O senegalês de apenas 31 anos Mohamed Mbougar Sarr venceu nesta quarta-feira (3) o mais importante prêmio da literatura francesa, o Goncourt, pelo seu quarto romance, La plus mémoire des hommes (A mais secreta memória dos homens), ainda sem tradução no Brasil.
Sarr é o primeiro escritor da África Subsaariana a receber a premiação. Neste ano, outros importantes prêmios literários foram vencidos por escritores vindos do continente africano, como o Nobel, que foi para Abdulrazak Gurnah, da Tanzânia, e o Camões, concedido para a moçambicana Paulina Chiziane.
O jovem escritor senegalês, que era considerado “favorito”, deixou para trás os finalistas Christine Angot (Le voyage dans l’Est), Sorj Chaladon (Enfant de salaud) e Louis-Philippe Dalembert (Milwaukee blues), sucedendo assim a Hervé Le Tellier, que há um ano arrebatou a premiação com L’Anomalie. Sarr recebeu seis dos dez votos. “Sinto uma grande alegria. Simplesmente. Ainda me faltam as palavras”, disse, em nota, o autor.
O ganhador do Goncourt recebe um cheque no valor simbólico de € 10 (cerca de R$ 65). No entanto, o prêmio assegura ao ganhador a publicação e a venda de milhares de exemplares.
Mohamed Mbougar Sarr nasceu em Dacar (Senegal) e estudou na escola militar de Saint-Louis e no Liceu Pierre-d’Ailly, de Compiègne. Fez também a École des hautes études en sciences sociales e já foi premiado com o Grand Prix du Roman Métis (2015), o Ahmadou-Kourouma Award (2015) e o Knight of the Order of Merit of Senegal (2015).