Os 25 autores reunidos nesta antologia representam, de acordo com o editor Marcelo Nocelli, “a ponta de iceberg de um movimento literário maior que eclodiu na década de 2010”. Para dar conta desse recorte amplo, o livro traz mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTQIA+, com foco em quem veio dos sertões, florestas e pequenas cidades dos interiores do Brasil. No texto de orelha, Marçal Aquino lembra que a obra traz iniciantes e nomes já consolidados e enfatiza a “sintonia com os novos códigos sociais e culturais” do país. Em entrevista exclusiva ao Rascunho, ao ser questionado a partir do comentário de alguns críticos, o de que a qualidade da literatura atual tem sido preterida em nome do politicamente correto, o organizador do livro rebate: “Acredito que a qualidade literária foi preterida por muitas décadas pela questão de território e raça: só brancos ricos ‘amigos dos amigos’ publicavam no Brasil e isso empobreceu muito nossa literatura”. Itamar Vieira Junior, Jarid Arraes, Ailton Krenak e Natalia Borges Polesso são alguns nomes que compõem a obra.