No romance O Mestre e Margarida, em pré-venda pela Alfaguara, Mikhail Bulgakov (1891-1940) imagina as consequências da chegada de Satanás e seu séquito a Moscou comunista. O livro, lançado pela primeira vez em 2010, retorna às prateleiras brasileiras com novo projeto gráfico.
O romance é marcado pelo escárnio do autor para com o regime daquela época — responsável por censurá-lo tantas vezes. Além de Satanás, representado pela figura de um professor, marcam presença uma vampira, um gato falante e poetas incompreendidos. Sem contar a figura do Mestre, um escritor que funciona como respiro em meio ao caos.
“O livro se mostra mais carnavalesco do que infernal, mesclando o bem e o mal, o humano e o divino”, anotou o paulista Arthur Marchetto na resenha O ardente manuscrito, publicada na edição de setembro de 2018 do Rascunho.
A obra, que só foi publicada depois da morte do autor — e, ainda assim, saiu recheada de censuras —, é hoje celebrada como uma das principais do século 20. De acordo com o The Independent, “Bulgakov é um dos maiores escritores russos modernos, talvez o maior”.
Mikhail Bulgakov nasceu em Kiev, atual capital da Ucrânia, em 1891. Médico, escritor e dramaturgo, sofreu diversas retaliações do governo stalinista devido ao teor sarcástico de sua obra. Morreu em 1940, na então União Soviética, pouco depois de fazer as últimas revisões do romance O Mestre e Margarida.