Entre os meses de março e junho a Escrevedeira promove o curso “Do Leviatã à guerra de narrativas: Ficção Literária e ideias políticas”, ministrado pelo ensaísta e tradutor Christian Schwartz. A aula inicial é nesta quarta-feira (1°), das 19h30 às 21h30. O curso segue até 7 de junho, com encontros semanais via plataforma Zoom.
Seguindo um roteiro proposto pelo historiador David Runciman, da Universidade de Cambridge, o curso oferece um panorama do pensamento político moderno, respondendo a questões do debate contemporâneo e estabelecendo paralelos com obras literárias — sempre que possível, em traduções do próprio professor.
A natureza de grande narrativa que caracteriza a história como ciência humana geral possibilita aproximações com os conteúdos e modos de narrar da ficção literária. Isso vale, da mesma forma, para campos mais específicos da visão histórica, como o das ideias políticas.
Partindo de Hobbes e seu Leviatã e chegando a Francis Fukuyama, as ideias políticas são relacionadas à obra de escritores e escritoras, com trechos selecionados que ampliam a compreensão dos temas em foco.
Ao lado de associações esperadas, como entre Frantz Fanon e um George Orwell também atento à questão do colonialismo, ou entre as várias reflexões sobre utopia e as ficções que projetaram cenários distópicos, há parcerias mais inusitadas.
Entre outras, Ghandi e o E.M. Forster de A máquina parou; o Frankenstein de Mary Shelley e o pensamento feminista pioneiro de sua mãe, Mary Wollstonecraft; ou, ainda, as impressões de Tocqueville sobre os Estados Unidos em formação e o puritanismo profundo retratado por Nathaniel Hawthorne em seu clássico A letra escarlate.
Mestre em Estudos Literários pela UFPR e doutor em História Social pela USP, Christian Schwartz foi pesquisador visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge.
Ensaísta e jornalista, trabalha também como tradutor, vertendo para o português livros de escritores como F. Scott Fitzgerald, Philip Roth, Nick Hornby, Nathaniel Hawhorne e Mary Shelley, além de importantes pensadores políticos contemporâneos como James Williams e David Runciman.