No romance Um homem sĆ³, em prĆ©-venda pela Companhia das Letras, o inglĆŖs Christopher Isherwood (1904-1986) nĆ£o cai no romantismo ao representar a solidĆ£o e o envelhecimento de um homem gay. Publicado originalmente em 1964, o livro Ć© considerado clĆ”ssico da literatura LGBTQIA+.
Na CalifĆ³rnia dos loucos anos do Ć”cido, George Ć© um professor de meia-idade que precisa lidar com a morte de seu jovem parceiro. Entre tristeza e raiva, o personagem tenta vencer os dias da melhor forma possĆvel ā desejando corpos masculinos, pelos quais se sente atraĆdo, sem poder fazer muita coisa de fato.
O romance rendeu ao autor, que jĆ” estava acostumado Ć presenƧa de figuras como a do poeta W. H. Auden (1907-1973) e do artista Don Bachardy, muito prestĆgio literĆ”rio. Um homem sĆ³, de acordo com Anthony Burgess, Ć© āum testemunho incontestĆ”vel da genialidade de Isherwoodā.
JĆ” no posfĆ”cio, JoĆ£o SilvĆ©rio Trevisan explica que o autor dialoga com seu tempo e cultura por meio de um āinusitado protagonista homossexualā. āA maneira franca e resoluta com que aborda a homossexualidade funciona como uma lente para olhar o mundo a partir de um ponto de vista privilegiado: a sexualidade marginalizada que George habitaā, anota o autor de Devassos no paraĆso.
Christopher Isherwood nasceu em Stockport, na Inglaterra, em 1904. Com apenas cinco romances publicados, tornou-se um dos nomes mais festejados de sua geraĆ§Ć£o. Um homem sĆ³ foi adaptado para o cinema por Tom Ford, em 2009, e rendeu um BAFTA de melhor ator ao personagem de Colin Firth. O autor morreu aos 81 anos, na CalifĆ³rnia, onde residiu por grande parte da vida.