No romance O amigo perdido, lançado pela Rua do Sabão, a holandesa Hella Haasse narra a trajetória de dois rapazes em meio aos conflitos das Índias Orientais Holandesas, atual Indonésia, onde nativos e colonos trocavam experiências.
A história, contada em primeira pessoa, acompanha um filho de holandeses criado em uma plantação colonial e seu amigo, o nativo Oeroeg. Da mesma idade, os meninos convivem em harmonia — até que, com o passar dos anos, as circunstâncias políticas e raciais do ambiente vêm à tona com maior força para os rapazes.
“Junto com a pureza da prosa, que é de uma sobriedade cristalina, o mérito do livro reside justamente na capacidade de apontar as múltiplas dimensões ambíguas que mascaram o racismo e a xenofobia, de ambos os lados, e a debilidade das fronteiras”, anotou Leonetta Bentivoglio no jornal italiano La Repubblica.
Hella Haasse nasceu em Jacarta, na Indonésia, em 1918 — período em que o país era das Índias Orientais Holandesas. Celebrada por sua ficção história inovadora, ganhou prêmios como o Constantijn Huygens (1981) e o Hooft (1983), entre outros. Morreu em 2011.