamente) enciclopédico sobre um tema caro ao autor. Essa coleção de narrativas, que brincam com o real e o imaginário, foi o primeiro livro de Bolaño a atrair o olhar da crítica, que mais tarde o descreveria como um ícone vivo da literatura latino-americana.
Prêmio
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por intermédio de sua editora, está promovendo o IV Prêmio Ufes de Literatura. O concurso, com inscrições até 31 de março, contempla as categorias contos e/ou crônicas, dramaturgia, literatura infantil e juvenil, poesia e romance. Os seis autores escolhidos pela comissão serão publicados pela Edufes e receberão 100 exemplares de sua obra.
De casa nova
Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex, integra o catálogo da Intrínseca. O livro, que antes estava na Geração Editorial, foi uma das reportagens mais premiadas dos últimos anos e narra a história de hospital psiquiátrico, em Minas Gerais, acusado de matar mais de 60 mil pacientes. De acordo com a apuração de Arbex, a maioria das vítimas eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.
Censura?
Após o filme Boy erased: uma verdade anulada ter suas exibições no Brasil canceladas, a Intrínseca, responsável pela publicação do livro que inspirou o longa, emitiu uma nota lamentado a situação. “Quando decidimos publicar o livro no Brasil, acreditamos que junto com a adaptação cinematográfica de suas memórias poderíamos levar uma mensagem necessária de tolerância para todos que vivem situações semelhantes de repressão a suas sexualidades”, diz o texto publicado no site da editora. Boy erased é baseado nas memórias de Garrard Conley, filho de um pastor batista e criado em uma cidade conservadora no interior dos Estados Unidos. Na juventude, Conley foi matriculado pelos pais em uma terapia de conversão sexual.
Flipoços
O Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços) chega neste ano à sua 14ª edição. Para comemorar a longevidade, o evento escolheu como tema ”Vidas que se cruzam, vidas sem fronteiras” e terá entre os convidados os escritores Juan Quintero Herrera (Colômbia), Calí Boreaz (Portugal) e Kátia Gerlach (EUA). O Flipoços acontece entre 27 de maio e 5 de abril.
Curta
O conto Natal na barca, de Lygia Fagundes Telles, foi transformado em curta-metragem pelo diretor e roteirista alagoano Nilton Resende. A barca foi filmado na última semana de fevereiro. O filme participará de festivais, onde será exibido em mostras competitivas e posteriormente integrará a grade de programação de canais de tevê por assinatura.
Breves
• A Ubu anunciou o lançamento do clássico guatemalteco Popol Vuh, descrito como “o mais importante documento poético-político da antiguidade das Américas”.
• A Intrínseca lançou em fevereiro o novo livro de Markus Zusak, O construtor de pontes, que narra a jornada de uma família marcada pela culpa e pela morte. A publicação acontece pouco mais de uma década depois do best-seller A menina que roubava livros.
• A Alfaguara publicará Plataforma, romance do polêmico escritor francês Michel Houellebecq, autor de Submissão, obra que escandalizou o mundo islâmico em 2015.