Nos poemas de Retrato do artista quando coisa, reeditado pela Alfaguara, Manoel de Barros (1916-2014) elabora versos sobre a natureza e as coisas simples e pequenas da vida — marca de todo seu trabalho, iniciado com a publicação de Poemas concebidos sem pecado (1937).
A nova edição do livro, que é dividido em duas partes (Retrato do artista quando coisa e Biografia do orvalho) e cujo título referencia um trabalho de James Joyce, traz prefácio de Regina Zilberman e imagens do acervo pessoal do poeta nascido em Cuiabá, no Mato Grosso.
“Em seu Retrato do artista quando coisa, não contente em descoisificar o mundo, Manoel se coisifica e de poeta passa a ser, ele mesmo, parte integrante da poesia”, anotou Fausto Wolff sobre o conjunto. “Como naquele jogo de descobrir o bicho oculto num desenho, podemos descobrir o Manoel no poema.”