O novo romance de Ricardo Lísias, Uma dor perfeita, que a Alfaguara lança ainda em abril, narra o período em que o autor esteve internado, oscilando entre a consciência e o devaneio, por conta da Covid-19. Ele descreve a luta de médicos e enfermeiros, e a angústia pelos pacientes que não sobreviveram.
Fala das dificuldades de recuperação e mostra como, mesmo depois do trauma, a doença deixa marcas profundas na relação com os outros. “Um leve mal-estar. Estou com aquela variante que não faz nada”, diz o narrador, momentos antes de ser internado na unidade de tratamento intensivo para Covid-19 de um hospital em São Paulo. Nos instantes seguintes, ele irá sofrer um colapso pulmonar que o levará ao delírio, à dor, e ao medo diante da morte.
O romance também mostra os efeitos da pandemia sobre uma família que, à beira do fim, permanece unida. Ricardo Lísias fala do delírio e da dor, da angústia dos médicos e dos pacientes, e da possibilidade de nunca mais rever o filho, em uma narrativa emocional.