O mês de fevereiro de 2022 marca o centenário da Semana de Arte Moderna, um dos eventos mais emblemáticos da cultura nacional. Para celebrar a ocasião, a Companhia das Letras prepara o lançamento de seis livros que refletem sobre o legado modernista, do qual Oswald de Andrade (1890-1954) é um dos maiores representantes.
De Oswald, autor do Manifesto antropofágico e Manifesto da poesia pau-brasil, a editora vai lançar o romance Serafim Ponte Grande — como parte de um projeto, iniciado em 2016, que vai reeditar toda obra do escritor paulistano — e seu Diário confessional, no qual acontecimentos pessoais se misturam com reflexões sobre filosofia, literatura e arte.
Outro nome incontornável do modernismo brasileiro, o de PatrÃcia Rehder Galvão (1910-1962), está presente na iniciativa. Parque industrial (1933), da escritora que ficou conhecida como Pagu, foi lançado no mesmo ano do romance de Oswald e analisa a dura realidade da classe operária de São Paulo.
Para além dos tÃtulos de ficção e dos diários, trabalhos ensaÃsticos e históricos dão maior profundidade crÃtica ao projeto da Companhia. Modernismos 1922-2022, organizado por Gênese Andrade, reúne 29 ensaios sobre os antecedentes e desdobramentos das várias formas de expressão do modernismo. E Modernidade em preto e branco, de Rafael Cardoso, investiga o florescer — e as várias tensões — do movimento no Rio de Janeiro.
Até mesmo a importância da moda é analisada. No livro O guarda-roupa modernista, Carolina Casarin mostra que a forma de se vestir dos protagonistas do movimento, com destaque para o casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral (1886-1973), fez parte de um calculado gesto de afirmação.