A 10a temporada do Paiol Literário — projeto realizado pelo Rascunho, com patrocínio do Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura — recebeu sete escritores, poetas, críticos e tradutores de diferentes partes do Brasil ao longo de 2021. Todas as conversas estão disponíveis no YouTube e transcritas.
Julián Fuks, Marília Garcia, Paulo Scott, Veronica Stigger, Edyr Augusto e Cida Pedrosa, cuja entrevista está presente na edição de janeiro do jornal (assine), compartilharam com o editor do Rascunho, Rogério Pereira, momentos cruciais de suas trajetórias enquanto leitores e reflexões impactantes sobre o fazer literário e o momento atual do país, que não agrada nenhum dos convidados.
Em 15 anos de Paiol, que acontece desde 2006 e promoveu 78 bate-papos, as frases de impacto ditas pelos participantes são as mais aguardadas pelos leitores. Quem habita o universo literário, afinal, parece ter a habilidade de sintetizar raciocínios instigantes em “tiros” curtos.
Sabendo disso, o Rascunho separou abaixo algumas das falas mais fortes da 10a temporada do projeto, marcada por comentários que não raro combinam crítica social e literatura — com diferentes doses de pessimismo e alguma fé, talvez, na capacidade transformadora da fabulação.
Sinto que a literatura nos exige tudo, como a vida nos exige tudo, neste momento do país.
Julián Fuks, autor de A ocupação e A resistência
É um país muito triste, esse de agora. Espero que haja tempo e energia para reconstruir as coisas.
Marília Garcia, autora de Parque de ruínas e Câmera lenta
A leitura é uma questão de cidadania plena que nunca se realiza no Brasil.
Paulo Scott, autor de Marrom e Amarelo e Habitante irreal
Enquanto a gente não se livrar do Bolsonaro, não vai ter paz. Está difícil para o mundo inteiro enfrentar a pandemia, mas nós ainda temos que enfrentar essa criatura criminosa e desqualificada.
Veronica Stigger, autora de Sombrio ermo turvo e Opisanie świata
A literatura, diria, é essencial para o ser humano. Essencial mesmo.
Edyr Augusto, autor de Belhell e Pssica
A vida, sem literatura, é como a vida sem o sonho.
Patrícia Melo, autora de Mulheres empilhadas e Gog Magog
A gente tem que aproximar a leitura da realidade das pessoas.
Cida Pedrosa, autora de Solo para vialejo e Gris