Aclamada como uma das vozes poéticas mais relevantes do século 20 e comparada com Virginia Woolf e Zelda Fitzgerald por sua postura combativa, a russa Marina Tsvetáeva ganha uma antologia inédita no Brasil. A edição de dezembro do Rascunho traz cinco poemas da autora que estarão no livro.
Aos meus versos, escritos tão cedo… chegará a sua hora, reunião lançada pela PONTOEDITA, chega às livrarias no começo de 2022. Em edição bilíngue, conta com intervenção poética do cantor e performer São Yantó, capa do artista visual Pedro Monfort e texto inédito de Ariadna Efron, filha de Tsvetáeva, sobre o processo criativo da mãe.
A seleção foi realizada por Verônica Filíppovna, doutora em Teoria Literária e pesquisadora de literatura russa na UFRJ que assina também a tradução e a apresentação da antologia. O livro traz pouco mais de 60 poemas sobre as várias fases de Tsvetáeva.
Entre esses poemas estão tanto aqueles escritos na Rússia quanto os produzidos durante os anos em que a autora viveu em Berlim, Praga e Paris e depois de seu retorno à União Soviética.
Nascida em 1892, em Moscou, Marina estudou música desde os quatro anos de idade. Começou a escrever ainda na adolescência — alguns de seus poemas foram publicados quando ela tinha apenas 16 anos. Após a Revolução Russa, foi obrigada a exilar-se primeiro na Alemanha, depois na Tchecoslováquia. Ao longo da vida, escreveu poesia, prosa e teatro.
Sua obra poética, elaborada a partir de reminiscências, frustrações e do cotidiano pessoal e familiar, transita entre a memória, o sonho e certa espiritualidade e, sendo tão multifacetada quanto ela própria, testemunha o percurso de uma poeta que, desde a infância até o suicídio, viveu intensamente cada circunstância e atribuiu sentido à sua vida através da escrita.