Em 2007, o pernambucano Raimundo Carrero publicou um livro chamado A preparação do escritor, contendo ideias sobre o fazer literário, em uma espĂ©cie de guia para escritores. Agora a obra ressurge com o tĂtulo de A luta verbal — A preparação do escritor e vem acrescida de um novo ensaio. Alguns dos textos foram publicados na coluna de Carrero no Rascunho ao longo dos Ăşltimos anos.
Definido como “um manifesto contra a fome, a misĂ©ria, o racismo, a discriminação e o preconceito de toda ordem”, o livro tambĂ©m apresenta uma proposta pedagĂłgica destinada a levar a rua para dentro da sala de aula atravĂ©s de obras de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Marcelino Freire, Itamar Vieira Junior, Jeferson TenĂłrio, Sidney Rocha, Ney Anderson, Lima Barreto, Nivaldo TenĂłrio e CĂcero Belmar. “Escritores rebeldes em permanente confronto com a agressiva e violenta realidade brasileira.”
Sugerem-se assim a leitura de contos, como Muribeca, de Marcelino Freire, de romances de Jorge Amado e outros autores, e possĂveis atividades a serem trabalhadas a partir desses textos, como, por exemplo, a improvisação do rap, do slam ou do duelo de violeiros, que podem ser adaptados, em seguida, para teatro e dança.
O autor analisa as técnicas de escrita de Vida secas, de Graciliano, e Suor, de Jorge Amado, revelando ao leitor aproximações e diferenças, fazendo também uma breve reflexão sobre o movimento armorial.
Raimundo Carrero nasceu em dezembro de 1947 na cidade de Salgueiro, sertĂŁo de Pernambuco, e Ă© um dos autores mais premiados do Brasil. Conquistou o prĂŞmio Jabuti em 2000, o PrĂŞmio SĂŁo Paulo em 2010, o PrĂŞmio APCA em 1995 e 2015, o Machado de Assis em 1995 e 2010, entre outros.