É do mineiro Luiz Ruffato o primeiro título da editora Maralto a chegar ao mercado. A antologia de crônicas Ninguém em casa será lançada nesta quinta-feira (2), às 17h, na Livraria Mandarina da capital paulista, com os devidos cuidados de prevenção à Covid-19. Ruffato fará seu primeiro evento literário presencial desde o início da pandemia.
Ninguém em casa passeia pelos momentos da infância e juventude de Ruffato, presta um tributo à Brasília — numa tentativa de apreensão da capital nacional em seus variados aspectos — e também à sua cidade natal, Cataguases, que fica na Zona da Mata de Minas Gerais.
A obra traz no enredo um conjunto de 30 crônicas que foram publicadas nos jornais El País, Folha de S.Paulo e o Rascunho, onde Ruffato assinava a coluna de crônicas Vista parcial. Todos os textos sofreram modificações para esta edição; uns mais, outros menos, e foram agrupados em ordem alfabética a partir do título.
A beleza da vida invisível
Os textos de Ninguém em casa revelam uma visada poética e contemplativa para a vida comum, convidando os leitores à intimidade do menino pobre e de sua família na pequena Cataguases, no interior de Minas Gerais, e à improvável trajetória como escritor.
Os textos — com tons declaradamente memorialísticos — marcam a escrita literária que desloca o cotidiano de seu tempo e espaço, faz deles seus acontecimentos, personagens e lugares; numa experiência mediata de saudades, lembranças e um suspiro de melancolia.
O conjunto pode ser lido como narrativa única, com fragmentos e repetições que juntos compõem um mosaico, incluindo o vazio de pequenas lacunas, como na própria vida.