Publicado originalmente em 1939, Dia garimpo, de Julieta Barbara, é um dos poucos livros da fase modernista de autoria feminina e ficou esquecido por mais de 80 anos. Agora, uma nova edição da obra será publicada em conjunto pelas editoras Fósforo e Luna Parque, que criaram também o Círculo de Poemas, uma coleção de poesia e um clube de assinaturas.
A coleção editará traduções, livros inéditos de autores brasileiros, obras reunidas e resgates de livros esquecidos. Os livros são lançados primeiro no clube de assinaturas e depois nas livrarias. Os assinantes do clube também recebem uma plaquete concebida exclusivamente para o Círculo de Poemas e que não estará à venda nas livrarias.
A nova edição de Dia garimpo realiza um resgate de uma autora brasileira do século 20 que pode ajudar a ler questões dos dias atuais. Sensível a alguns princípios modernistas, como a pesquisa de motivos, mitos e referências da cultura brasileira, o livro tenta depurar a pesquisa estética de seu tempo, trabalhando com uma linguagem coloquial, com registros orais, evocando personagens e manifestações religiosas variadas e acenando para outras artes, como a música, a dança e as artes visuais.
Além de reproduzir o material que constava na primeira publicação — ilustrações da própria Julieta Barbara, uma carta-prefácio do poeta Raul Bopp e um retrato da autora por Flávio de Carvalho —, esta nova edição traz 11 poemas inéditos de Julieta, posfácio de Mariano Marovatto e texto de orelha de Veronica Stigger.
Julieta Barbara Guerrini (1908-2005) nasceu em Piracicaba, São Paulo. Foi uma escritora de seu tempo, em sintonia com as mudanças culturais da época, tendo experimentado também outras linguagens artísticas. Além de poeta, foi pintora e escreveu crônicas para o jornal carioca A Manhã em 1941. Seu único livro, Dia garimpo, foi publicado originalmente em 1939 e nunca mais teve outra edição.