Até na literatura, Cunha?
Uma ação movida pelo ex-deputado federal e presidiário Eduardo Cunha proibiu a venda de Diário da cadeia, publicado pela Record sob pseudônimo homônimo ao de Cunha. A editora defende que nunca divulgou a obra como autobiográfica e que sempre deixou claro que o autor não se trata do ex-presidente da Câmara dos Deputados. O editor Carlos Andreazza condena a ação e relembra que o uso de pseudônimo é um recurso comum na literatura. A Record entrou com um recurso contra a ação. Até o fechamento desta edição, Diário da cadeia ainda estava impedido de circular. Caso descumpra a ordem judicial, a Record está sujeita a uma multa de R$ 400 mil.
Um novo mentecapto
Otávio Linhares lança em 6 de maio seu terceiro livro, O cão mentecapto, que encerra a Trilogia da Turbulência — composta também de Pancrácio (2013) e O esculpidor de nuvens (2015), todos editados pela Encrenca. Composto de 16 contos, o livro é um jogo de espelhos entre emoções embaralhadas, ambientes agressivos, mortes, excitações e brutalidades. O ritmo acelerado de seus narradores permite que Linhares crie um diálogo interessante entre o caos da cidade e seus habitantes. O lançamento acontece na Arte & Letra (Alameda Dom Pedro II, 44, Curitiba – PR), às 11h.
Jabuti atualizado
Luiz Armando Bagolin será o novo curador do Prêmio Jabuti. Ele pretende atualizar a premiação, a mais longeva em território brasileiro. O primeiro ponto a ser analisado é o regulamento do concurso que, de acordo com o novo curador, apresenta muitas lacunas. Confusões nas premiações se tornaram corriqueiras. E o Jabuti perdeu espaço para prêmios com valores mais expressivos e mais bem organizados, como o Oceanos e prêmio São Paulo. Também prevê a inclusão de histórias em quadrinhos entre as categorias premiadas.
Chilena na Flip
A Flip — de 26 a 30 de julho e que neste ano homenageia Lima Barreto — confirmou a presença da chilena Diamela Eltit, considerada pelo suplemento Babelia, do El País, um dos nomes mais importantes da literatura latino-americana. Ainda inédita no Brasil, Eltit terá Jamas el fuego nunca (2007) publicado pela Relicário, com tradução de Julián Fuks.
A volta do Lima
No embalo da Flip, a Companhia das Letras deve lançar a biografia de Lima Barreto, escrita por Lilia Schwarcz. A editora está programando também novas edições de Cemitério dos vivos e Diário íntimo, com organização de Augusto Massi. A Autêntica anunciou o relançamento da biografia A vida de Lima Barreto, de Francisco Assis Barbosa, enquanto a e-galáxia prepara os e-books de crônicas Lima Barreto e a literatura, organizado por Felipe Correa Botelho, e dos ensaios de Beatriz Resende sobre o autor.
Literatura no bar
Os escritores Jéferson Assumção, Nicolas Behr, José Rezende Jr., Paulliny Gualberto Tort e Maurício de Almeida resolveram levar a literatura aos bares da capital federal. O festival Movida Literária, previsto para maio, nasceu da necessidade de os autores divulgarem seus trabalhos fora do eixo ortodoxo de promoção. Sem patrocínio ou incentivo do governo, o evento terá 14 mesas compostas por autores de prosa e poesia, que conversarão sobre os desafios e os processos criativos da produção literária. Já estão confirmados Marcelino Freire, eleito o “Boêmio da Vez”, e Sheyla Smanioto, autora do premiado romance Desesterro. Para financiar o festival, o grupo de amigos criou uma campanha de arrecadação coletiva. Para contribuir: www.catarse.me/movida_literaria.
Literatura de cordel
Por meio de seu escritório no Rio de Janeiro, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos disponibilizou um grande acervo de materiais a respeito da literatura de cordel. Chamado de Brazil Cordel Literature Web Archive, o arquivo é uma importante fonte de pesquisa sobre esse gênero literário tão brasileiro. No total, as coleções disponíveis no site www.loc.gov/collections/brazil-cordel-literature-web-archive/ somam 12 mil peças.
Breves
• O Sesc Paraná abriu inscrições até 20 de maio para a seleção de Contos Infantis. O tema é “O Estado do Paraná e seus elementos culturais”. Mais informações: www.sescpr.com.br/cultura/editais/.
• Desde meados de abril, a Amazon permite a venda de livros novos e usados por qualquer empresa ou pessoa. Com a nova estratégia, a varejista diz ter ampliado seu catálogo em 150 mil títulos e se torna concorrente direto dos sites Estante Virtual e Livronauta.
• O primeiro trimestre de 2017 fechou no azul para o mercado editorial no Brasil. De acordo com o Painel de Vendas de Livros, o segmento cresceu 13,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
• O escritor e economista mineiro Edmar Lisboa Bacha tomou posse na Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira 40.
• A Google e a FDT Educação fecharam uma parceria para disponibilizar conteúdo pedagógico na plataforma Google for Education. A ação deve entrar em prática ainda em 2017.
• A editora Gente, por meio do selo Única, publicará em solo tupiniquim The sister, best-seller de Louise Jensen que se tornou coqueluche no Canadá e no Reino Unido. A expectativa é que livro chegue às livrarias em setembro deste ano e, a princípio, se chamará A irmã.
• O compositor valenciano Francisco Coll, em entrevista ao jornal El País, disse que Bob Dylan não merecia levar o Nobel, nem mesmo se houvesse um Nobel de música.