Para celebrar os 80 anos de vida de Nei Lopes, a Record publica Oitentáculos, coletânea com 69 poemas, a maioria inéditos, além de escritos produzidos entre as décadas de 1960 e 1980, “salvos de naufrágios no mar da juventude”, como explica o autor.
Em Oitentáculos, Lopes reconstrói o passado — o próprio e o do Brasil — e se lança na direção do além. Os poemas superam as pequenezas que fazem da vida terrena um martírio doloroso e sufocado; e reverenciam os mistérios que alicerçam a esperança e a alegria.
Juntos, os textos apresentam os principais temas de Nei Lopes: a ancestralidade afro-indígena, caribenha e afro-americana, o canto da diáspora negra e a cosmologia dos orixás; a esperteza da lábia, os jogos de palavras e o ritmo sempre bem cadenciado; as lembranças de infância, sua formação acadêmica e de rua, as brincadeiras e os aprendizados da mocidade no bairro de Irajá, no Rio de Janeiro; e, além de tudo, o compromisso reafirmado em seus versos com “a Poesia, a Democracia e o Direito”.
Nei Lopes é autor de uma vasta obra de estudos africanos, de cunho eminentemente pedagógico, centrada em obras de referência como dicionários e uma enciclopédia. Também é compositor, parceiro de bambas como o maestro Moacir Santos, Ivan Lins, Zé Renato, Fátima Guedes e Ed Motta, e membro da Velha-Guarda do Salgueiro.