A editora Instante tem resgatado a obra literária de Dinah Silveira de Queiroz, uma escritora que foi muito popular a parti da década de 1960, mas que estava esquecida. O mais recente lançamento traz a produção da autora no gênero da ficção científica. Ela é considerada uma pioneiras no gênero, que conheceu aos seis anos através do pai, Alarico Silveira, ouvindo-o narrar, e às vezes até recriar, clássicos de Júlio Verne e H.G. Wells.
No volume Dinah fantástica, estão reunidos dez contos em que a autora explora elementos do gênero, reproduzidos de Eles herdarão a Terra, originalmente publicado em 1960, e de Comba Malina, de 1969. Na carta aos leitores que abre o primeiro livro, ela diz: “Receba, portanto, a minha procissão fantástica, como as mil e uma faces do autor num espelho partido”.
A incursão de Dinah na ficção científica não se restringe a cenários intergalácticos e criaturas extraterrenas, mas aborda temas urgentes a seu momento histórico, sem soar datados ao público contemporâneo, e profundas questões universais: a perseguição aos marginalizados, os descabimentos nas disputas da política partidária, o terror colonialista e sua profunda relação com a maneira de subjugar a mulher e outras minorias e a busca para uma resposta ao que nos faz humanos.
Dinah Silveira de Queiroz nasceu em 1911, na cidade de São Paulo, em uma família profundamente dedicada às letras. Seu primeiro livro, Floradas na serra, lançado em 1939, tornou-se de imediato um best-seller — a primeira edição esgotou-se em pouco mais de um mês.
A obra de Dinah abrange romances, crônicas, contos, artigos e dramaturgia — e a ficção científica nacional teve na autora uma pioneira, uma vez que foi das primeiras escritoras a publicar dois livros de contos nesse gênero: Eles herdarão a terra (1960) e Comba Malina (1969). Faleceu em 1982, aos 71 anos.