Nos seis contos de O jogo das margaridas, lançado pela Mormaço, Saulo Machado constrói um conjunto marcado pelo assombro e morte. As narrativas, que marcam a estreia do autor de 22 anos na literatura, são influenciadas por Camus e Lacan.
“Com pequenos chistes, detalhes da escrita rica que, apesar de profunda e tocante, é leve e fluida, atraente a ponto de desejarmos ler de uma só vez, como sorver um precioso néctar do qual não queremos nos apartar”, anota a professora de filosofia Edilma Costa no texto de apresentação.
As histórias envolvem um professor que abandona sua cátedra na universidade, uma menina que nasce sem chorar e crianças brincando, apesar do tempo desfavorável, entre outras situações.
“São pensamentos existenciais mesmo: o que é a vida, a consciência, o sofrimento, a angústia de não poder se segurar em nada, etc.”, esclarece Machado, que é graduando em psicologia. “Talvez o livro seja uma confissão própria, confissão de que para mim a vida não basta, de que é preciso inventar algo durante esse tempinho aqui.”