🔓 Sergio Miceli analisa Semana de 22 a partir da trajetória de Drummond

“Lira mensageira” traz também olhares sobre  as obras de estreia de Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade
O poeta Carlos Drummond de Andrade, autor de “O poder ultrajovem”
06/01/2022

No bojo das comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, a Todavia publica Lira mensageira, em que o professor de sociologia da Universidade de São Paulo Sergio Miceli analisa o evento paulistano a partir da trajetória do poeta Carlos Drummond de Andrade e seus contemporâneos em Minas Gerais.

Aos vinte e poucos anos, Drummond dispunha de menos trunfos que os colegas. Sua formação dera-se em farmácia — o caminho natural seria o Direito. Havia acabado de consumar um casamento que não lhe trouxe capital econômico ou social. E sua família estava falida.

A proximidade com Gustavo Capanema, interventor em Minas e mais tarde homem forte do Estado Novo, é a chave que torna inteligível não só o seu percurso profissional na juventude, mas também as possibilidades de sua expressão poética. Se a contribuição da obra de Drummond não pode ser reduzida a essa circunstância — e Miceli é o primeiro a reconhecer isso —, ela também não pode ser entendida longe desse contexto.

Lira mensageira traz também olhares sobre o modernismo paulista e sobre a classe política na Era Vargas. Em ensaio com foco nas obras de estreia de Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Ribeiro Couto, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Miceli traça um panorama do escrete literário que integraria a Semana de 22, cravejado de tensões que seriam diluídas na fortuna crítica posterior.

No terceiro e último texto, o autor examina a elite política dos anos 1930 e 1940 a partir do embate entre a União Democrática Nacional e o Partido Social Democrático, ainda hoje reconhecível nas feições da classe dirigente brasileira.

Lira mensageira — Drummond e o grupo modernista mineiro
Sergio Miceli
Todavia
264 págs.
Rascunho

O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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