Allen vem aí
Woody Allen, gênio do cinema norte-americano, deve ter a sua autobiografia publicada no Brasil ainda neste ano. Prevista para o segundo semestre, Apropos of nothing — que saiu nos EUA no final de março e causou polêmica ao ter seu lançamento cancelado — faz parte do catálogo da Globo Livros e será traduzida pelo escritor Santiago Nazarian, que já verteu ao português Frankstein, de Mary Shelley, M ou N?, de Agatha Christie, e Bowie: a biografia, de Marc Splitz.
Elena, finalmente
A vida mentirosa dos adultos, o novo romance de Elena Ferrante, deve chegar ao Brasil em junho. A obra, que teve seu lançamento adiado por conta da pandemia, será publicada pela Intrínseca, casa responsável por outros títulos da misteriosa autora napolitana. O livro, que chegou às livrarias italianas em novembro do ano passado, narra as descobertas dos prazeres e incertezas da vida adulta.
Flip em novembro, talvez
Não bastassem as polêmicas envolvendo Elisabeth Bishop, a homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, a organização confirmou que não será possível realizar o evento entre 29 de julho e 2 de agosto, conforme previsto. O adiamento, devido à pandemia de covid-19, postergou a Flip para novembro, mas ainda sem data definida.
Livrarias e a crise
A redução no número de livros vendidos no Brasil é bastante expressiva. Estima-se que o setor sofra retração de até 70%, puxado, em grande parte, pelo fechamento das lojas físicas e pela quase que exclusiva venda on-line, principalmente, por grandes players do varejo como a Amazon. Para tentar barrar o crescimento da gigante norte-americana, surgiram inúmeras estratégias focadas, em grande parte, nas livrarias independentes. A editora Âyiné criou um dos projetos mais interessantes: Adote Uma Livraria. A cada obra comprada no site da casa editorial, uma parte do lucro é revertido para ajudar a manter um dos estabelecimentos parceiros desta iniciativa.
Saraiva agoniza
A Saraiva passa por um momento delicado. Não bastasse a crise financeira que enfrenta há alguns anos, a varejista viu seu presidente pedir demissão em meio à pandemia e tenta agora um novo prazo para negociar com seus credores. No começo do mês passado, a rede de livrarias pediu à Justiça 90 dias para apresentar um novo plano de recuperação judiciais e mais 180 dias para marcar uma nova assembleia com os credores.
Cultura também
Situação semelhante tem vivido a Livraria Cultura, que pertencem à família Herz. Em comunicado enviado às editorias, a rede afirmou que não poderá pagar suas contas por tempo indeterminado. “São medidas duras, mas absolutamente necessárias para garantir a sobrevivência da Livraria Cultura nesse momento crítico. Estamos também adotando medidas severas de ajustes internos para redimensionar e conduzir nossas operações, preservando ao máximo nossas equipes. Infelizmente serão tempos de muitos sacrifícios. Precisaremos de muita união e serenidade para sairmos da crise ainda mais fortes”, afirma o texto.
BREVES
• A Editora 34 relançou em abril Lojas de canela, do polonês Bruno Schulz, morto por soldados nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
• Morreu no dia 8 de abril, aos 67 anos, o escritor Luiz Alberto Mendes, autor de Memórias de um sobrevivente. Vítima de um aneurisma, Mendes passou 31 anos preso, acusado de roubo e homicídio.
• A Sextante, durante a quarentena, indicou crescimento de 100% na venda de livros para colorir.
• Depois do áudio-livro sobre a vida de Elke Maravilha, o jornalista Chico Felitti, que ganhou os holofotes com Ricardo e Vânia, acaba de publicar A casa, obra que investiga a seita criada por João Deus, líder religioso e médium brasileiro, acusado de vários crimes, dentre eles estupro.