Tudo se tornou livro
ou melancolia
nessa insensível
manhã,
jogo uma carta
para o ar
que queima
minha infância
de volumes
pérvios
onde versos
assolam a construção
de meus ossos
como um conto/prosa
em uma fazenda,
páginas,
letras tatuadas
nas costas
da morte,
amores/sacanagens,
trejeitos
de quintais,
onde deitado
na rede sacolejo
lendo mais uma obra
levantando
hipóteses
sobre a miséria
de amigos
que caminham sós
sobre os viadutos
tentando arrumar
qualquer trabalho
para poderem escrever
ou comer
:
que para eles
são a mesma coisa
…
Estar/plantado ao seu lado como se estivesse estendido com um pano do
oriente estampado de epigramas,
sem rumo, embaixo de uma chuva de dentes-de-leão,
ambos sendo a didática da viagem, onde a semana começa a incomodar-nos.
Tu com esse novo cabelo começaste a acumular mistérios,
nessa faculdade terna, isolada,
a taça acariciada na singeleza de quem tem alguma esperança
é posta em cima da mesa, já é tua memória a afogar-se,
na trança dos dias amarrotados em teu guarda-roupa; cada um segue o seu dever.
…
Urge/ruge o ato é ler o firmamento, falanges de humanos no lugar errado
decesso ambiental por quilômetros onde a visão toma eletrochoques
financeiros.
Tu saíste para o bar sem teu canivete espelhado, uma rodada amarga.
Não é essa força movida a estampido teu pensamento da não-taciturnidade,
da preservação afogaste teu traço, pois queria a eternidade
longe dos mastros envoltos que há décadas boiam, dessa ressurreição
absurda, material, metafísica,
ofertada pela bestialidade de cartuchos, sendo recarregados como pulsão de vida.