O quadrinista norte-americano, criador da revista Mad, coleciona manobras inovadoras em seu currículo. O que não significa, claro, que tenha sempre tido boa aceitação. Antes de o Comics Journal considerar esta HQ uma das 100 melhores do século 20, a obra responsável por definir o que viria a se tornar a graphic novel foi um fracasso comercial do final dos anos 1950. Isso não impediu que Kurtzman se tornasse um guru do gênero, tendo influenciado nomes como Robert Crumb, um dos “heróis” da contracultura, e Art Spiegelman, autor de Maus. O livro da selva reúne quatro histórias envolvendo homens sérios de paletó e outros tipos de degradação, com destaque para uma narrativa que imerge no ambiente sórdido dos próprios quadrinhos. “Quase toda a sátira norte-americana de hoje segue a fórmula inventada por Kurtzman”, anotou a Time. O comentário da revista ecoa na opinião de outro grande nome da cultura pop, Anthony Bourdain: “Harvey Kurtzman, como Charlie Parker ou Jimi Hendrix ou William S. Burroughs, mudou todo o panorama de sua arte”.