Última obra de Stefan Zweig, O livro do xadrez foi escrito durante seu exílio no Brasil e enviado ao editor americano poucos dias antes do suicídio do autor, em 1942. Essa novela, publicada pela Fósforo, é também o único texto em que o escritor austríaco de origem judaica aborda diretamente o tema do nazismo, por meio de sua mirada psicológica característica.
A bordo de um navio que deixa Nova York com destino a Buenos Aires, o narrador descobre que entre os passageiros encontra-se Mirko Czentovic, campeão mundial de xadrez, homem arrogante e pouco sociável que parece ter no jogo o único meio de se relacionar com os outros.
A curiosidade com essa figura reservada e a competitividade natural entre homens conspiram para que em poucos dias de viagem se dê o embate entre o enxadrista e um exército de diletantes orgulhosos, empenhados em derrotar o grande mestre — que vence sucessivas partidas sem esforço. Até que entra em cena uma figura inesperada.
Como um sujeito discreto e de passado obscuro, que diz nunca ter tocado num tabuleiro de xadrez, consegue dominar as nuances do jogo, e a que custo ele foi introduzido às artes da estratégia, são o coração dessa história, que já rendeu duas adaptações para o cinema e inspirou peças de teatro e até uma ópera.
Stefan Zweig nasceu em Viena, em 1881, em uma família judia abastada. Romancista, biógrafo, poeta e tradutor, foi um dos escritores de maior êxito na Europa dos anos 1930, amplamente traduzido antes da Segunda Guerra Mundial.
Com a ascensão do nazismo, Zweig foi obrigado a emigrar para Londres e depois para Nova York, estabelecendo-se por fim no Brasil, onde cometeu suicídio ao lado da esposa em 1942 na cidade de Petrópolis. Entre suas numerosas obras, destacam-se Brasil, país do futuro (1941) e Autobiografia: O mundo de ontem (1942).