“Pessoas que resistem diante dos sofrimentos e das angústias que encontramos sempre a nossa volta” é como a paulista descreve seu primeiro livro. Nos 21 contos da obra, há situações como a de um homem que vê a mãe perder a sanidade aos poucos, explora-se as marcas potencialmente catastróficas que podem ser causadas na infância e a angústia de uma pessoa à procura de um nome conhecido no obituário de jornais. João Anzanello Carrascoza e os colunistas do Rascunho José Castello e Luiz Antonio de Assis Brasil estão entre os nomes que aprovam a primeira empreitada literária da autora. “Os contos de Raïssa”, anota Castello no prefácio, “são recortes muito bruscos do real; são estilhaços, por isso cada leitor deve buscar a própria maneira de neles penetrar, com o mesmo cuidado com que se manipula uma cerâmica quebrada. São pedaços do real, muito arbitrários e singulares, que desafiam a mente de quem lê”. E deixa um aviso: “Não são fáceis, mas são tentadores. Radicalizam a ideia da ficção como forma de interrogação”.