A infância é o tema central do novo livro do poeta e romancista Edimilson de Almeida Pereira, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2021 com o romance Front. A vida não funciona como um relógio — Memórias do homem azul reúne 21 poemas que combinam o ponto de vista livre da criança e as memórias do adulto. Editada pela Quelônio em tipografia artesanal, a obra será lançada na próxima sexta-feira (29), às 18h30, na Livraria da Tarde (Rua Cônego Eugênio Leite, 956, Pinheiros, São Paulo).
Os poemas de A vida não funciona como um relógio dialogam com a oralidade da tradição da poesia brasileira e com autores como Drummond, Bandeira, Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Murilo Mendes.
O livro tem como subtítulo “Memórias do homem azul” e comporta poemas de afeto entre as diferentes gerações do menino-poeta. Há, em Lembrança, um lamento pela ausência do pai, cuja memória se cristaliza em uma fotografia que exige restauro (“resta o mistério / de abraçar no pai / o menino de que me perdi”).
Dividido em cinco partes (“Sem data”, “Rondó”, “Ao alcance da mão”, “Mascarada”, “Sem data”), o livro é dedicado aos filhos do autor, Iara e Antonio, crianças que surgem, sem serem nomeadas, em O homem maduro, poema que fecha a seção “Mascarada” e que traz um verso que empresta título ao livro.