No livro Uma encarnação encarnada em mim: cosmogonias encruzilhadas em Stella do Patrocínio, lançado pela José Olympio, Bruna Beber analisa a potencia poética de uma mulher negra que passou a maior parte da vida internada em manicômios e criou, por meio de uma série de registros em áudio, o “falatório”.
Esse estilo oral foi transformado em versos impressos com o livro Reino dos bichos e dos animais é meu nome (2001), organizado por Viviane Mosé, que transcreveu parte das gravações. Agora, Bruna parte de sua própria dissertação de mestrado para ir, a partir das gravações do “falatório”, mais a fundo no assunto.
“Este ensaio é a recriação contínua de um desejo, uma dedicatória a esta que um dia será ouvida como a mais dadivosa profeta brasileira da passagem do século 20 para o século 21”, escreve a autora carioca, que entrega um livro “sutil, denso, decorrente de uma singular experiência de investigação”, de acordo com avaliação de Edimilson de Almeida Pereira.