Promessa da literatura norte-americana contemporânea, o nova-iorquino Nana Kwame Adjei-Brenyah tem seu livro de estreia publicado no Brasil. Friday Black é uma coletânea de doze contos e foi definida pelo The Wall Street Journal como “impressionante”. A obra está em pré-venda pelo site Fósforo.
No livro, a violência e o grotesco atingem seu nível máximo, e o futuro — uma alegoria do tempo presente — é apresentado em visão ampla, pela qual quem lê se reconhece como voyeur de algo que gostaria de participar.
Tudo parece absurdo à primeira vista, mas em seguida o enredo assume paralelos com a realidade e transporta os leitores de volta a acontecimentos recentes veiculados à exaustão nos noticiários.
No conto Os cinco de Finkelstein, o assassinato de cinco crianças negras na porta de uma biblioteca, seguido do julgamento do perpetrador racista, relembra a história de Trayvon Martin e de outros tantos jovens negros; o atentado em uma escola que coloca dois adolescentes — vítima e algoz — numa discussão post mortem no purgatório é o mote de Cuspindo luz; a corrida mortífera de humanos-zumbis pelo consumo na Black Friday, numa elegia ao capitalismo sanguinário e às suas injustas relações de trabalho, se repete nos aterrorizantes Friday Black, Como vender uma jaqueta, segundo o Rei do Gelo e No varejo.
Formado na Universidade de Nova York e mestre na Universidade de Syracuse, Nana Kwame Adjei-Brenyah já publicou em veículos como New York Times Book Review, Esquire e Paris Review. Selecionado por Colson Whitehead como um dos laureados da National Book Foundation “5 abaixo dos 35”, venceu também o prêmio PEN/Jean Stein Book.